segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Linha Amarela terá que indenizar vítima de ação de bandidos na via expressa



A Lamsa, concessionária que administra a Linha Amarela, foi condenada a pagar R$ 3 mil de indenização, por danos morais, a Anderson e Débora Ramos. No ano passado, eles foram vítimas da ação de bandidos que atiravam das passarelas de pedestres da via expressa pedras nos carros, a fim de pará-los para praticar assaltos. A decisão é da juíza Sônia Maria Monteiro, do 13º Juizado Especial Cível do Fórum Regional do Méier.



Os autores da ação contam que trafegavam pela Linha Amarela, sentido Barra da Tijuca, quando foram surpreendidos por pedras arremessadas por bandidos de uma passarela próxima ao Complexo da Maré. Uma delas atingiu o pneu do veículo. O casal também alega que comunicou o fato a ré, que os orientou a realizar um orçamento do conserto do automóvel, para posterior ressarcimento, o que não aconteceu. Além da indenização por dano moral, Anderson e Débora receberão R$ 100,00 a título de danos materiais.



“No caso em tela, entendo pela não ocorrência da excludente de responsabilidade da culpa exclusiva de terceiro, pois não teriam os meliantes logrado êxito em atingir o veículo dos autores caso a ré prestasse seus serviços com observância do dever de cuidado. A conduta em tela integra o chamado risco do empreendimento assumido pela ré, sendo, no máximo considerado fortuito interno, o que não afasta o dever de indenizar”, destacou a juíza Sônia Maria Monteiro.



Nº do processo: 2009.208.029988-4

 
 
FONTE: TJRJ
Município do Rio terá que pagar indenização por erro médico em posto de saúde



O Município do Rio foi condenado a indenizar uma mulher que perdeu parcialmente a capacidade de movimentos do braço direito após tomar vacina contra febre amarela em um posto de saúde. A decisão é da 18ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio.



O dano ocorreu devido à aplicação incorreta da vacina no Posto de Saúde Dr. Henrique Monat, em Vila Kennedy, Zona Oeste da cidade. Catia Cilene Reglo vai receber R$ 30 mil de indenização por dano moral, além de pensão mensal de 20% do salário mínimo.



Para a desembargadora Leila Albuquerque, relatora do processo, é dever do Município reparar os danos suportados pela autora. “O caso fortuito ou força maior que pode excluir a responsabilidade é aquela que não guarda conexidade com o evento, não sendo o que se verificou no caso da autora. As reações adversas acentuadas apresentadas estão diretamente relacionadas à aplicação da vacina no Posto de Saúde do Município, atividade inerente à atuação do ente público, tendo sido atestada a previsibilidade de sua ocorrência”, ressaltou.



Nº do processo: 0014611-14.2004.8.19.0001

 
 
 
FONTE: TJRJ
Justiça proíbe concorrência de utilizar marca alheia



O desembargador Maldonado de Carvalho, da 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio, concedeu antecipação de tutela em agravo de instrumento para que somente a Viola Show Produções de Eventos, empresa do setor de entretenimento com foco na área sertaneja, produtora de festas e rodeios, utilize a marca “Quintaneja”. A empresa fez o registro no INPI, sob o nº do processo 828472017, em 29/04/2008, para utilizá-la até 2018, mas a concorrente Nuth Empreendimentos, de olho no filão sertanejo, estava se apropriando do nome em seu material de publicidade.



Segundo o magistrado, ainda que não existisse o registro efetivamente deferido pelo INPI, a legislação da propriedade industrial protege e privilegia aquele que primeiro efetua o depósito do pedido de registro naquele Órgão.



Embora, na 1ª instância, o pedido de antecipação de tutela tenha sido indeferido, para o desembargador Maldonado estão presentes os elementos necessários para lastrear o pleito da Viola Show. “O fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação é patente ante a utilização desautorizada da marca alheia, causando confusão no público consumidor, uma vez que a ré promove festas com a expressão “quintaneja”, como bem se vê dos folhetos de propaganda e site da internet”, explica.



