quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Barbosa sobe o tom contra Lewandowski: "Vamos parar com esse jogo de intrigas"


O ministro Joaquim Barbosa, relator do processo do mensalão, subiu o tom contra Ricardo Lewandowski, revisor do julgamento realizado no Supremo Tribunal Federal (STF), em sessão nesta quarta-feira (12).

Barbosa ficou incomodado com o encaminhamento do voto de Lewandowski sobre Geiza Dias, ex-funcionária da SMP&B. Para o relator, Lewandowski insinuou que ele não deu espaço ao contraditório, ou seja à defesa dos réus.

“Vossa excelência está insinuando que eu não fiz isso? Leia o meu voto”, afirmou, citando que o colega 'repete' o que sai na imprensa. “Isso aqui não é uma academia! Vamos parar com essas... Com esse jogo de intrigas”, criticou Barbosa.

Lewandowski respondeu: “Vossa excelência quer que eu pare de examinar o processo?” O relator, então, replicou: “Eu quero que vossa excelência faça seu voto de maneira sóbria”. Na sequência, o revisor disse estar “perplexo” com as afirmações de Barbosa, que, para ele, fez "uma ilação totalmente descabida”. “Eu não tenho perdido a oportunidade de elogiar a clareza do voto de vossa excelência", disse Lewandowski.

Durante o intervalo da sessão desta quarta, Lewandowski disse que "cada um tem a sua visão". Sobre as supostas "intrigas" citadas pelo relator, disse "eu nem percebi isso".

Enquanto o relator condenou a ré Geiza Dias, Lewandowski a absolveu, contrariando o colega pela terceira vez desde o início do julgamento.

Outros desentendimentos já aconteceram entre os ministros desde o início de análise do processo, no começo de agosto.

Antes, ao Lewandowski indicar que iria inocentar Dias, o relator criticou o delegado da Polícia Federal Luís Flávio Zampronha, que presidiu o inquérito do mensalão e, em entrevista à "Folha de S. Paulo", defendeu a inocência da ré.

"Veja como as coisas são bizarras neste país. Um delegado preside um inquérito, e na véspera do julgamento ele vai à imprensa e diz que esse e outro réu não deveriam ter sido indiciados. Isso é um absurdo. Em qualquer país decentemente organizado um delegado como esse estaria no mínimo suspenso, no mínimo", disse o relator.


Lavagem de dinheiro

O STF retomou o julgamento com o voto do revisor sobre os réus ligados ao Banco Rural e ao grupo de Marcos Valério acusados de crime de lavagem de dinheiro. Além de Geiza, Lewandowski votou pela absolvição de Ayanna Tenório, ex-presidente do Banco Rural.

Na última sessão, realizada na segunda-feira (10), Joaquim Barbosa votou pela condenação de nove réus: Marcos Valério; seus ex-sócios, Ramon Hollerbach, Cristiano Paz e Rogério Tolentino; e suas ex-funcionárias Geiza Dias e Simone Vasconcellos, diretora financeira da SMP&B. Barbosa também votou pela condenação de Kátia Rabello, ex-presidente do Banco Rural; José Roberto Salgado, ex-vice-presidente operacional; e Vinícius Samarane, ex-diretor e atual vice-presidente da instituição.

De acordo com a Procuradoria Geral da República, autora da denúncia, os dirigentes do Banco Rural viabilizaram, junto com o grupo de Marcos Valério, “mecanismos e estratagemas” para omitir os registros no Banco Central dos verdadeiros beneficiários e sacadores dos recursos movimentados por meio de empréstimos fraudulentos.

O dinheiro alimentava o "valerioduto", esquema pelo qual contas bancárias das empresas de Valério eram usadas para a distribuição do dinheiro que teria sido usado para comprar o apoio de parlamentares no primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva.


Entenda o mensalão

O caso do mensalão, denunciado em 2005, foi o maior escândalo do primeiro mandato de Lula. O processo tem 38 réus --um deles, contudo, foi excluído do julgamento no STF, o que fez o número cair para 37-- e entre eles há membros da alta cúpula do PT, como o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil).

No total, são acusados 14 políticos, entre ex-ministros, dirigentes de partido e antigos e atuais deputados federais.

O grupo é acusado de ter mantido um suposto esquema de desvio de verba pública e pagamento de propina a parlamentares em troca de apoio ao governo federal.

O esquema seria operado pelo empresário Marcos Valério, que tinha contratos de publicidade com o governo federal e usaria suas empresas para desviar recursos dos cofres públicos. Segundo a Procuradoria, o Banco Rural alimentou o esquema com empréstimos fraudulentos.

