segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Vítimas de desabamento do teto da Igreja Renascer recebem indenização


A Igreja Renascer em Cristo foi condenada a pagar indenização a duas mulheres que estavam no templo quando o teto do prédio desabou, em janeiro de 2009. A decisão do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) determinou o pagamento de R$ 10 mil para cada uma, por danos morais. Gastos médicos também devem ser pagos pela Renascer.



A Renascer havia recorrido da decisão de primeira instância alegando que sua culpa no incidente não tinha sido comprovada, já que contratou profissionais que avaliaram a estrutura de sustentação do telhado da igreja, localizada na avenida Lins de Vasconcelos, no Cambuci (zona sul da capital).



Segundo o relator da apelação, desembargador Teixeira Leite, o Código Civil estabelece que o dono de um edifício responde pelos danos causados em caso de desabamento pela falta de reparos. “É induvidosa a atitude omissa da Igreja Renascer em não interditar o local, embora apresentasse sinais de desabamento”, afirmou.



De acordo com informações do TJ-SP, a decisão, proferida nesta quinta-feira (9/9), foi unânime e participaram do julgamento os desembargadores Fábio Quadros e Natan Zelinschi de Arruda.



 
FONTE: ÚLTIMA INSTÂNCIA
Punição por Ficha Limpa e idade podem ajudar Maluf a escapar de processos


O deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) teve o registro de candidatura cassado pelo TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo) no dia 23 de agosto deste ano, enquadrado na Lei Ficha Limpa. Ironicamente, o parlamentar pode ser beneficiado com a decisão: inelegível pelos próximos oito anos e sem mandato a partir de 2011, Maluf perderá o direito a foro privilegiado e poderá ver o STF (Supremo Tribunal Federal) devolver à primeira instância os processos nos quais figura como réu, por crimes ao sistema financeiro.



No entendimento da maioria dos ministros do tribunal eleitoral, a condenação de Maluf por improbidade administrativa, devido à suposta compra de frangos superfaturados quando era prefeito da capital paulista, em 1996, foi suficiente para enquadrá-lo como “ficha suja”.



Além da demora burocrática para mudança de instância dos processos, uma condenação em primeira instância permitiria que a defesa entrasse com novos recursos, postergando, novamente, eventuais punições.



Para o procurador regional eleitoral Pedro Barbosa, que anteriormente integrou a equipe de acusação a Maluf no MP-SP (Ministério Público de São Paulo), o deputado é “o maior exemplo da tônica da impunidade em crimes de corrupção”.



Com a morosidade do judiciário e o protelamento dos julgamentos, Maluf também acaba sendo favorecido com a presunção da inocência e os 79 anos recém-completados, no dia 3 de setembro. De acordo com o Código Penal, o prazo prescricional deve ser reduzido pela metade para réus acima dos 70 anos. Por esse motivo, na última quarta-feira (8/9), o ministro do Supremo Joaquim Barbosa decidiu extinguir uma ação por superfaturamento de obras, sobre a qual Maluf respondia por crimes de falsidade ideológica e responsabilidade pelos fatos ocorridos em 1996, durante sua gestão na prefeitura.



O parlamentar teria criado, junto com os ex-secretários de Finanças Celso Pitta e José Antônio de Freitas, créditos adicionais suplementares no valor de R$ 1,8 bilhão. Estima-se que, na ocasião, a prefeitura teve um déficit de R$ 1,2 bilhão.



Segundo o advogado criminalista e professor de Direito Penal João Ibaixe Jr., a transferência de instâncias não é obrigatória na perda de foro privilegiado. “Os advogados podem pedir que o processo retorne à primeira instância, mas as regras de competência são relativas e há de se avaliar a economia processual”. No entanto, “o prosseguimento no STF é muito moroso. Há um excesso de serviços e uma completa ineficiência da máquina burocrática”, pondera.



Por outro lado, o procurador Pedro Barbosa avalia que a inelegibilidade do político não traz grandes implicações. “Como deputado, Maluf pode renunciar a qualquer momento e perder o foro privilegiado, causando esse 'efeito gangorra' entre primeiro e último grau. O cidadão comum não consegue fazer esse jogo, suas ações não podem simplesmente subir de instância”, afirma.



Na história da política brasileira, há precedente nesse sentido. Em 2007, o ex-governador da Paraíba, Ronaldo Cunha Lima, seria julgado na Suprema Corte pela tentativa de homicídio de seu antecessor no governo estadual, Tarcísio Burity, crime ocorrido 14 anos antes, em novembro de 2003. No entanto, o parlamentar renunciou ao cargo de deputado, fazendo com que o julgamento voltasse para primeira instância e o caso fosse levado ao tribunal do júri. O ministro Joaquim Barbosa considerou a atitude uma manobra, com “segundas intenções”, para impedir que a Justiça se pronunciasse.