Com a decisão, a Nuth está proibida de utilizar a expressão sub judice, em qualquer tipo de propaganda ou manifestações, sob pena de multa no valor de R$ 1 mil por cada uso indevido.


Proc. nº 0049967-63.2010.8.19.0000



 
FONTE: TJRJ
TJRJ declara união homoafetiva entre professoras e direito à herança



A 19ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio confirmou a declaração de união homoafetiva entre as professoras Júlia e Valéria, que viveram juntas por 11 anos, e reconheceu o direito de Valéria à herança do único bem do casal, um apartamento em Campo Grande. Segundo o desembargador Ferdinaldo Nascimento, para enfrentar essa questão, não se pode desprezar os princípios da dignidade da pessoa humana, da liberdade e da busca pela felicidade.



autora da ação alega que, com a morte da companheira, em 07/11/1995, em razão de um infarto fulminante, ficou em uma situação muito difícil, uma vez que passou a sobreviver com um pequeno provento que recebe como professora e somente dispõe do imóvel onde reside como residência própria, não tendo qualquer amparo por parte dos familiares da falecida.



Valéria afirma, ainda, que sempre foram aceitas em seu grupo de convívio, inclusive pelos cunhados e outros membros da família. Elas trabalhavam como professoras e dividiam as despesas do lar de acordo com as suas possibilidades financeiras. Julia possuía maior renda, e Valéria era a responsável pelos afazeres domésticos.



A sentença de 1º grau, do juízo da 3ª Vara Cível Regional de Bangu, foi parcialmente procedente, reconhecendo a sociedade como união homoafetiva e a parcela de apenas 20,62% do imóvel adquirido pelo casal na constância da união. O pedido da autora relativo à herança foi julgado improcedente e o dos réus, irmãos da falecida, que queriam a fixação de uma taxa de ocupação do imóvel em questão foi também julgado improcedente.



Os réus haviam alegado impossibilidade jurídica do pedido. Quanto a essa questão, o desembargador Maldonado afirmou que embora haja a ausência de lei que preveja o direito de herança entre pessoas do mesmo sexo que estejam em união homoafetiva, descabe razão aos réus, “pois, segundo a regra do art. 4º da Lei de Introdução ao Código Civil, sempre que houver omissão legislativa, cabe ao magistrado decidir o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito”, explicou.



Segundo o magistrado, 50% do imóvel já pertencia à autora mesmo antes do óbito de sua companheira. “Conforme se infere da certidão de ônus reais acostada nos autos, o bem foi adquirido em partes iguais, na razão de metade para cada uma, posto que as proprietárias não fizeram constar percentuais diferenciados na ocasião do registro”.



O desembargador afirma que a autora tem direito à totalidade da herança deixada pela falecida, correspondente aos outros 50% do imóvel. “Não podemos tratar a presente causa como mera sociedade de fato, eis que Valeria e Julia não se uniram com affectio societatis e sim a partir de laços de amor, afeto e intimidade com o único objetivo de formar uma entidade familiar. A união que perdurou por longos anos se sustentava no afectio maritaris, mesmo em se tratando de pessoas do mesmo sexo”, disse.




Proc. nº 0007309-38.2003.8.19.0204





FONTE: TJRJ
Pai da menina Joanna é preso após decisão da Justiça no Rio



Foi preso na noite desta segunda-feira o serventuário da Justiça André Marins, pai de Joanna Marcenal Marins, 5. Mais cedo, ele e a mulher, Vanessa Maia, tinham sido denunciados pelo Ministério Público sob acusação de tortura e de homicídio qualificado. A Justiça, porém, determinou apenas a prisão preventiva de André.



Com a aceitação da denúncia, terá início o processo judicial que vai apurar a responsabilidade dos dois na morte de Joanna, ocorrida em 13 de agosto, após a menina passar quase um mês em coma.



