terça-feira, 16 de novembro de 2010

Príncipe William, de tímido adolescente a futuro rei



De tímido adolescente a piloto da Força Aérea Real (RAF), príncipe William, segundo na linha de sucessão ao trono britânico, começará em 2011 uma nova etapa de sua vida ao se casar com sua namorada, Kate Middleton.



William Windsor, batizado como William Arthur Philip Louis, nasceu em Londres no dia 21 de junho de 1982 e é o primogênito de Charles da Inglaterra, príncipe de Gales, e da falecida Lady Diana, princesa de Gales.


Suzanne Plunkett/Reuters
Kate Middleton posa para foto ao lado do noivo, o príncipe William, e exibe o anel que foi de Diana


Em 9 de março de 1997 recebeu a confirmação e se tornou membro de pleno direito da Igreja Anglicana, da qual será líder quando vir a ser rei da Inglaterra.



Após uma infância sob holofotes públicos, William enfrentou aos 14 anos o midiático divórcio de seus pais e, um ano mais tarde, a trágica morte de sua mãe, que no dia 31 de agosto de 1997 sofreu um acidente de carro em Paris. Dessas dolorosas experiências saiu um jovem austero, sensato e responsável.



Herdeiro da beleza de sua mãe, William recebeu a admiração dos britânicos, especialmente depois de insistir em realizar a pé o cortejo fúnebre no funeral de Lady Di.



Amante dos esportes --pratica rugby, futebol, natação e polo aquático--, o príncipe foi o primeiro membro da monarquia a estudar na Eton College, uma das escolas de maior prestígio do Reino Unido.



Após finalizar o ensino secundário, não ingressou na Marinha Real, como fizeram seu pai e avô, resolveu tirar um ano sabático e depois estudou na Universidade de St. Andrew.



Entre 2000 e 2001, antes de entrar na universidade escocesa para cursar História da Arte, realizou atividades relacionadas com trabalhos voluntários e meio ambiente, nas Ilhas Maurício, Chile e diversos países africanos.



Após um ano em História da Arte, onde conheceu Kate e com a qual dividiu apartamento durante quatro anos, William estudou Geografia, curso em que se graduou em junho de 2005.



Em sua etapa universitária, buscou se afastar dos privilégios da monarquia e pediu a seus companheiros para que o chamassem simplesmente de William Gales, e chegou a morar durante os primeiros anos em uma residência de estudantes.



Russell Boyce-16.nov.11/Reuters
Príncipe Charles leva seu filho, William, para ter aulas de direção em auto-escola de Londres


Um mês após se formar, em julho de 2007, participou pela primeira vez de um evento oficial sozinho, representando a rainha Elizabeth 2ª nos atos comemorativos da Segunda Guerra (1939-1945) na Nova Zelândia.



Em Sandhurst, a academia militar mais prestigiosa do Reino Unido, se graduou no dia 16 de dezembro de 2006 como segundo-tenente do Exército britânico, cerimônia em que contou com a presença de sua namorada. O casal chegou a se separar por alguns meses, mas logo depois foi visto junto em diversos eventos sociais.



Sua formação militar continuou em 2008 na RAF, onde se formou em abril deste ano, para iniciar pouco depois um treinamento de dois meses na Marinha.



Desde que entrou em 2009 para o Serviço de Busca e Resgate (SAR), William concilia o Exército com sua formação em assuntos constitucionais, compromissos oficiais e atos de beneficência.





FONTE: FOLHA ONLINE / SARA GÓMEZ ARMAS - DA EFE, EM LONDRES
Cão vira embaixador de estudo contra a distrofia muscular



Um grupo de cachorros agitados e brincalhões é a arma de pesquisadores da USP para que pacientes com distrofia muscular --uma doença degenerativa severa-- entendam como a ciência está buscando formas de enfrentar o problema.



Anteontem, 35 pacientes foram convidados a visitar o Genocão, canil onde 17 cães da raça golden retriever, a maioria também com distrofia genética, são estudados.



Eles brincaram com pacientes, a maioria cadeirantes, enquanto cientistas explicavam seus trabalhos.



"Esse encontro é importantes pois mostra que algo está sendo feito", diz a geneticista Mayana Zatz.



O termo "distrofia muscular" se refere a um grupo de doenças genéticas que afetam a musculatura.