A decisão mais recente sobre o caso de Cunha Lima ocorreu na última quarta-feira (8/9), quando o TJ-PB (Tribunal de Justiça da Paraíba) anulou a sentença de pronúncia, do 1º Tribunal do Júri da capital, por “excesso de linguagem do juiz”. De acordo com o jornal PB Agora, os advogados de defesa Luciano Pires e Solon Benevides sustentam a tese de que o crime já prescreveu e afirmam que outros recursos estão sendo preparados para anular o processo. Uma nova sentença deve ser proferida pelo juiz do 1° Tribunal do Júri, pronunciando ou não o acusado por tentativa de homicídio.



Na opinião do procurador eleitoral, o foro privilegiado é uma das principais causas da impunidade no Brasil. “Isso é anti-republicano. Sou favorável à extinção dos foros por prerrogativa de função. Além do mais, o juízo de primeira instância costuma ser mais objetivo; o próprio Paulo Maluf foi condenado por improbidade administrativa no caso dos frangos em primeira instância”.



Quanto ao prazo prescricional reduzido para maiores de 70 anos, segundo João Ibaixe, isso também não justifica a demora na condução dos processos. “A lei da prescrição parte do princípio de que a vida é finita e que, portanto, nenhuma acusação pode ser infinita”. Em tese, trata-se de uma garantia para os julgamentos sejam realizados mais rapidamente.



“No caso do Maluf, a prescrição acabou contando a seu favor. Mas os idosos cidadãos comuns podem ficar anos encarcerados, aguardando julgamento sem perspectiva. A prescrição reduzida seria uma garantia de solução mais rápida para o caso. O problema, no entanto, continua na morosidade do judiciário”, explica.



De acordo com o professor, diante da possibilidade de ampla defesa assegurada aos réus, as decisões penais favoráveis do STF confirmam a tendência de se acatar recursos em excesso, o que colabora com a demora das decisões. “Perde-se muito tempo reunindo testemunhas que o MP considera desnecessárias”, exemplifica. “A juntada excessiva de documentos também é um fator desfuncional no judiciário”.



 
 
FONTE: UOL / Renata D'Elia
 
Notícia divulgada em 12/09/2010 - 14h31
Igreja belga reconhece "erros do passado" nos abusos a menores


O arcebispo da Bélgica, Andre-Joseph Leonard, concede entrevista sobre o caso.

A Igreja Católica belga reconheceu hoje os "erros do passado" na gestão dos casos de abuso sexual a menores por parte de religiosos e garantiu que vai adotar medidas para atender às vítimas.

Três dias depois da publicação do relatório de uma comissão formada pela Igreja, que constatou 475 denúncias por abusos sexuais e o suicido de 13 vítimas desde os anos 60, o arcebispo de Malinas-Bruxelas, André Leonard, disse que "desejamos tirar as lições possíveis dos erros do passado".

"Queremos nos comprometer com a máxima disponibilidade em direção às vítimas", acrescentou o principal responsável da Igreja Católica belga em entrevista coletiva.

Leonard, no entanto, reconheceu que o problema e as emoções geradas são "tamanhas que é impossível apresentar hoje uma proposta detalhada".

Por enquanto, a Igreja Católica prevê a criação de um "centro para a cura e a reconciliação das vítimas", com a participação de uma rede de analistas, como adiantou o bispo de Antuérpia, Johan Bonny.

Insistiu que a Igreja vai colaborar com a promotoria federal e o Ministério da Justiça nos casos em que ainda é possível punir penalmente.

Leonard ressaltou que "a maioria são casos antigos, já prescritos" do ponto de vista penal, que remontam aos anos 60, mas pediu aos autores de abusos que ainda não tenham prescrito que "se denunciem eles mesmos".

O arcebispo de Malinas-Bruxelas acrescentou que o Vaticano tomará uma decisão "em um prazo razoável" sobre a possível expulsão da Igreja do ex-bispo de Bruges Roger Vangheluwe, quem foi afastado pelo papa em abril após a divulgação de ter abusado de um menor - seu sobrinho - quando era sacerdote.

O bispo de Tournai, Guy Harpigny, ressaltou que é preciso "uma nova estrutura de colaboração" entre a Igreja, a Justiça e os analistas em ajuda às vítimas.

Apontou que os casos denunciados no relatório divulgado na sexta-feira eram em sua maioria antigos, mas que, infelizmente, "os abusos sexuais continuam sendo cometidos em todos os níveis da sociedade".

O relatório da comissão independente criada pela Conferência Episcopal belga e liderada pelo psiquiatra infantil Peter Adriaenssens recebeu ao menos 475 denúncias por casos de pedofilia, além de constatar o suicídio de 13 vítimas.

Ao apresentar o documento, Adriaenssens denunciou na sexta-feira as "pressões" e a lei do silêncio que imperou durante décadas no seio da Igreja belga sobre os abusos.






FONTE: UOL / EFE - EM BRUXELAS