quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Papa quer salvar cristã condenada à morte por

 enforcamento no Paquistão



O papa Bento 16 pediu nesta quarta-feira a libertação de Asia Bibi, mãe de cinco filhos condenada à morte por enforcamento, no Paquistão, por blasfêmia.
"Me sinto próximo a Asia Bibi e sua família, e peço que seja libertada o mais rápido possível", declarou o pontífice.


Reuters
Retrato feito por familiares da paquistanesa cristã Asia Bibi, 45, condenada ao enforcamento por blasfêmia


Asia Bibi foi condenada à morte no dia 11 de novembro por um tribunal de Nankana, distrito da província central de Punjab, a 75 km de Lahore, capital cultural do país.


Segundo associações de defesa dos direitos humanos, é a primeira vez que uma mulher é condenada à morte por blasfêmia no Paquistão. Um casal foi condenado à prisão perpétua no ano passado pela mesma acusação.

Bento 16 fez um apelo à "comunidade internacional" para que considere "a difícil situação dos cristãos no Paquistão, onde frequentemente são vítimas de violência e discriminação".

O Paquistão nunca executou um réu por blasfêmia, mas o caso joga luz sobre a polêmica lei islâmica do país, que incentivaria a ação de extremistas.

ENTENDA

O processo de Asia começou em junho de 2009, quando ela foi buscar água enquanto trabalhava no campo. Um grupo de camponesas muçulmanas, no entanto, protestou, afirmando que uma mulher não muçulmana não deveria tocar o jarro d'água do qual elas também beberiam.

Dias depois, o grupo de muçulmanas procurou um clérigo local e denunciou Asia, indicando que ela teria feito comentários depreciativos sobre o profeta Maomé. O sacerdote, por sua vez, procurou a polícia local, e uma investigação foi aberta.

Cerca de 3% da população paquistanesa, que chega a 167 milhões de pessoas, é composta por não muçulmanos.



CASO SAKINEH

O caso de Asia Bibi pode ganhar repercussão internacional após a polêmica gerada em torno de outra condenação à morte, no Irã, de Sakineh Mohammadi Ashtiani.

O caso de Sakineh, de 43 anos, atraiu a atenção do mundo inteiro, em uma campanha que mobilizou inúmeros governos e entidades humanitárias. Considerada culpada de adultério pela Justiça iraniana, ela foi condenada à morte por apedrejamento, mas a pena acabou sendo suspensa no início de setembro.

AP
A iraniana condenada à morte por adultério; ativistas em todo o mundo criticam e protestam contra o julgamento no Irã


No final do mês passado, autoridades locais anunciaram o castigo de enforcamento como punição pela participação na morte do marido. A medida foi logo retificada pela Chancelaria do Irã, a qual afirmou que as formalidades legais do processo ainda não estavam concluídas.

Entre os que tentaram intervir estiveram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que pediu a libertação de Sakineh e ofereceu-lhe asilo. Em resposta, o governo de Mahmoud Ahmadinejad afirmou que o brasileiro estava "desinformado" sobre o caso.




FONTE: FOLHA.COM / 
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS



Notícia divulgada em 17.11.2010


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