Marlene Bergamo/Folhapress
Grupo de cachorros é a arma de pesquisadores da USP, liderados por Mayana Zatz, para pacientes com distrofia





FONTE: FOLHA ONLINE / GIULIANA MIRANDA - DE SÃO PAULO
Cuidado com aquário garante saúde de peixe



Quer um bicho que demande menos tempo e, por isso, pensa em comprar um "peixinho"? Cuidado, você pode ter surpresas.



"No caso de um peixe, não tratamos só dele, mas também do ambiente", explica o biólogo Fernando Schmidt, da Eco Marine Aquários, de Moema (zona sul).



Segundo Schmidt, não basta encher um recipiente na torneira. A água de beber tem cloro e outras substâncias que fazem mal ao bicho.



Também por causa do habitat, não dá para misturar espécies a esmo: elas precisam gostar da mesma água.



Os cuidados não param por aí (veja quadro). Aquário tem quase vida própria e, para ser bom para os peixes, precisa estar limpo. Comida, por exemplo, pede cautela.



"Deve-se dar o que os peixes comem na hora. Sobra vira sujeira", diz Ramon Rangel, da Tropical Fish, de Santana (zona norte).

O esforço vale a pena: num bom ambiente, os peixes podem viver cerca de dez anos.



 
Dicas para criar um ambiente saudável



Com exceção dos betas, peixes demandam aquário com equipamentos de filtragem, iluminação, oxigenação da água e, em alguns casos, aquecimento.

A água precisa ser desclorificada. Há produtos que cuidam disso.

Plantas e pedras específicas ajudam a simular o habitat.

A água deve ser trocada, no máximo, uma vez por mês. Mas atenção: só 20% deve ser substituído, para não impactar demais no ambiente.

Não lave o aquário com sabão, que é tóxico para os peixes.

Os filtros modernos cuidam dos dejetos.

O aquário, montado, deve "descansar" ao menos um dia antes de receber peixes.

Se informe sobre as espécies. Há peixes que, por virem de ambientes diferentes, não se adaptam à mesma água ou podem brigar pelo território.


Curiosidades



Um aquário completo médio, para cerca de dez peixes, sai por cerca de R$ 270.


*As espécies mais procuradas são os kinguios, que são bastante coloridos.





FONTE: FOLHA ONLINE / Eco Marine Aquários
Pesquisadores trabalham para identificar primeiros sinais de Alzheimer



Grande parte da pesquisa sobre o mal de Alzheimer em 2011 envolverá uma viagem ao passado, na tentativa de determinar quando e como o cérebro começa a se deteriorar.



Os cientistas hoje sabem que o mal de Alzheimer ataca o cérebro muito antes que as pessoas apresentam perda de memória ou declínio cognitivo. No entanto, a especificação é crucial porque, até o momento, várias drogas falharam em tratar a doença de forma eficaz em pessoas que já exibem os sintomas. Muitos cientistas agora creem que o problema é que as drogas são administradas tarde demais quando, "há muitos danos às células cerebrais e tentamos tratar um cérebro bastante prejudicado", como colocou John C. Morris, especialista em Alzheimer da Washington University, em St. Louis.



Se as drogas pudessem ser administradas antes, adaptadas para mudanças biológicas específicas (ou biomarcadores) no cérebro, o tratamento, ou prevenção, poderia ter mais sucesso.



"Estamos tentando retroceder o máximo que podemos no curso da doença", disse Neil Buckholtz, chefe da área de Demências do Envelhecimento do Instituto Nacional de Envelhecimento. "A ideia é identificar como as pessoas avançam nesses estágios e quais as indicações de cada fase."



Vários projetos de pesquisa esperam avançar no próximo ano.



Um deles envolve a maior família do mundo a sofrer de Alzheimer, um clã estendido de cerca de 5 mil pessoas na Colômbia, muitos dos quais herdaram uma mutação genética que garante que eles desenvolverão demência, geralmente na casa dos 40 anos. Exceto por sua causa claramente genética e por atingir as pessoas ainda jovens, a condição dos colombianos é praticamente idêntica no processo da doença ao Alzheimer comum, que possui causas desconhecidas e aflige milhões de idosos.



