quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Porteiro afirma ter matado ex-ministro

 do TSE por medo de ser reconhecido



O ex-porteiro Leonardo Campos Alves, 44, disse nesta quarta-feira ter matado o ex-ministro do TSE José Guilherme Villela, 73; a mulher dele, Maria Carvalho, 69; e a empregada Francisca da Silva, 58, por medo de ser reconhecido após roubar o apartamento. O crime ocorreu em 2009.

Alves, que trabalhou 15 anos no prédio onde morava a família, foi apresentado pela polícia do Distrito Federal, que o prendeu em Minas Gerais na última segunda-feira (15).
Ele afirmou que sua intenção era "somente roubar". Apesar de classificar como "versão harmônica", a polícia diz que há lacunas no relato de Alves.

O ex-porteiro afirma que deixou a porta aberta depois do crime, mas a perícia afirma que estava trancada. Além disso, Alves nega que ele tenha dado as 73 facadas que a perícia identificou nos corpos. Ele diz que Adriana Villela, até então a principal suspeita do crime, não tinha boa relação com os pais. Também afirmou que já viu a neta Carolina Villela --quem encontrou os corpos-- bater na avó.

"Não tem nenhum fundamento. Carolina era o xodó dos avós", afirma o advogado de Adriana e Carolina, Rodrigo Alencastro.

No ano passado, dois homens foram presos suspeitos do crime e, depois, liberados. Desde então, o caso teve idas e vindas, incluindo o afastamento da delegada do caso por suspeita de provas plantadas e a prisão da filha do casal, Adriana Villela, sob a alegação de que ela estaria atrapalhando as investigações.

Depois disso, Adriana Villela foi denunciada pelo Ministério Público do Distrito Federal sob acusação de participação na morte dos pais, denúncia acatada pelo Tribunal do Júri de Brasília em outubro deste ano. Agora, após a última prisão, Pedro Cardoso, chefe da Polícia Civil do DF, afirma que é preciso esclarecer o eventual papel de Adriana no caso.


Divulgação/Polícia Civil-DF


Planta do apartamento de Vilela, divulgada pela polícia em 2009, com os locais onde foram encontrados os corpos




CRONOLOGIA


31.AGO.2009

Os corpos de Guilherme Villela, 73, Maria Carvalho Villela, 69, e da empregada Francisca da Silva, 58, são encontrados pela neta do casal no apartamento em que moravam, na 113 sul (área nobre de Brasília). Eles haviam sido mortos com mais de 70 facadas três dias antes

Set.2009

A polícia suspeita que dois homens, parentes de um ex-funcionário da casa, estariam envolvidos no crime. A faca encontrada no apartamento com traços do que seria sangue e que foi imediatamente tida como a arma do crime pela polícia é descartada. A polícia trabalha com a hipótese de a cena do crime ter sido alterada

Abr.2010

Perícia confirma que chave do apartamento dos Villela recolhida pela polícia é encontrada com suspeitos do crime. A polícia trabalha com duas hipóteses: troca da chave encaminhada à perícia ou tentativa de incriminação indevida dos suspeitos. A delegada do caso, Martha Vargas, é exonerada do cargo de delegada-chefe por suspeita de fraudar a investigação

Ago.2010

Cinco pessoas são presas sob alegação de estarem atrapalhando as investigações, entre elas, a filha do casal, Adriana Villela, tida também como suspeita de encomendar o crime, e uma vidente, que disse ter tido visões sobre o crime

Set.2010

O Ministério Público do DF denuncia Adriana Villela por suspeita de participar do assassinato dos pais e da empregada da família. Como não houve pedido de prisão, a arquiteta responde o processo em liberdade. Os promotores decidem ainda encaminhar a investigação contra a delegada e o agente, suspeitos de plantarem a chave como prova, ao Núcleo de Controle da Atividade Policial

Out.2010

Justiça acata denúncia e Adriana Villela passa a ser ré no caso do triplo assassinado. Segundo a Justiça, a filha do casal teve como motivação "conflitos de família por assuntos financeiros". Ela sempre negou qualquer participação no crime


Fonte: TJDFT e Polícia Civil do DF

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