O tribunal vai analisar acusações relacionadas a sete crimes diferentes: formação de quadrilha, lavagem ou ocultação de dinheiro, corrupção ativa, corrupção passiva, peculato, evasão de divisas e gestão fraudulenta.


FONTE: UOL NOTÍCIAS / *Colaboraram Fernanda Calgaro, em Brasília, e Guilherme Balza, em São Paulo

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Justiça da Suíça devolverá parte da fortuna de Lalau



Depois de 12 anos de investigações e processos, a Justiça suíça devolverá aos cofres públicos brasileiros parte da fortuna do ex-juiz Nicolau dos Santos Neto que estava no paraíso fiscal há duas décadas.

O Tribunal Federal suíço rejeitou ontem, terça-feira, o terceiro recurso apresentado pelo ex-juiz e decidiu que seus ativos deverão ser repatriados para o Brasil. Desta vez, não cabe recurso e os US$ 6,8 milhões que estavam congelados em Genebra devem ser transferidos nas próximas semanas.

O caso surgiu em 2000, quando o então procurador de Genebra, Bernard Bertossa, passou a suspeitar de uma movimentação milionária na sucursal do banco Santander de Genebra, não condizente com o salário do ex-juiz. O procurador informou as autoridades brasileiras, que já haviam iniciado a investigação sobre o desvio de verbas nas obras do TRT de São Paulo.

As investigações mostraram que, entre 1991 e 1994, 18 transações levaram para a Suíça US$ 6,8 milhões para contas do ex-juiz e de sua esposa. A movimentação seria apenas parte de um esquema que levou para fora do Brasil milhões de dólares, inclusive para os Estados Unidos.


Recurso

Em 2005, Lalau seria condenado no Brasil por lavagem de dinheiro e desvio de fundos públicos. Mas isso seria apenas parte do processo em busca do dinheiro desviado. A União abriu um processo em Genebra para reaver o dinheiro desviado que já estava bloqueado na Suíça.

O ex-juiz usou de todos os mecanismos legais para impedir a repatriação do dinheiro. Apresentou três recursos em diversas instâncias na suíça. Agora, a corte máxima do país confirmou que o dinheiro deve ser devolvido ao Brasil.

No último recurso, o ex-juiz e sua esposa alegaram que não tiveram o direito de serem ouvidos pelo tribunal. A corte rejeitou essa tese e alegou que o recurso não poderia ser considerado.

Yves Klein, um dos advogados em Genebra que atuou à pedido do governo brasileiro, explicou à reportagem que o dinheiro será colocado à disposição do governo de Genebra para então ser transferido para o Brasil. Segundo ele, a Justiça reconheceu que o dinheiro vinha dos fundos desviados da construção do TRT em São Paulo.

"Os milhões confiscados serão transferidos para o Brasil nas próximas semanas", confirmou o advogado. O dinheiro irá para a União, já que o dinheiro para as obras do TRT vinha de Brasília. O volume repatriado ainda não faria parte do acordo que o ex-juiz teria fechado com a AGU. Lalau cumpre atualmente prisão domiciliar. Procurado, o advogado do juiz Nicolau dos Santos Neto, Celmo de Assis Pereira, não se pronunciou. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.


FONTE: UOL / Jamil Chade | Agência Estado

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Relíquia com sangue do Beato João Paulo II roubada e encontrada logo depois


Um relicário com uma ampola contendo um pouco de sangue do Beato Papa João Paulo II foi roubado na terça-feira 28 de agosto, na localidade de Marina di Cerveteri (Itália), enquanto era transladada de trem a um Santuário ao norte de Roma.

Felizmente as autoridades policiais conseguiram recuperá-la poucas horas depois do furto.

O Padre Augusto Baldini, sacerdote encarregado do transporte da relíquia, disse às autoridades que foi distraído no trem em que viajava por três homens que lhe perguntaram endereços e que desceram algumas estações antes que ele.

Ao descer do trem, o sacerdote se deu conta de que sua mochila tinha desaparecido.

As autoridades encontraram a relíquia sem a mochila, entre uns arbustos perto da estação da ferrovia de Marina di Cerveteri.

A polícia, que ainda não identificou os autores do roubo, não tem claridade sobre o que fizeram os ladrões, se deixaram o frasco por não saber seu conteúdo ou se planejavam retornar para recuperá-lo mais tarde.

Na ampola "está guardado o sangue extraído do Papa depois do ataque de 13 de maio de 1981", explicou o sacerdote.