Segundo a promotora Ana Lúcia Melo, responsável pela denúncia à Justiça, a criança teve convulsões por três dias antes de ser levada ao médico. Ela teve uma meningite causa pelo vírus da herpes.



'Quando ela contraiu meningite, começou a ter convulsões, e ficou por três dias convulsionando em casa sem receber atendimento', disse a promotora, que denunciou o casal por homicídio qualificado por meio cruel com dolo eventual. O dolo eventual significa que o casal assumiu o risco da morte da criança por ter tido uma atitude omissa e não ter procurado ajuda médica imediatamente.



A promotora disse também que a tortura à qual Joanna foi submetida pode ter contribuído para que ela desenvolvesse a doença, já que teria baixado a imunidade da menina.



Laudo elaborado pelo Grupo de Apoio Técnico do Ministério Público constatou que a menina foi vítima de queimaduras provocadas por 'meio físico ou químico' entre o fim de junho e o início de julho. O mesmo documento descartou que a marca nas nádegas da menina tenha sido fruto de uma alergia, como o pai chegou a alegar.



Além disso, pesou o depoimento de uma diarista que trabalhou na casa de Marins. Ela relatou à polícia ter visto, nos dias 13 e 14 de julho, a menina deitada em um tapete no chão, com as mãos e os pés atados com fita crepe e suja de fezes e urina. Ela só foi levada ao hospital no dia 15, segundo o Ministério Público.



A diarista disse ainda, segundo a promotora, ter encontrado diversas peças de roupa sujas de fezes, que indicariam que a menina apresentava descontrole fecal há pelo menos duas semanas. Segundo Melo, essa situação foi causada pelo 'terror psicológico' ao qual a criança foi submetida na casa do pai, com quem morava desde o fim de maio --a Justiça a afastou provisoriamente da mãe por entender que ela sofria de síndrome de alienação parental em grau severo.



A promotora disse que decidiu denunciar a madrasta, que não tinha sido indiciada pela polícia, porque, apesar de a guarda legal ter sido concedida apenas a Marins, ela detinha a guarda de fato da criança.



'A Vanessa residia na mesma casa do André, com quem tem duas filhas, e acompanhava tudo o que era feito na casa', diz.



Melo explicou ainda ter pedido a prisão preventiva do casal por entender que as testemunhas estão sendo intimidadas e devido ao clamor popular. Ela citou que Marins chegou a dizer à imprensa que irá perseguir judicialmente a diarista que depôs contra ele.



A promotora afirmou ainda que a ação inadequada da médica Sarita Fernandes e do falso médico Alex Sandro da Souza Cunha, que atenderam Joanna no hospital RioMar, na Barra da Tijuca, também colaborou para a morte da menina. Os dois já tiveram a prisão preventiva decretada, mas ele está foragido. O pai e a madrasta de Joanna negam as acusações.



FONTE: FOLHA ONLINE - DENISE MENCHEN - DO RIO
Especialistas alertam sobre tratamento humanizado aos animais de estimação



Os cães estão mais humanos. Demasiadamente humanos. Com roupas e nomes de gente, vão à creche de perua escolar, passeiam no shopping, fazem sessões de spa. De melhores amigos foram promovidos a filhos.



"O cachorro é o centro de muitas famílias. É a nova televisão. É ele quem une as pessoas", diz a antropóloga Mirian Goldenberg, autora de, entre outros livros, "De Perto Ninguém é Normal".



Na casa de Ully Caroline Sousa, 27, e Alessandro Alla, 29, ele médico radiologista e ela estudante de medicina, é assim: viagens e restaurantes, só quando a Diva pode.



A mestiça de shih-tzu com maltês tem dois anos e meio e quase os mesmos privilégios de uma criança mimada da sua idade. Dorme com o casal (que não tem filhos), vai à creche de segunda a sexta-feira para ter aulas de adestramento e ganha presentes da Barbie. "Diva é a nossa filhinha", diz a "mãe".