Uma equipe de cientistas americanos e colombianos planeja testar tratamento com colombianos com 30 e poucos e 40 e poucos anos que estão fadados a desenvolver Alzheimer, mas que ainda não apresentaram sintomas, para ver se a demência pode ser prevenida ou adiada de forma significativa. O tratamento, que deverá ser escolhido por um painel independente, será uma droga ou vacina que ataca depósitos de beta-amiloide, proteína associada a placas, entre as células nervosas. Um dos líderes do projeto, Eric Reiman, diretor do Banner Alzheimer's Institute, em Phoenix, afirmou que os testes em 2 mil pessoas, incluindo 750 indivíduos com a mutação, provavelmente serão iniciados no final do próximo ano ou no começo de 2012.



Enquanto isso, o projeto, iniciado este ano, tem feito descobertas promissoras. Para tentar encontrar a menos idade na qual aparecem mudanças cerebrais, foram conduzidos exames cerebrais, de medula e de memória com 44 membros da família, com idades entre 18 e 26 anos.



Embora Reiman tenha dito que ainda não pode discutir dados específicos, os testes mostraram evidências suficientes de biomarcadores relacionados ao mal de Alzheimer nas pessoas com a mutação, por isso exames de ressonância magnética serão realizados no cérebro de membros da família ainda mais jovens, com idades entre 8 e 17 anos. Se os exames revelarem que crianças com a mutação possuem anomalias parecidas com as associadas ao mal de Alzheimer, como atrofia no hipocampo, que está envolvido na formação de novas memórias, isso pode sugerir que o cérebro começa a se transformar décadas antes do aparecimento dos sintomas.



Para avaliar quando a beta-amiloide começa a se acumular, o projeto também conduzirá exames de imagem para amiloide em 50 membros adicionais da família, com idade a partir de 18 anos.



A equipe de Reiman também planeja testar tratamentos com drogas em um grupo não relacionado: americanos com idades entre 60 e 80 anos com uma característica rara diferente: duas cópias do gene ApoE4, que não causa, mas aumenta o risco de desenvolver mal de Alzheimer comum.



Um projeto diferente, a rede DIAN (Dominantly Inherited Alzheimer Network), liderada por Morris, está estudando membros de famílias nos Estados Unidos, Austrália e Reino Unido que possuem mutações causadoras de demência aos 46 anos, em média. A DIAN recrutou cem pessoas, com idade a partir de 18 anos, cujos pais tiveram mutações causadoras de Alzheimer, mas que ainda não apresentaram sintomas. Planeja-se recrutar outros 300 indivíduos. Até o momento, os pesquisadores encontraram evidência de que "mudanças em biomarcadores parecem ocorrer pelo menos 10 ou 20 anos antes da idade em que os sintomas aparecem", disse Morris.



A DIAN também planeja testar drogas em participantes, possivelmente em três anos, e está negociando com empresas, que estão interessadas, mas precisam da garantia de que testar drogas em pessoas aparentemente saudáveis, as que não apresentam sintomas, valerá o investimento e o risco potencial, comentou Morris.



Os projetos na Colômbia e da DIAN "realmente são a primeira vez em que empresas se envolvem seriamente nisso", disse Morris. Ele acredita que o mal de Alzheimer é tão complexo que será necessária uma combinação de drogas para atacar diferentes biomarcadores.



Outro projeto que busca sinais precoces é a Alzheimer's Disease Neuroimaging Initiative, ou ADNI, uma colaboração do governo com a indústria, envolvendo cientistas em 55 locais de pesquisa nos Estados Unidos e no Canadá. Ela tem acompanhado cerca de 800 pessoas por aproximadamente seis anos e produziu descobertas significativas sobre as mudanças no hipocampo e sobre exames para detectar proteínas associadas ao Alzheimer com tomografias por emissão de pósitrons e testes de medula.



A ADNI recrutará mais 550 participantes, incluindo muitos com perda de memória em desenvolvimento, chamada de déficit cognitivo leve precoce.



Segundo Buckholtz, eles "não serão tão espertos quanto antes, mas sem terem chegado ao ponto de esquecer as coisas".

 
 
 
 
 
FONTE: FOLHA ONLINE / PAM BELLUCK - DO "THE NEW YORK TIMES"


Notícia divulgada em 15.11.2010
Pesquisadores testam novos produtos para prevenção do HIV



No ano passado, a notícia mais quente em relação à Aids foi o sucesso parcial, em testes clínicos realizados na África do Sul, de um microbicida --gel que as mulheres podem colocar na vagina para matar o vírus antes que ele possa infectá-las.