A relíquia foi exposta à veneração pública pela primeira vez no dia 1 de maio de 2011, durante a beatificação do Papa João Paulo II, falecido no dia 2 de abril de 2005.


FONTE: DOM TOTAL

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Médicos deverão seguir desejo de pacientes terminais contrários a tratamento 'fútil'



Classificada como "resolução histórica", os médicos serão obrigados a seguir o desejo de pacientes em fase terminal que não quiserem tratamentos "excessivos e fúteis".

O CFM (Conselho Federal de Medicina) divulgou nesta terça-feira resolução que estabelece a chamada "diretiva antecipada de vontade". Na prática, os médicos deverão registrar no prontuário, quando o paciente quiser, quais são os tratamentos aplicados em casos terminais e seguir o desejo da pessoa. A ideia é evitar situações que pacientes ficam meses, sem cura, em estado terminal por conta de aparelhos.

"As pessoas que queriam morrer em paz estavam sendo levadas para UTI e eram entubadas, ressuscitadas e impedidas de morrer naturalmente", diz o presidente do CFM, Roberto d'Avila.

D'Avila disse que isso ocorre em muitos casos "por pressão do princípio médico de que temos que fazer tudo para salvar um paciente e dos pedidos da família para se fazer tudo que fosse possível". "Defendemos a ideia da morte natural, sem a intervenção tecnológica inútil e fútil, que pode acalmar a família. Mas não está fazendo a vontade do paciente, que somente quer não sentir dor e não ficar nervoso e deixá-lo partir sem nenhuma amarra", diz o médico.

O presidente do CFM classifica de tratamento "fútil" aquele que "não dá a possibilidade de voltar ao estado de saúde prévio", como ocorre em casos de doença terminal.

Segundo o conselho, o desejo do paciente deve prevalecer em relação ao da família. "É o que eu, sadio, quero que façam comigo quando eu estiver morrendo. As vontades do paciente registrados no prontuário estão acima da vontade familiar. O médico obedece ao paciente", diz o presidente do CFM.

A resolução valerá sobretudo em casos "na fase final da vida e na fase final de uma doença". Segundo d'Avila, o paciente não será "abandonado". "Em vez colocar no respirador e deixá-lo morrer na UTI meses depois, eu posso fazer cuidados paliativos para não deixá-lo sofrer e deixá-lo morrer na hora certa. A pessoa não será abandonada."

De acordo com o presidente do CFM, a vontade do paciente pode também ter validade em casos que não sejam de doença terminal, mas um acidente que deixe a vítima em estado vegetativo. "Eu posso até dizer que não quero que façam nada quando eu entrar em estado vegetativo, mas não posso desfazer quando já estiver feito esse tratamento".


CONSEQUÊNCIAS JURÍDICAS

O CFM diz que não se preocupa com as consequências jurídicas, caso uma família reclame de negligencia médica por ter respeitado a vontade do paciente e não tê-lo colocado em tratamentos excessivos.

"Não estamos preocupados com a questão jurídica. Se estivéssemos, falaríamos para o médico registrar no cartório e diríamos: 'Médicos, protejam-se'. O que queremos é saber a vontade do paciente", afirma o presidente do CFM.



FONTE: FOLHA.COM / FILIPE COUTINHO - DE BRASÍLIA

sexta-feira, 24 de agosto de 2012


Escritura reconhece união afetiva a três 

Foi divulgada essa semana uma Escritura Pública de União Poliafetiva que, de acordo com a tabeliã de notas e protestos da cidade de Tupã, interior de São Paulo, Cláudia do Nascimento Domingues,  pode ser considerada a primeira que trata sobre uniões poliafetivas no Brasil. Ela, tabeliã responsável pelo caso, explica que os três indivíduos: duas mulheres e um homem, viviam em união estável e desejavam declarar essa situação publicamente para a garantia de seus direitos. 

Os três procuraram diversos tabeliães que se recusaram a lavrar a declaração de convivência pública.  “Quando eles entraram em contato comigo, eu fui averiguar se existia algum impedimento legal e verifiquei que não havia. Eu não poderia me recusar a lavrar a declaração. O tabelião tem a função pública de dar garantia jurídica ao conhecimento de fato”, afirma.

Ela conta também que se sentiu bastante a vontade para tornar pública essa união envolvendo três pessoas, já que havia um desejo comum entre as partes, se tratava de pessoas capazes, sem envolvimento de nenhum menor e sem litígio. “Internamente não havia dúvida de que as três pessoas consideravam viver como entidade familiar e desejavam garantir alguns direitos. Minha dúvida é com as questões externas à relação. Não há legislação que trate sobre o assunto. A aceitação envolve a maturação do direito. Nesse caso, foi preciso atribuir o direito a partir de um fato concreto. Será que haverá algum questionamento?” reflete.