Casais que adotam cachorros são os clientes mais fieis de Vanessa Rodrigues, veterinária dona da creche animal Cãominhando, que chega a ter 150 mensalistas fixos.



No pet shop de luxo de Felipe Faria, no shopping Cidade Jardim, em São Paulo, casais e mulheres sós são os que mais usam o serviço de fraldário, primeiro no Brasil.


Leticia Moreira/Folhapress
Carla Bruni, 2, toma banho de ofurô

 
COMO A GENTE



Não é preciso ir mais longe: sobram evidências para o que os especialistas chamam de antropomorfismo ou humanização -atribuir aos bichos características e sentimentos humanos.



As hipóteses para explicar o fenômeno são muitas. "A configuração da família está mudando. Cresce o número de pessoas sozinhas e com dificuldade de se relacionar", comenta Goldenberg.



Para o psiquiatra Elko Perissinotti, vice-diretor do Hospital Dia do Instituto de Psiquiatria do HC, o contato com animais de estimação tem a mesma função do contato interpessoal: suprir carências afetivas.



"É uma relação benéfica e prazerosa. O simples toque em um animal libera hormônios que aumentam a disposição para contatos sociais, entre outros benefícios."



Da brincadeira divertida para a relação pai e filho é um pulo. Segundo a veterinária e psicóloga Hannelore Fuchs (ela é uma das idealizadoras do projeto Pet Smile, de terapia assistida com animais), o grande atrativo que faz os bichos serem humanizados é que eles são fontes certeiras e inesgotáveis de afeto.



Um cão não reclama se você chegar tarde e sempre está disposto a dar uma volta. "É o relacionamento perfeito. Podemos desabafar sem receber críticas. Colocamos eles no patamar afetivo de seres humanos e preenchemos um vazio", diz Hannelore.



AMOR INCONDICIONAL



A promotora de eventos Sandra Portelo não esconde sua relação com as cadelas Carla Bruni, Isabeau e Nina: "Cachorro é o único amor que a gente compra. É amor incondicional. É polêmico, mas é assim que penso."



E gasta R$ 1.000/mês com as peruagens no pet shop.



Cecy Passos, 40, é dona e empresária da gata Nikole. A bichana de dez anos tem uma carreira de top de botar inveja em adolescentes. Assina linha de produtos felinos, abre desfiles de moda, tem site e seguidores no Twitter.



Tanta fama faz com que muita gente conheça a dona pela gata (e não o contrário). "Vou a todo lugar com ela. Somos uma só. Às vezes, é como se eu tivesse perdido a identidade", diz Cecy.



Aí é que está. O problema não é chamar de filho ou dar regalias ao bicho, segundo o psiquiatra Alvaro Ancona de Faria, professor da Unifesp.



"O problema é idealizar a relação e projetar no animal um comportamento que não é de sua natureza. Como é mais fácil de controlar, a pessoa acha que é uma relação perfeita e acaba ficando desestimulada de criar outros vínculos sociais."



Para cães e gatos, serem tratados como crianças também não faz bem. "As necessidades básicas dos animais podem ser esquecidas", diz Ceres Berger Faraco, veterinária e terapeuta animal.



Em sua clínica, a terapeuta atende famílias com "cachorros-problema". "São cães agressivos e que não podem conviver em grupo. Eles ficam assim porque são tratados como gente."



Não custa passar o lembrete de Cesar Ades, professor do Instituto de Psicologia da USP e um dos pioneiros no estudo de comportamento animal no Brasil: apesar de o contato com bichos fazer bem, nunca vai substituir a relação com outras pessoas.



"São coisas diferentes. O cachorro nos dá coisas que o ser humano não dá, e os animais não dão tudo que os humanos dão. Eles nos dão uma alegria canina. Só isso já é culturalmente válido."