Todo o campo de pesquisas focado em proteção antes do sexo está "bem quente no momento", disse Sharon L. Hillier, professora de ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Pittsburgh e principal pesquisadora da Microbicide Trials Network. "As pessoas estão muito empolgadas."



Embora o gel tenha oferecido apenas cerca de 40% de proteção contra o vírus HIV, ele foi a primeira forma de proteção que as mulheres poderiam usar sem o conhecimento do homem, o que é crucial, pois muitos homens no mundo todo simplesmente se recusam às vezes de forma violenta a usar camisinha quando fazem sexo com suas esposas ou namoradas.



Outros testes clínicos reportarão seus resultados em 2011 e 2012 e, se tudo correr bem, os pesquisadores esperam ter um ou dois produtos prontos para entrar no mercado até 2013.



No entanto, o primeiro pode não ser um gel.



Segundo Mitchell Warren, diretor executivo da AVAC, grupo para a prevenção da Aids, nos próximos meses "veremos uma cascata de resultados" de testes do que chamamos de "profilaxia oral pré-exposição". Neles, homens e mulheres que não estão infectados pelo vírus da Aids, mas que regularmente fazem sexo de alto risco, como sexo anal sem camisinha ou sexo por dinheiro com estranhos, tomam uma dose diária de uma duas das drogas anti-retrovirais normalmente tomadas por pessoas infectadas. Se muito menos desses indivíduos se infectarem em relação aos participantes que tomam placebo, um segundo grande marco será alcançado.



Se isso acontecer, autoridades regulatórias podem aprovar as pílulas mais rapidamente que o gel, pois já se provou que são seguras e eficazes para o tratamento.



Porém, isso não significa que não vale a pena buscar a produção do gel, disse Salim Abdool Karim, professor de epidemiologia da Universidade de KwaZulu-Natal, na África do Sul, e líder dos testes com o microbicida cujos resultados foram divulgados em julho.



O gel tem algumas vantagens. A droga presente neles permanece no tecido vaginal, então é pouco provável que uma pessoa já infectada desenvolva uma forma do vírus resistente a drogas. Ao contrário das pílulas, o gel também protege contra herpes.



Além disso, como apontaram vários especialistas, as mulheres gostam de ter escolhas no controle da natalidade: algumas preferem uma pílula diária, outras preferem camisinha, DIU, injeções que duram três meses, ou implantes na pele que duram três anos. É previsível que elas também queiram escolhas na prevenção do vírus da Aids.



"A verdade é que uma solução não se encaixa em todas as situações", disse Karim.



Como 95% dos homens americanos homossexuais e 40% das mulheres americanas heterossexuais fizeram sexo anal pelo menos uma vez, segundo pesquisas, estão sendo desenvolvidas versões retais do gel.



Em breve começará o teste de formulações novas e menos viscosas, com menor probabilidade de levar água ao reto, tornando o uso desagradável, segundo Ian McGowan, outro líder dos testes com o microbicida da Universidade de Pittsburgh.



Homens gays e bissexuais negros e hispânicos, que hoje são os grupos de maior risco de Aids nos Estados Unidos, serão recrutados em breve em Boston, Pittsburgh e Porto Rico, para ver se eles acham o gel aceitável, ele disse.



No entanto, é crucial garantir que o gel não inflame o tecido retal, que é mais delicado que o da vagina. Como o HIV aponta para células imunes ativadas, a inflamação aumenta o risco de infecção. Testes curtos de irritação e aceitabilidade serão realizados em pessoas aconselhadas a praticar abstinência sexual durante os testes, ele acrescentou. Outros testes mais amplos, no qual milhares de homens e mulheres que praticam sexo anal recebem gel ou placebo, só começarão daqui a dois ou três anos.



"O campo de pesquisa do microbicida retal está cerca de dez anos atrasado em relação ao vaginal", disse McGowan.



Isso se deve, em parte, a conceitos equivocados.



"Quando mencionamos microbicidas retais, muitas pessoas rejeitam, pois acham que temos de proteger todo o cólon, que tem alguns metros de comprimento", afirmou McGowan. Na verdade, os pesquisadores acreditam que proteger apenas os últimos 15 cm a 20 cm é suficiente.



Um estudo britânico de 2008 mostrou que o gel retal tenofovir ofereceu boa proteção em macacos que receberam doses anais do vírus que causa Aids em símios.