Para a vice- presidente do Instituto Brasileiro de Família, IBDFAM, Maria Berenice Dias, é preciso reconhecer os diversos tipos de relacionamentos que fazem parte da nossa sociedade atual.  “Temos que respeitar a natureza privada dos relacionamentos e aprender a viver nessa sociedade plural reconhecendo os diferentes desejos”, explica.

Maria Berenice não vê problemas em se assegurar direitos e obrigações a uma relação contínua e duradoura, só por que ela envolve a união de três pessoas. “O princípio da monogamia não está na constituição, é um viés cultural. O código civil proíbe apenas casamento entre pessoas casadas, o que não é o caso.  Essas pessoas trabalham, contribuem e, por isso, devem ter seus direitos garantidos. A justiça não pode chancelar a injustiça”, completa.


A ESCRITURA

“Os declarantes, diante da lacuna legal no reconhecimento desse modelo de união afetiva múltipla e simultânea, intentam estabelecer as regras para garantia de seus direitos e deveres, pretendendo vê-las reconhecidas e respeitadas social, econômica e juridicamente, em caso de questionamentos  ou litígios surgidos entre si ou com terceiros, tendo por base os princípios constitucionais da liberdade, dignidade e igualdade.” A frase retirada da Escritura Pública Declaratória de União Poliafetiva resume bem o desejo das partes em tornar pública uma relação que consideram familiar e de união estável. A partir dessa premissa, a escritura trata sobre os direitos e deveres dos conviventes, sobre as relações patrimoniais bem como dispõe sobre a dissolução da união poliafetiva e sobre os efeitos jurídicos desse tipo de união.

A partir da união estável, a escritura estabelece um regime patrimonial de comunhão parcial, análogo ao regime da comunhão parcial de bens estabelecido nos artigos 1.658 a 1.666 do Código Civil Brasileiro.  Nesse caso, eles decidiram que um dos conviventes exercerá a administração dos bens. Dentre os direitos e deveres dos conviventes está a assistência material e emocional eventualmente para o bem estar individual e comum; o dever da lealdade e manutenção da harmonia na convivência entre os três.



Fonte: Assessoria de Comunicação do IBDFAM

Data: 21.08.2012

quinta-feira, 16 de agosto de 2012


AP 470: STF declara nulidade de processo contra o réu Carlos Alberto Quaglia


O Supremo Tribunal Federel (STF) declarou, por unanimidade, a nulidade do processo movido pelo procurador-geral da República contra Carlos Alberto Quaglia, réu na Ação Penal (AP) 470, a partir da fase da defesa prévia. Com a decisão, o processo será remetido para a primeira instância, onde a instrução criminal deverá ser realizada novamente. O tribunal entendeu que ficou caracterizada a ocorrência de cerceamento à defesa do acusado, uma vez que o advogado constituído pelo réu não foi devidamente intimado e deixou de participar de atos realizados ao longo da instrução - como a oitiva de testemunhas e a formulação das alegações finais.
 
A questão foi definida em preliminar da AP 470, na qual o plenário acompanhou o voto do revisor da ação, ministro Ricardo Lewandowski. Segundo o ministro, ficou evidenciado que o direito constitucional do réu de ser defendido pelo advogado que escolheu, lhe foi negado, porque o Supremo Tribunal Federal intimou advogados que já não lhe representavam mais, a despeito da existência de registros suficientes para caracterizar a constituição de um novo defensor.
 
Troca de defensores
 
A Defensoria Pública da União (DPU) - responsável pela representação de Carlos Alberto Quaglia junto ao STF - alegou que o denunciado compareceu a interrogatório, realizado em janeiro de 2008, acompanhado de Haroldo Rodrigues, e comunicou que este seria seu novo advogado, fazendo a informação constar em ata e juntando a procuração ao processo no dia seguinte. Com isso, sustentou a defensoria, estaria revogada a nomeação dos antigos defensores de Quaglia, constituídos anos antes, em julho de 2006. O voto do ministro-revisor da ação penal sustentou que a juntada da nomeação de um novo advogado implica a revogação tácita da nomeação anterior, ocorrendo ainda a revogação expressa da procuração dos antigos advogados constituídos, devidamente registrada nos autos.
 