FONTE: FOLHA ONLINE / JULIANA VINES - DE SÃO PAULO
Projeto na USP ajuda cão obeso a emagrecer



Cachorros cada vez mais comilões, mais sedentários e... mais gordos. O "mérito", é claro, é todo dos donos.


"Cães não abrem a geladeira e não vão ao supermercado comprar guloseimas", diz Denise Schwartz, professora da Faculdade de Veterinária e Zootecnia da USP.



Denise coordena um projeto que estuda alterações cardíacas num grupo de cães obesos. Os donos são orientados a estimular a atividade física e promover reeducação alimentar. Uma marca ajuda com a ração diet.



Em dois meses, a golden Teka, 4, perdeu cinco dos 58 kg que tinha -o peso ideal da raça é de cerca de 30 kg.

Patricia Stavis/Folhapress
Teca, uma cadela gordinha, que faz reeducação alimentar no Hospital Veterinário da USP (Universidade de São Paulo)

 
"Ela não queria brincar. Fiquei preocupada", conta a dona Terezinha Embden.



Donos de cães obesos que não se enquadram no perfil da pesquisa também são orientados pela equipe do Hospital Veterinário da USP.




FONTE: FOLHA ONLINE

Estudo mostra como o cérebro se apaixona



Uma revisão de estudos feita na Syracuse University (EUA) revela quais partes do cérebro são estimuladas quando uma pessoa se apaixona. A professora responsável pelo estudo, Stephanie Ortigue, mostra que a paixão causa uma sensação de euforia similar à experimentada por alguém que consome cocaína e também estimula áreas intelectuais do cérebro. O processo de se apaixonar leva um quinto de um segundo.



De acordo com a professora de neurologia, a paixão é uma via de mão dupla entre o coração e o cérebro. Ela diz que a ativação de algumas partes do cérebro gera estímulos no coração e "frio na barriga".



Outros pesquisadores acharam níveis altos de fatores de crescimento de nervos no sangue de casais que haviam acabado de se apaixonar. Essa molécula é importante na química social humana e para o amor à primeira vista. "Isso confirma que o amor tem bases científicas", diz Ortigue.



Essas descobertas são importantes para pesquisas sobre saúde mental porque quando o amor não dá certo, pode haver estresse e depressão. "Entendendo como as pessoas se apaixonam e por que ficam com o coração partido, é possível usar novas terapias", afirmou Origue, em comunicado. "Médicos e terapeutas podem entender melhor as dores dos pacientes apaixonados."



O estudo mostra também as diferentes partes do cérebro que se apaixonam. O amor passional é detonado pela região do cérebro responsável pela sensação de recompensa e pelas áreas cognitivas com funções como a percepção da imagem corporal.





FONTE: FOLHA ONLINE
Osso fraturado não fica mais forte após a cura



Assim como os músculos, o osso humano cresce e se fortalece quando sob pressão, e fica mais fraco quando é pouco utilizado.



Esse conceito --de que os ossos se adaptam à pressão, ou à falta de-- é conhecido como Lei de Wolff. É o motivo pelo qual os astronautas voltam com densidade de ossos reduzida após flutuar na gravidade zero. Da mesma forma, explica por que estudos mostram que jogadores de tênis e esgrimistas desenvolvem maior massa óssea em seus braços e pernas dominantes.



Essa medida adaptável só vai até esse ponto. Apesar de um conceito errôneo, não existem provas de que um osso, depois de quebrado e curado, ficará mais forte do que antes.



Quando um osso é fraturado, ele inicia seu processo de cura formando uma calosidade no local da fratura, onde é depositado cálcio para ajudar na reconstrução, explica Terry D. Amaral, diretor de cirurgia ortopédica pediátrica do Centro Médico Montefiore, em Nova York. Na maior parte dos casos, um gesso é aplicado para proteger o local fraturado.



Como não há peso ou pressão sobre o membro, porém, ele se torna mais fraco exceto pelo local da calosidade, onde o cálcio está sendo depositado.