Para um futuro um pouco mais distante, outro método está sendo testado para uma possível produção até 2015. No próximo ano, será iniciado um teste de anel vaginal contendo uma nova droga anti-retroviral, dapivirine. Essa droga nunca foi aprovada como pílula, pois o corpo não consegue absorvê-la bem, mas o medicamento pode se acumular no tecido vaginal. Além disso, a droga é tão concentrada que o equivalente a um mês de uso cabe num anel que libera uma pequena quantidade todos os dias.

 
 
 
 
 
FONTE: FOLHA ONLINE / DONALD G. MC NEIL JR - DO "THE NEW YORK TIMES"


Notícia publicada em 15.11.2010
Testes genéticos detectam doenças ligadas a alimentos



Chegam ao Brasil os primeiros testes genéticos ligados ao campo emergente da nutrigenômica, que estuda como os alimentos interagem com certos genes.



Os exames detectam a predisposição a três problemas: obesidade, intolerância a lactose e doença celíaca.



A intolerância a lactose é causada pela ausência da enzima que quebra o açúcar do leite. Já a doença celíaca é a intolerância ao glúten.



No caso da obesidade, o teste pode indicar como a pessoa vai responder a dietas, segundo Claudia Moreira, diretora científica da Eocyte, uma das empresas responsáveis pelos testes.



"É uma ferramenta que vai permitir ao médico adaptar o tratamento de acordo com o perfil do paciente", diz.



Em relação a diagnósticos clínicos, o teste é mais preciso. Mas seu uso divide médicos. O presidente da Sociedade de Gastroenterologia do Rio de Janeiro, José Augusto Messias, afirma não acreditar que traga benefícios, porque o surgimento das doenças é determinado por outros fatores, não só pela genética.



Já na avaliação de Luiz Vicente Rizzo, diretor do Instituto de Pesquisa do Hospital Albert Einstein, o teste vale, mas só para a doença celíaca. "Nesse caso, o diagnóstico precoce é fundamental, permite preparos específicos."

Editoria de Arte/Folhapress

 OFERTA RARA



O médico coleta células bucais do paciente com cotonete. A amostra segue ao laboratório Stab Vida, em Portugal, onde é analisada. O resultado chega 20 dias depois.



Os testes de obesidade e intolerância a lactose custam R$ 550 cada um. O de doença celíaca chega a R$ 1.000.



O material é colhido pelos laboratórios CDB e Centro de Genomas, de São Paulo. Esse tipo de exame é raro no país. Poucos laboratórios dispõem de tecnologia.



A Eocyte diz que, como a análise é feita fora do país, não é necessário registro na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).



A Anvisa informa que qualquer produto comercializado no Brasil deve ter autorização do órgão. Isso significa que os exames genéticos não passaram ainda por verificação de eficácia, segurança e qualidade.



A chegada de mais um produto abre discussão sobre o futuro dos exames clínicos e do sequenciamento genético dos pacientes.



Segundo João Renato Pinho, médico do laboratório de patologia clínica do Einstein, "no futuro, as pessoas irão ao médico com a análise completa do seu DNA sequenciado. O profissional poderá informar quais riscos de doença elas têm e se respondem a certas drogas."

 
  
 
FONTE: FOLHA ONLINE / MARIANA PASTORE - COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Especialista critica foco no autoexame para prevenir câncer de mama no país



Secretário-geral da Sociedade Brasileira de Mastologia e pesquisador do Instituto Fernandes Figueira, da Fiocruz, o médico Roberto Vieira critica o foco no autoexame para prevenir mortes por câncer de mama no país. Para ele, é preciso aumentar o investimento no rastreamento por imagem das mamas, capaz de detectar a doença ainda na fase inicial.



"No Brasil, normalmente quem faz o diagnóstico de câncer de mama é a própria mulher. É ela que, apalpando, sente o nódulo e procura o médico. Mas isso não é bom. O bom é quando o país tem um 'screening', um rastreio populacional para a detecção precoce do câncer de mama", disse ele em entrevista à Folha na semana passada, quando se comemorava a semana nacional de incentivo à saúde mamária.