Segundo Lewandowski, caracterizou-se uma falha processual, uma vez que por quase três anos, de janeiro de 2008 a dezembro de 2010, o advogado intimado foi incorreto. Foram necessários esses anos para que os advogados anteriormente constituídos renunciassem, porque eram intimados e não eram mais responsáveis pela causa. Com isso, foi nomeada responsável pela causa a Defensoria Pública. A nomeação da defensoria só deveria ocorrer se o réu não tivesse advogado nomeado, afirmou o ministro-revisor.
 
Cerceamento de defesa
 
Um dos prejuízos da falha na intimação do advogado constituído por Quaglia para sua defesa teria sido, na alegação da defensoria, a impossibilidade de este ter apresentado as alegações finais do réu ao fim da instrução judicial. As alegações finais constituem parte essencial da defesa técnica do advogado, sustentou Lewandowski em seu voto, resgatando a jurisprudência da Corte para mostrar que, num primeiro momento, se entendia que as alegações finais eram meras peças de retórica, e apontando uma evolução na qual a Suprema Corte começou a entendê-la como peça essencial da defesa. As alegações finais, afirmou o ministro, devem ser assinadas pelo advogado constituído voluntariamente pela parte.
 
Além da alegação da defensoria de que o advogado constituído pelo réu não pôde acompanhar os depoimentos das testemunhas convocadas pela acusação, o ministro-revisor sublinhou que o réu foi privado do direito que fazer ouvidas as testemunhas por ele arroladas. A defesa manteve-se em silêncio sobre a oitiva de testemunhas porque o despacho sobre o tema foi feito no nome dos advogados que não mais representavam o réu. "O prejuízo para a defesa ganha maior relevância porque as acusações de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha têm sustentáculo exclusivamente em depoimentos testemunhais, de forma que o acompanhamento pelo advogado era medida que se fazia imperiosa", sustentou o ministro Lewandowski, observando que o prejuízo para a defesa é patente.
 
Concluiu o revisor que ocorreu uma nulidade absoluta de caráter insanável, que provocou evidente prejuízo ao réu. Sem poder escolher seu defensor, teve atingidos seu direito ao exercício do contraditório e da ampla defesa.
 
A posição foi acompanhada por unanimidade pelos demais ministros. O ministro Celso de Mello reforçou, ao final do julgamento da preliminar, que a declaração de nulidade não contamina formalmente os demais atos praticados no processo, restringindo-se àqueles praticados em relação ao réu Carlos Alberto Quaglia.
 
O relator do processo, ministro Joaquim Barbosa, inicialmente pronunciou-se pela rejeição da preliminar, porém, ele reajustou seu voto durante o julgamento e acompanhou o entendimento do revisor para decretar a nulidade processual quanto a Quaglia.

FONTE: MAGISTER


sexta-feira, 10 de agosto de 2012

MENSALÃO


O que é?

Segundo o Ministério Público, era o esquema de pagamento de propina a parlamentares para que votassem a favor de projetos do governo. É o principal escândalo no primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT)


Como veio à tona?

No dia 6 de junho de 2005, o jornal ''Folha de S.Paulo'' publica uma entrevista com o deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ), na qual ele revela a existência do pagamento de propina para parlamentares. Segundo o presidente do PTB, congressistas aliados recebiam o que chamou de um "mensalão" de R$ 30 mil do então tesoureiro do PT, Delúbio Soares. O esquema teria sido realizado entre 2003 e 2004, segundo relatório final da CPI dos Correios, e durado até o início de 2005. Jefferson afirmou ainda que falou do esquema para o presidente Lula.


Quem estava envolvido?

José Dirceu, então ministro da Casa Civil, foi apontado como o chefe do esquema. Delúbio Soares, na época tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT), também seria um dos ''cabeças'' do esquema. O publicitário mineiro Marcos Valério seria o operador do mensalão, segundo Roberto Jefferson. Outras 37 pessoas estariam envolvidas.


Quais partidos participavam do esquema?

Segundo a denúncia de Roberto Jefferson, os parlamentares envolvidos seriam do PL (Partido Liberal), PP (Partido Progressista), PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro) e do próprio PTB (Partido Trabalhista Brasileiro). Para o Ministério Público, pagamentos foram feitos a integrantes do PTB, PP, PR (fusão do Prona com o PL) e PMDB.


