segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Na rua e na internet, deputados se escondem de críticas após aumentarem salários




Dias depois de votarem a proposta que viabilizou aumento salarial de 61,8% para membros dos poderes Executivo e Legislativo, deputados federais ainda lidavam com a insatisfação de eleitores contrários à iniciativa. Na rua, na internet ou nos corredores do Congresso, sobraram olhares de desaprovação e comentários irônicos. A solução usada por muitos deles foi simplesmente evitar os potenciais críticos por uns dias. O aumento passa a valer a partir de 1º de fevereiro de 2011.
Perfis abandonados no Twitter, rotina alterada e distância dos jornalistas. Essa foi a receita usada por grande parte dos 279 deputados que viabilizaram a mudança, na tentativa de evitar ainda mais desgaste público. Alguns deles se dispuseram a conversar com o UOL Notícias, mas demonstraram claro desconforto com o tema. E também com os colegas que não deram a cara pelo aumento, mas se beneficiarão dele.
“Eu saí tarde de Brasília ontem. E hoje eu não fui para porta de fábrica, vim direto para a diplomação na Assembleia Legislativa. Está corrido”, disse o deputado Paulinho da Força (PDT-SP), líder da Força Sindical e defensor do aumento. “Os trabalhadores que eu conheço não me disseram nada sobre esse assunto, nem antes nem depois. Isso é algo que eu só vou notar segunda, terça-feira.”


Outro dos deputados que aceitou conversar, o secretário de Comunicação do PT, André Vargas (PR), disse que recebeu pressão no Twitter e respondeu a seguidores. “Sim, a medida é impopular. A manifestação contrária é pontual, de pessoas que têm nível de informação”, afirmou. “As pessoas iam reclamar de qualquer jeito. Mas estamos corrigindo um erro de lá atrás, de oito anos sem reajuste.”
Para o deputado, colegas dele se omitiram mesmo tendo interesse no aumento. “É fácil colocar os outros para votar, não aparecer para discutir o regime de urgência nem participar da votação simbólica. O fato é que havia uma injustiça: os deputados são o centro do poder Legislativo e estavam ganhando menos que técnicos que os ajudam em comissões, pessoas que podem acumular rendimentos. Corrigimos o erro.”
Na última quarta-feira (15), deputados e senadores aceitaram elevar seus salários a R$ 26,7 mil por mês –o mesmo recebido por ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), que, no entanto, não recebem verba indenizatória e dinheiro para a contratação de funcionários. Na Câmara, graça a uma decisão da mais alta corte do país, os parlamentares ficaram mais expostos às críticas populares.


Simbologia


Nas duas Casas a votação foi simbólica –ninguém precisou declarar voto. Mas uma alteração no rito, pedida por um grupo de deputados ao STF, obrigou a Mesa da Câmara a colocar para o plenário a aprovação do regime de urgência para sacramentar o aumento salarial. Foram 279 votos favoráveis a acelerar a entrada da medida na pauta, 35 contra e três abstenções. Veja aqui a lista de como votaram os deputados.
No Senado, apenas Marina Silva (PV-AC) se manifestou contra no momento da decisão. Alvaro Dias (PSDB-PR) e José Nery (PSOL-PA) o fizeram apenas depois. Mas enquanto os senadores gozavam da discrição, os deputados ficaram expostos. A deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP), contrária ao aumento, disse ter ouvido nas ruas ameaças a parlamentares e piadas que retratam a descrença na política.
“Foi um abuso que a sociedade só não recebeu pior porque a economia não vai mal. No meu bairro as pessoas fizeram comentários no tom do deboche. Não a mim, porque sabem que sempre votei contra essas coisas, mas dizendo que deputado que aparecer na rua com broche da Câmara corre risco, no mínimo, de agressão verbal. Virou discussão de bar, já não dá para fingirem que não viram no Congresso.”
O candidato derrotado do PV ao governo do Rio de Janeiro, Fernando Gabeira, disse que votou não por achar as condições de trabalho e o salário razoáveis. Ele celebrou os 34 colegas que, junto dele, tentaram derrubar a urgência: achava que não haveria mais de 30 parlamentares contra a medida. “Estamos crescendo”, afirmou. Ele diz que representantes dos policiais também se articularam porque a categoria exigiu melhoria salarial antes e teve a fila cortada pelos deputados e senadores.






FONTE: UOL / Maurício Savarese - Do UOL Notícias - Em São Paulo

Transatlântico que 

frustrou Natal de 

3.000 pessoas ficará 

ancorado no Rio





A Capitania dos Portos informou (20) que o transatlântico MSC Música, que faria um cruzeiro pelas praias nordestinas, com cerca de 3.000 passageiros, ficará atracado no porto do Rio de Janeiro até que o problema que causou o cancelamento da viagem, ontem (19), seja resolvido. Todos os passageiros foram desembarcados.

A empresa MSC Cruzeiro informou que cancelou o cruzeiro devido a uma pane no sistema central de ar-condicionado e garantiu que reembolsará todos os clientes, além de oferecer desconto de 50% em uma próxima viagem pela companhia. Segundo a MSC Cruzeiro, a empresa também disponibilizou transporte para os aeroportos e a rodoviária da cidade.

Ontem, os passageiros contaram que viveram momentos de muita confusão dentro do navio. Os turistas, que pagaram cerca de R$ 2.000 por sete dias de viagem a praias nordestinas, ficaram sem ar-condicionado e água nos banheiros. As bebidas que eram vendidas dentro da embarcação também acabaram e a MSC Cruzeiro só informou sobre o cancelamento do cruzeiro no final do domingo.

"Passamos o dia inteiro no calor. O nosso consumo foi maior e a água acabou, a de beber e a dos banheiros. Ficamos sem suporte nenhum. Até para descer com a mala, eles [os tripulantes] foram desrespeitosos. Chegaram a fazer uma corrente, mas acabaram jogando nossas bagagens. Um absurdo", reclamou uma das passageiras, que mora no Rio e viajaria com o marido.

Para tentar minimizar os danos aos passageiros, a MSC Cruzeiro também informou que arcará com os custos de hospedagem daqueles que não conseguiram retornar para as cidades de origem. A empresa pede para que os gastos com estadia sejam registrados e que os passageiros entrem em contato com os agentes de viagem para facilitar o regresso.










FONTE: UOL / Isabela Vieira - Da Agência Brasil - No Rio de Janeiro