De acordo com Ribeiro, cerca de 60% dos casos de câncer de mama do país são detectados já em estágio avançado, quando o tratamento é mais complexo e o prognóstico, pior. O Inca estima que, em 2010, serão registrados 49,2 mil novos casos da doença no Brasil. Cerca de 10 mil mulheres devem morrer em consequência da doença.



"É importantíssimo que a mulher vá ao médico para que ele possa apalpar a mama e, se for o caso, fazer um exame de imagem. Não adianta jogar isso em cima da paciente, porque às vezes ela não valoriza uma alteração que pode ser um tumor", afirmou Vieira, lembrando que leva cerca de dez anos para que um nódulo atinja o tamanho de 1 cm. "Infelizmente, já foi comprovado em grandes trabalho que o autoexame não muda a mortalidade no país."



Ele reconhece, porém, que, na impossibilidade de procurar o médico com regularidade, o autoexame pode cumprir um papel importante. "Num local em que a pessoa tem que pegar uma canoa e andar cinco horas pelo rio para chegar a um médico, é preciso ter autoexame. A paciente precisa apalpar a mama para conhecê-la."



O especialista disse também que a Sociedade Brasileira de Mastologia continua recomendando a realização periódica de mamografias a partir dos 40 anos de idade, apesar de estudos que questionam a validade da prática. No ano passado, a Força-Tarefa de Serviços Preventivos dos Estados Unidos passou a defender mamografias bianuais apenas para mulheres entre 50 e 74 anos. A avaliação foi de que os danos causados eram maiores do que os benefícios, já que apenas poucos casos eram diagnosticados, enquanto um número elevado de mulheres era submetida à radiação e, em alguns casos, recebia resultados falsos positivos que resultavam em tratamentos desnecessários.



"Aquilo foi uma posição econômica. É claro que fazer screening mamográfico não é barato. Você faz muitas mamografias para às vezes ter um único diagnóstico. Mas, se você comparar com o gasto com quimioterapia, com radioterapia, com cirurgia para metástase cerebral, vai ver que é muito mais barato investir na base, na mamografia", afirmou. "Quando o tumor é detectado em estágio inicial, às vezes se cura só com a cirurgia, sem precisar de tanta agressividade terapêutica."



Vieira destacou também a importância de aumentar a conscientização sobre os fatores de risco para a doença, como o sedentarismo, a má alimentação, o tabagismo e o estresse. O risco genético hereditário também é importante: quando há vários casos na mesma família, a recomendação é que os exames sejam iniciados mais cedo. O uso de pílulas anticoncepcionais e a reposição hormonal também costumam ser contraindicados nesses casos, segundo o médico.

 
 
FONTE: FOLHA ONLINE / DENISE MENCHEN - DO RIO
França reconhece 500 mortes por remédio para diabetes



A Seguridade Social francesa reconheceu nesta terça-feira que o remédio para diabetes Mediator, proibido em novembro do ano passado, causou cerca de 500 mortes durante os 33 anos que foi comercializado no país.



A Agência Francesa de Produtos Sanitários, que adotou essa conclusão como hipótese ao término de um estudo segundo o qual outras 3.500 pessoas tiveram de ser hospitalizadas por causa do Mediator, vai lançar uma série de recomendações para aqueles que tomaram o remédio nos últimos anos.



O órgão sanitário obteve os números a partir das projeções perante a evidência de um aumento do risco de valvulopatia, uma patologia cardíaca.



O Mediator, do laboratório francês Servier, foi retirado do comércio em novembro do ano passado com o argumento de que "tinha uma eficácia modesta no tratamento da diabetes" e havia suspeitas de que causava "um risco para as válvulas cardíacas".



Nos Estados Unidos, o remédio deixou de ser comercializado em 1997 e na Espanha e na Itália em 2005.

 
 
 
 
FONTE: FOLHA ONLINE / DA EFE
Novo exame de sangue prevê risco cardíaco



Pesquisadores americanos informaram na segunda-feira (15) que desenvolveram um exame de sangue capaz de prever risco cardíaco em adultos que parecem gozar de boa saúde.

 
 
O exame é uma versão mais avançada do teste já realizado em salas de emergência para determinar se um paciente com dor no peito está sofrendo um ataque do coração ou algum outro problema.



O novo exame pode ajudar a avaliar o risco de morte entre pessoas com mais de 65 anos que não apresentam sintomas de problemas cardíacos.



O teste mede o nível de troponina T, um marcador do processo biológico de morte celular ligado ao ataque cardíaco, destaca o estudo publicado no JAMA (Journal of the American Medical Association).