FONTE: UOL/Apuração e edição: Bia Rodrigues, Marina Motomura, Gabriela Sylos, Fabiana Uchinaka - Arte: Mirian Alves - Programação: Franklin Javier 


 O DINHEIRO

Segundo a Procuradoria-Geral da República, parlamentares integrantes do PP, PL (PL e Prona se fundiram dando origem ao PR), PTB, PMDB, além do PT, receberam dinheiro, pessoalmente ou por intermediários, para apoiar projetos do governo federal, por meio do esquema de lavagem operacionalizado por Marcos Valério e seu grupo junto com dirigentes do Banco Rural. Valério, que tinha contratos com o governo e era sócio nas agências DNA Propaganda e SMP&B Comunicação, obteve empréstimos fraudulentos dos bancos Rural e BMG e teria ainda enviado, de forma ilícita, dinheiro para o exterior.

FONTE: UOL/ Apuração e edição: Bia Rodrigues, Marina Motomura, Gabriela Sylos, Fabiana Uchinaka - Arte: Mirian Alves - Programação: Franklin Javier









FONTE: UOL/Apuração e edição: Bia Rodrigues, Marina Motomura, Gabriela Sylos, Fabiana Uchinaka - Arte: Mirian Alves - Programação: Franklin Javier


quarta-feira, 18 de julho de 2012

CNJ condena 31 juízes à aposentadoria compulsória


Desde que começou a julgar a conduta de magistrados, no início de 2008, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aplicou a pena máxima na maioria dos casos: aposentadoria compulsória. Trinta e um juízes foram mandados para casa, com bons vencimentos mensais - um desembargador pode receber até 90,25% do salário de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), que hoje é de R$ 26,7 mil. São casos que vão de assédio sexual à venda de sentenças e desvio de verbas públicas.

Um total de 42 magistrados foram condenados pelo órgão nos últimos quatro anos - um ministro, nove desembargadores e 32 juízes de primeira instância. A maioria do Estado do Mato Grosso. Em 11 casos, as penas foram menores. Quatro juízes foram afastados de suas funções, mas continuam a receber (disponibilidade). Cinco, censurados. E dois punidos com remoção compulsória.

Alvo de críticas, os julgamentos do CNJ ganharam força com uma decisão recente do Supremo. Em fevereiro, por um placar apertado de seis votos a cinco, os ministros decidiram que o CNJ pode abrir investigação contra magistrado, sem a necessidade de fundamentar a decisão.

O entendimento representou uma vitória da corregedora nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, maior defensora do poder do CNJ. Os ministros do STF julgaram uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin) ajuizada pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), que agora aposta numa atuação menos polêmica do substituto de Eliana, o ministro Francisco Cândido de Melo Falcão Neto, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que deve tomar posse em setembro. Já conversei com ele e sua posição é de que o CNJ só deve atuar quando as corregedorias não agirem, diz o presidente da AMB, Nelson Calandra.

Por causa do julgamento da Adin, o próprio Supremo cassou liminares concedidas a dez magistrados do Tribunal de Justiça do Mato Grosso (TJ-MT), punidos com aposentadoria compulsória por desviar aproximadamente R$ 1,4 milhão para uma loja maçônica. O relator do caso, ministro Celso de Mello, mudou seu entendimento, reconhecendo a competência do CNJ para investigar e punir juízes.

Recentemente, outro desembargador foi condenado à aposentadoria compulsória pelo conselho. Membro do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), ele foi acusado de assédio a uma das partes de um processo que tramitava na 1ª Vara de Família, Sucessões e Cível de Goiânia, onde era titular. Ele teria tentado abraçá-la depois de prometer emprego à filha dela. Segundo o magistrado, a visita à casa da mulher que movia uma ação de dissolução de união estável contra o ex-companheiro teve como finalidade discutir tratativas relacionadas à possível contratação da filha.

As condenações de magistrados pelo CNJ dão força a uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que prevê uma punição maior na esfera administrativa: a perda do cargo. Hoje, um juiz ou desembargador só perde o direito à aposentadoria se for condenado judicialmente, situação rara até então. A PEC nº 505, de autoria da senadora Ideli Salvatti (PT-SP), já passou pelo Senado e está na pauta da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados.

A proposta sofre uma oposição ferrenha da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe). A entidade pretende enviar uma nota técnica aos deputados federais sustentando que a PEC é inconstitucional, segundo seu presidente, Nino Toldo. Para ele, é inadmissível a perda de cargo por uma decisão administrativa. A vitaliciedade é uma garantia da magistratura e deve ser respeitada. A perda de cargo só deve ocorrer após decisão transitada em julgado, afirma.