"A região em processo de recuperação passa por uma rápida mineralização, mas como você não pode usá-la, o restante do osso é desmineralizado", disse Amaral.



Como resultado, pode haver um breve período no processo de cura onde o local da fratura fica mais forte que o osso à sua volta. Eventualmente, toda a região atinge uma resistência igual, e o local da fratura não tem uma probabilidade maior e nem menor de quebrar novamente. Amaral afirma que, em estudos onde ossos curados foram submetidos a forças de torção e flexão, eles quebraram em qualquer lugar, incluindo o local da fratura.



"Não se pode afirmar que os ossos curados fiquem mais fortes ou mais fracos que o restante dos ossos", disse ele.



A conclusão: ossos curados não ficam mais fortes do que eram antes da fratura.





FONTE: FOLHA ONLINE / ANAHAD O'CONNOR - DO "THE NEW YORK TIMES"
Mulheres dependentes de álcool passam mais tempo internadas do que homens



As mulheres passam mais tempo internadas em decorrência do alcoolismo do que os homens, segundo estudo realizado na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da USP.



Conduzida pelo professor Richardson Machado, a pesquisa analisou 2.203 pacientes de 56 municípios de Minas Gerais e levantou que o tempo médio de internação de uma mulher é de 24,4 dias, enquanto o do homem é de 22,2 dias.



Segundo o professor, o tempo de internação maior entre as mulheres pode ser explicado por duas causas principais. Primeiro, "pelas próprias proporções anatômicas, a mulher é bem menor do que o homem, apresenta-se mais frágil e sofre mais com o efeito do álcool, o que requer um tempo maior para a recuperação."



A mudança de comportamento e identidade cultural da mulher nos últimos anos pode ser outro motivo determinante para a constatação. "Antes, a mulher que bebia era mal vista, hoje tal hábito não é condenado", disse Machado.



O trabalho ainda destacou que a idade dos pacientes caiu gradativamente no período estudado, entre 1980 e 2008.



A estudo observou 34 internações de jovens entre 10 e 20 anos. Além disso, o professor relatou casos de crianças de 10 anos internadas nos último cinco anos, o que não acontecia antes. De acordo com ele, "as crianças estão sendo tratadas pela sociedade como adultos mais cedo. Isso as leva a assumirem hábitos de consumo dos adultos".



A pesquisa foi baseada em dados do sistema eletrônico de internações hospitalares da Clínica Psiquiátrica São Bento Menni, que serve de referência para as internações psiquiátricas hospitalares pelo SUS (Sistema Único de Saúde).



Apesar do maior tempo de internação do sexo feminino, o número de homens internados ainda é bem maior. Eles representam 82,4% dos internados, o que, para Machado, já era esperado, uma vez que eles se arriscam mais e têm maior pressão para se ajustar ao grupo de amigos.






FONTE: FOLHA ONLINE / com AGÊNCIA USP - COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Terapia com cães ajuda na recuperação de pacientes com dano cerebral


O tratamento com a ajuda de animais pode colaborar para a recuperação de pessoas que sofreram danos cerebrais. Na localidade de Lleida, no norte da Espanha, um grupo de pessoas se reúne uma vez por semana com cães de um abrigo.



O objetivo da ação é promover maior integração entre os pacientes, já que grande parte deles sofre de isolamento social. A psicóloga Olga Gelonch, uma das responsáveis pelo trabalho, revela que os pacientes estabelecem "vínculos afetivos com os animais".



Neste dia 26 de outubro se celebra o Dia Mundial do Dano Cerebral Adquirido, um termo que é utilizado para agrupar acidentes às diferentes lesões do cérebro por tumores.





FONTE: FOLHA ONLINE / DA EFE
Golfinhos aprendem a "andar" sobre a água por diversão, diz estudo



Golfinhos selvagens estão aprendendo naturalmente a "andar" sobre a água na Austrália, em um caso de aparente transmissão de conhecimento destinado à diversão, e não à sobrevivência.