O exame foi concebido após um longo estudo, no qual amostras de sangue de pacientes foram analisadas por mais de 18 anos. O marcador apareceu em dois terços das pessoas sem sintomas e com 65 anos ou mais.



"Acreditamos que quanto maior o nível de troponina, maior é o risco do indivíduo sofrer problema cardíaco ou óbito por causa cardiovascular nos próximos 10 a 15 anos", disse Christopher de Filippi, da escola de Medicina da Universidade de Maryland e principal autor do estudo.

 
 
 
 
 
FONTE: FOLHA ONLINE / DA FRANCE PRESSE
Espanha prepara primeiro transplante duplo de pernas



A Espanha prepara-se para realizar o primeiro transplante duplo de pernas no mundo e acaba de autorizar um quarto transplante de rosto, informou nesta terça-feira o ministério da Saúde.

 
Este futuro "transplante duplo de pernas" será o primeiro do mundo e será realizado em um paciente amputado nos joelhos após sofrer um acidente, explicou à AFP um porta-voz do ministério.



Trata-se de "um paciente no qual as próteses que existem não se adaptam a ele", informou.



"A cirurgia de transplante duplo de pernas foi autorizada em maio a pedido do médico Pedro Cavada", declarou o porta-voz, acrescentando que a equipe de cirurgiões "está buscando um doador compatível".



"Não se sabe ainda a data, mas pode ser tanto em dois meses como em seis meses, tudo depende de encontrar um doador adequado", explicou.



Simultaneamente, a ministra da Saúde, Leire Pajun, anunciou que a Comissão Nacional de Transplantes acaba de autorizar um quarto transplante de rosto na Espanha.



A autorização também foi concedida à equipe do doutor Cavadas, segundo um comunicado do ministério, que afirmou que dos 13 transplantes faciais realizados no mundo até agora, sete foram feitos na França, três na Espanha, dois nos Estados Unidos e um na China.



Os anúncios foram feitos em Madri no âmbito do simpósio internacional sobre transplantes, organizado pela Organização Nacional de Transplantes (ONT).



"Os transplantes de mãos, de braços e face, provenientes de pessoas falecidas, eram ficção científica há apenas dez anos. Hoje são uma esplêndida realidade em nossos hospitais", afirmou no simpósio Rafael Matesanz, diretor da ONT.



Um primeiro transplante total de face foi realizado em março no hospital de Vall d'Hebron, em Barcelona, em um homem que tinha graves deformidades em seu rosto após um acidente; o paciente deixou o hospital em julho.


 
 
 
FONTE: FOLHA ONLINE / DA FRANCE PRESSE
Paranoia de limpeza pode abrir espaço para 'superbactérias'



A maioria das bactérias não faz mal a ninguém. Mesmo assim, todos os dias, zilhões de germes inocentes são exterminados por um arsenal cada vez maior e mais complexo de desinfetantes e sabonetes antissépticos.


Essa matança injusta e indiscriminada de micro-organismos é desnecessária e pode fazer mal à saúde. "Com a morte de bactérias neutras, sobra mais espaço para nocivas", diz a médica Flávia Rossi, diretora do laboratório de microbiologia do Hospital das Clínicas de São Paulo.



Além de ocupar espaço e comer células mortas, bactérias neutras desempenham várias funções no organismo. Ajudam na síntese de vitaminas e no funcionamento do intestino, por exemplo.



O biólogo Marcos André Vannier-Santos vai além e diz que, sem os parasitas, os homens não seriam os mesmos. "Temos vários genes e enzimas de origem bacteriana. A coagulação sanguínea acontece graças a bactérias. A placenta foi formada a partir de um vírus", diz ele, que é pesquisador do laboratório de biomorfologia parasitária da Fundação Oswaldo Cruz,



É claro que muitos parasitas são nocivos e que os cuidados básicos com higiene são fundamentais, mas nada justifica uma certa paranoia desinfetante que está tomando ares de epidemia, a julgar pela quantidade de produtos "superpoderosos" que chegam ao mercado.



"Não é necessário ter em casa todos os cuidados que temos no ambiente hospitalar. Não precisa desinfetar todos os lugares. Água e sabão comum são suficientes", diz Stefan Cunha Ujvari, médico infectologista, autor do livro "Perigos Ocultos nas Paisagens Brasileiras _Como Evitar Doenças Infecciosas" (Senac/SP, 232 págs., R$ 45).