São raras, porém, as condenações na esfera judicial. Os processos se arrastam por anos e, em alguns casos, prescrevem. Desde 2002, o caso envolvendo um desembargador do Tribu
 nal Regional Federal (TRF) da 3ª Região tramita no Judiciário. Ele foi condenado em 2008 pela Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) por corrupção passiva. Há recurso aguardando julgamento do Supremo. É muito demorado. Nesse tempo, a vaga fica congelada, diz a procuradora Luiza Cristina Fonseca Frischeisen, da Procuradoria Regional da República da 3ª Região. Na esfera administrativa, tende a ser mais rápido.



 FONTE: JORNAL ECONÔMICO

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Comissão aprova união estável entre homossexuais



A Comissão de Direitos Humanos do Senado aprovou nesta quinta-feira (24) projeto de lei que inclui no Código Civil a união estável entre homossexuais e sua futura conversão em casamento. 

A proposta transforma em lei uma decisão já tomada por unanimidade pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em maio de 2011, quando reconheceu a união estável de homossexuais como unidade familiar.


A proposta, da senadora Marta Suplicy (PT-SP), ainda terá que passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) antes de ir a plenário e também terá que ser votada pela Câmara dos Deputados, onde deverá enfrentar muito mais resistência do que no Senado, especialmente por parte da chamada bancada evangélica.

Em seu relatório sobre o PL, a senadora Lídice da Mata (PSB-BA) defendeu a proposta lembrando que o Congresso está atrasado não apenas em relação ao STF, quanto em relação à Receita Federal e ao INSS, que já reconhecem casais do mesmo sexo em suas normas. A senadora lembra, no entanto, que a conversão de união estável em casamento não tem qualquer relação com o casamento religioso.

"O projeto dispõe somente sobre a união estável e o casamento civil, sem qualquer impacto sobre o casamento religioso. 

Dessa forma, não fere de modo algum a liberdade de organização religiosa nem a de crença de qualquer pessoa, embora garanta, por outro lado, que a fé de uns não se sobreponha à liberdade pessoal de outros", apontou em seu relatório.

Apesar da decisão do STF, que serve de jurisprudência para as demais esferas judiciais, casais homossexuais têm tido dificuldade em obter na Justiça a conversão, mesmo em cidades grandes como São Paulo e Rio de Janeiro. 

Vários juízes alegam, apesar da decisão do órgão superior, que não há legislação a respeito. Durante a votação do STF, o então presidente do Tribunal, ministro Cezar Peluso, cobrou do Congresso que "assumisse a tarefa que até agora não se sentiu propensa a fazer" e transformasse a conversão em lei.



Fonte: Agência Estado

sábado, 24 de março de 2012

"A dor é dilacerante", desabafa Malga Di Paula sobre morte de Chico Anysio

No final da madrugada deste sábado (24), cerca de 13 horas após a morte de Chico Anysio, a mulher do humorista, Malga Di Paula, voltou a desabafar em sua página no Twitter. "A dor é dilacerante...", escreveu ela por volta das 5h da manhã.

Antes disso, na noite de sexta-feira (23), ela já havia falado pela primeira vez sobre a morte do marido: "Aprox.15 hrs d hj os refletores do céu foram ligados... O Show d Chico Anysio estava para começar. A platéia??? Os anjos aplaudindo em pé...". O primeiro lamento veio na sequência de uma frase de esperança pela recuperação do marido. "Enquanto há fé, há esperança".

Durante os três meses de internação de Chico, desde o dia 30 de novembro do ano passado, Malga usou seu Twitter como ferramenta de informação para os fãs do humorista.

O velório de Chico Anysio, morto na tarde desta sexta-feira em decorrência de falência de múltiplos órgãos, acontece neste sábado no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. A informação foi dada pelo advogado do humorista, Paulo Cesar Pimpa, na porta do hospital Samaritano, onde Chico passou mais de 3 meses internado.

A previsão é de que a cerimônia comece ao meio-dia, em evento fechado para familiares e amigos mais próximos. Às 14h, o Theatro Municipal será aberto ao público. O corpo do comediante será cremado no domingo (25), no crematório do Cemitério do Caju, ainda sem previsão de horário.

Segundo o advogado, a economista Zélia Cardoso de Mello, ex-mulher do comediante, que atualmente mora em Nova York, está a caminho do Rio de Janeiro e deve acompanhar a cremação. Com Zélia, Chico teve dois filhos, Rodrigo e Vitória.

O humorista Renato Aragão diz que ficou "órfão" com a morte de Chico Anysio. "Nós, humoristas, estamos órfãos, mas muito agradecidos. O Brasil ficou órfão, ele era um ator, redator, um exemplo de multi talentos. Ele ajudava quem precisava e quem não precisava, era um exemplo de generosidade para qualquer um."