Seis golfinhos já foram vistos no rio Port, em Adelaide, dominando a técnica - que consiste em bater a cauda de forma furiosa, forçando o corpo verticalmente para a superfície.



O comportamento não parece ter qualquer benefício evidente em termos práticos, como a obtenção de alimento, dizem cientistas que trabalham na Sociedade de Conservação das Baleias e dos Golfinhos (WDCS, sigla em inglês).



A descoberta foi feita pelo cientista Mike Bossley, da WDCS, que passou 24 anos estudando os golfinhos que vivem no rio Port. Nos últimos anos, Bossley observou duas fêmeas adultas, batizadas de Billie e Wave, tentando andar sobre a água.



Agora, quatro outros espécimes, incluindo filhotes, foram registrados tentando aprender o truque dos adultos. Eles já foram vistos treinando, embora com menos sucesso.

Marianna Hawkes /BBC
Golfinhos aprendem a "andar" sobre a água por diversão, diz estudo




TRUQUE RARO



O ato de bater a cauda n'água para erguer o corpo de forma vertical e se movimentar em seguida é visto facilmente entre golfinhos mantidos em cativeiro e treinados para fazer truques, mas isto é difícil na vida selvagem.



De acordo com a WDCS, além de Billie e Wave, somente um outro golfinho adulto havia sido visto "andando" no rio Port ao longo de milhares de horas de observações científicas, e mesmo assim, por uma única vez.



Acredita-se que Bille tenha aprendido o "andar" em um curto período no qual ela esteve mantida em cativeiro, antes de ser levada de volta à vida selvagem.


WDCS Barbara Saberton/BBC
Golfinhos selvagens estão aprendendo a "andar" sobre a água na Austrália, em caso de transmissão de conhecimento
 
 
 
Ela transmitiu o comportamento para Wave, e agora as duas parecem passar o aprendizado para uma comunidade mais ampla.



Os fotógrafos da WDCS Marianna Boorman e Barbara Saberton recentemente documentaram o filhote de Wave, batizado de Tallula, também tentando "andar" sobre a água.



O truque também está sendo tentado por outra fêmea, chamada Bianca, e por dois filhotes, Hope e Bubbles. Todos podem ser vistos diariamente tentando aplicar a técnica.



CHIMPANZÉS E ORCAS



Entre as espécies conhecidas por transmitirem comportamentos, estão os chimpanzés, que aprenderam a "pescar" cupins com varas. Já as orcas ensinam várias técnicas, como para caçar focas, por exemplo.



No entanto, há poucos exemplos documentados de animais passando "culturalmente" comportamentos que não sejam relacionados com a busca de comida.



Segundo Bossley, a técnica dos golfinhos de "andar sobre a água" parece ser exclusivamente destinada à diversão.



"A cultura, no sentido amplo do temo, definido como 'aprender a característica comportamental de uma comunidade' está sendo agora frequentemente apresentada no rio Port", diz.






FONTE: FOLHA ONLINE / da BBC Brasil
Vírus artificial pode ser usado para criar vacinas com menos reações, diz cientista



A descoberta do vírus artificial poderá abrir caminho para vacinas mais inofensivas, que não precisarão utilizar partes de vírus vivos, reduzindo assim o perigo de reações adversas.



A previsão é do cientista Eckard Wimmer, criador do vírus artificial. Em palestra para pesquisadores da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), no Rio, na última quinta-feira, ele disse que os vírus sintetizados também poderão ser usados para a terapia genética.



"Eu acredito que haverá uma revolução na criação de novas vacinas. Também na terapia genética os vírus poderão levar até as células determinadas proteínas que o paciente não consiga fabricar ou que sintetize de forma insuficiente", afirmou.



Por outro lado, o cientista alerta que os avanços na tecnologia também podem possibilitar a criação de vírus modificados, que poderão ser usados tanto para a cura de doenças quanto para a criação de armas biológicas por terroristas.