A professora de português Priscila Blazko, 34, é uma das adeptas dos produtos que matam 99% dos germes. "Leio os rótulos e compro aquele que mata mais", diz.



Quando seus dois filhos brincam na areia, Priscila exige que tirem a roupa antes de entrar em casa. "Eu sei, às vezes exagero."



Não só ela. Estamos todos sob influência da "cultura da higiene", na visão da antropóloga Sônia Weidner Maluf, professora da Universidade Federal de Santa Catarina.



"A ideia do que é limpo e do que é sujo é construída socialmente. Na nossa cultura, tudo que não é esterilizado é sujo e causa doença."



Isso é incentivado, segundo ela, pelo medo coletivo. "As situações de risco são ampliadas pela publicidade, e as pessoas ficam com a ideia de que podem se contaminar a qualquer momento."




MANIA DE LIMPEZA



Em excesso, a limpeza pode virar doença. Medo de contaminação é um dos transtornos obsessivo-compulsivos mais comuns, segundo a psiquiatra Roseli Shavitt, coordenadora do Protoc, grupo ligado ao Hospital das Clínicas de SP.



"A limpeza se torna um ritual obrigatório, que perturba a pessoa e impede que ela faça outras atividades."



A dona de casa Marina Carpi, 53, sempre foi perfeccionista e gostou de tudo muito limpinho. Até que a mania passou a incomodar.



"Toda vez que saía de casa tinha que trocar de roupa porque achava que eu estava suja. Tomava vários banhos por dia para me sentir limpa", diz ela, que fez terapia por três anos. Hoje, se considera bem melhor.



Além de ser um sintoma de um transtorno, lavar várias vezes as mãos e tomar vários banhos não faz bem à pele.



"Nossa pele tem uma barreira sebácea natural. Se a agredirmos, podemos causar infecções", diz a dermatologista Luciana Conrado.



Um banho de cinco a dez minutos ao dia é suficiente. E não é preciso esfregar. "Não somos panelas, para ter que lavar com esponja. Sabonete, só onde está mesmo sujo."



O contato com micro-organismos também estimula o sistema imunológico. "Crianças que não foram expostas a ambientes com mais bactérias e vírus têm maior possibilidade de desenvolver alergias", afirma Clóvis Eduardo Santos Galvão, imunologista da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia.



RESISTÊNCIA



Muitos sabonetes e outros produtos bactericidas têm triclosan ou triclocarban na fórmula. Cientistas debatem se essas substâncias antimicrobianas podem selecionar bactérias resistentes, contribuindo para o surgimento de superbactérias.



"Qualquer antimicrobiano, ao eliminar bactérias, seleciona micro-organismos mais resistentes", diz Marco Miguel, professor de microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro.



Para ele, germicidas devem ser usados só em situações específicas: em hospitais e na manipulação profissional de alimentos e lixo.



"Sabão comum remove a sujeira com a mesma eficácia. Não devemos desperdiçar substâncias químicas. Com o tempo, teremos que criar novas, mais potentes".



A polêmica vai longe. Semana passada, um grupo da Universidade do Arizona, nos EUA, depois de realizar estudos com os compostos químicos, declarou que não têm eficácia e não se degradam facilmente no ambiente.



Segundo a Unilever, fabricante da linha Lifebuoy, seu sabonete não tem triclosan na fórmula. "O ingrediente foi substituído por outro agente para minimizar o impacto ambiental".



"A ação antibacteriana do produto é comprovada por rigorosos testes em laboratório e o uso pode evitar doenças comuns como diarreia e infecções respiratórias."



De acordo com a Reckitt Benckiser, fabricante do sabonete Dettol, que tem triclocarban na fórmula, "o uso de produtos antimicrobianos, tais como Dettol, é capaz de remover as bactérias patogênicas, mas não as bactérias inofensivas da pele".



Ainda segundo a fabricante, esses produtos "têm um papel importante na saúde pública e também ajudam a controlar surtos de resistência a antibióticos."



A Colgate/Palmolive, fabricante do sabonete Protex, foi procurada pela reportagem, mas não respondeu.



 
 
FONTE: FOLHA ONLINE / JULIANA VINES - DE SÃO PAULO