"Um governo hostil, com dinheiro suficiente para comprar conhecimento, pode fazer isso [desenvolver arma biológicas]. É apenas uma questão de esperança, que isso não venha a acontecer. Não existe maneira de evitar que um grupo forte e perigoso faça como aconteceu anos atrás no Japão [quando terroristas espalharam gás sarin no metrô de Tóquio, em 1995, matando 12 pessoas e intoxicando 6 mil]. Os governos devem se preocupar em investigar e se infiltrar nesses grupos", advertiu o cientista, nascido na Alemanha e atualmente residente nos Estados Unidos, onde desenvolveu suas pesquisas.



Em 2002, ele anunciou o desenvolvimento do primeiro vírus artificial, por meio da manipulação do vírus da poliomielite. Na época, chegou a ser criticado por muitos setores, principalmente o religioso, com afirmações de que estaria "brincando de Deus", ao tentar criar a vida.



Wimmer disse que isso o deixou muito irritado, mas que atualmente a tecnologia já está mais bem compreendida e as críticas praticamente desapareceram.



O cientista comentou ainda os surtos de superbactérias, que atingem hospitais no Brasil e em outros países.



"Essas bactérias foram criadas por nós mesmos. É nossa culpa que elas estejam se proliferando. Nós tomamos muitos antibióticos e isso criou resistência. O que elas estão fazendo [criando variações] é apenas se defendendo", opinou.





FONTE: FOLHA ONLINE / DA AGÊNCIA BRASIL
Evidências sobre universo paralelo podem surgir em breve, dizem cientistas do Cern


Os físicos que investigam a origem do universo esperam ter, no ano que vem, as primeiras provas da existência de conceitos caros aos escritores de ficção científica, como mundos ocultos e dimensões extras.



À medida que o Grande Colisor de Hádrons (LHC) do Cern, nas proximidades de Genebra, na Suíça, opera com uma força maior, eles falam cada vez mais sobre uma "Nova Física" no horizonte, que poderia mudar por completo os pontos de vista atuais sobre o universo e o seu funcionamento.



"Universos paralelos, formas desconhecidas de matéria, dimensões extras... Isso não é coisa de ficção científica barata, mas teoria física muito concreta que os cientistas tentam confirmar com o LHC e outros experimentos."



Isso foi o que escreveram os integrantes do Grupo de Teoria do centro internacional de pesquisa no boletim direcionado aos funcionários do Cern este mês.



Enquanto as partículas se chocam no vasto complexo subterrâneo do LHC a energias cada vez maiores, os "extra bits do universo" --se é que eles existem como o previsto-- poderão ser vistos no computador, afirmam os teóricos.



O otimismo é crescente entre as centenas de cientistas que trabalham no Cern, ao longo da fronteira entre França e Suíça, numa experiência de US$ 10 bilhões, que inicialmente apresentou problemas, mas este ano vem cumprindo suas metas.



COLISÃO DE PRÓTONS



Em meados de outubro, disse o diretor-geral Rolf Heuer à equipe no último fim de semana, os prótons eram colididos ao longo do anel subterrâneo de 27 quilômetros a uma taxa de 5 milhões por segundo --duas semanas antes da data prevista para esse número.



No ano que vem, as colisões ocorrerão --se tudo continuar seguindo bem-- a uma taxa que produzirá o que os físicos chamam de "femtobarn inverso", mais bem descrito como uma quantidade colossal de informações para a avaliação dos analistas.



As colisões recriam o que aconteceu numa minúscula fração de segundo após o "Big Bang" primordial, 13,7 bilhões de anos atrás, que gerou o universo que conhecemos hoje e tudo o que ele contém.



Depois de séculos de observações cada vez mais sofisticadas da Terra, apenas 4% do universo é conhecido --porque o restante é formado pelo que tem sido chamado de matéria escura e energia escura (porque são invisíveis).






FONTE: FOLHA ONLINE / DA REUTERS


Notícia divulgada em 20/10/2010 - 15h24