Aragão conta que soube da notícia e teve um "susto". "Foi um susto, minha mulher me comunicou e eu não estou acreditando no que aconteceu. Apesar de a gente já estar prevendo, estava muito esperançoso de que ele voltasse."

Aragão conta que conheceu Chico quando ainda não trabalhava com humor e era bancário, no Ceará. "Ele começou no rádio, e ouvi ele pela primeira vez lá. Só me encontrei com ele quando vim para o Rio, trabalhar na Excelsior. Ele me ensinou muito, nunca me esqueci. Demoraria um ano para falar dele, ele trabalhou em todas as televisões do Brasil e sempre foi uma explosão, e queria continuar trabalhando. Nunca se entregou".

Quem também se emocionou com a morte de Chico foi a atriz Cláudia Jimenez, que interpretou a personagem Cacilda na "Escolinha do Professor Raimundo". Na porta do hospital Samaritano, ela lembrou o incentivo que Chico deu a sua carreira. "O Brasil perde o humorista, e eu perco meu amado mestre".

O humorista, ator e escritor Chico Anysio morreu, aos 80 anos, em decorrência de falência múltipla dos órgãos, após choque séptico causado por infecção pulmonar, às 14h52, desta sexta-feira (23). Chico não resistiu a uma parada cardiorrespiratória. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa do hospital Samaritano.


VEJA OUTRAS DECLARAÇÕES SOBRE A MORTE DE CHICO ANYSIO


O Brasil perde o humorista, e eu perco meu amado mestre. Ele me inventou. Aquela pessoa que disse: 'pode ir que vai dar certo', foi ele quem me disse. Eu tenho certeza que lá no céu já tem uma rodinha com grandes humoristas: o Rogério Cardoso, o Costinha, já devem ter preparado uma festa para ele. Para mim, ele foi o melhor artista do Brasil.
Cláudia Jimenez, atriz, no Hospital Samaritano, no Rio

Meu garoto, meu pai-pai... Trabalhei com ele 50 anos. É a maior perda do humor brasileiro. Ele era um mestre, um gênio. Basta ver, é só a ligar a TV. Um mago do humor. Compositor, redator, ele era completo. Não tinha ninguém parecido como ele, nem no Brasil, nem no mundo. O Brasil perde, mas ficará com sua imagem e sua lembrança. Podem levar este corpo, mas seu legado não vai acabar.
Castrinho, o Seu Geraldo da "Escolinha do Professor Raimundo", no Hospital Samaritano, no Rio

Para o Chico, como pessoa, a partida foi importante, mas, para a gente, vai ficar a saudade da cultura e da genialidade dele.
Marcos Oliveira, o Beiçola de "A Grande Família", no Hospital Samaritano, no Rio

Chico deixou um legado de centenas de artistas que devem a ele a oportunidade de exercer a sua atividade. Uma família maravilhosa. Acho que tenho que levar para a vida tudo que ele me ensinou: sempre com muito humor. Ele era um barato de pessoa.
André Mattos, o seu Fininho da "Escolhinha do Professor Raimundo", no Hospital Samaritano, no Rio

Lamento muito, ele sofreu tanto até aqui... Para mim, é um amigo de tantos anos... Trabalhamos juntos muitos e muitos anos e continuamos juntos no [canal] Viva. Diariamente mato as saudades com ele... É a vida. Também já vou fazer 93 anos, sinto muito, não tenho palavras para descrever. Que descanse em paz.
Orlando Drummond, o Seu Peru da "Escolinha do Professor Raimundo", por telefone

Chico Anysio era a cara do Brasil.
José Simão, colunista do UOL, por telefone

Ele me lapidou quando eu cheguei do Ceará. Ele era devoto de São Francisco e tinha esse lado franciscano de compartilhar, ajudar o próximo. Há uma frase de Chico que não me esqueço. Ele dizia: 'Tom, há dois tipos de humor, o que faz rir e o que não faz rir. A morte dele encerra um ciclo de humor e de dramaturgia do Brasil.
Tom Cavalcante, humorista, em entrevista à "Folha de S.Paulo"

Chico Anysio foi um dos artistas mais brilhantes que o nosso país já produziu, exercendo várias funções em diversos veículos de comunicação durante mais de seis décadas. Com o seu talento e sensibilidade, criou e interpretou caricaturas inesquecíveis de tipos humanos. Trabalhou incansavelmente durante toda a vida para levar alegria e diversão aos brasileiros. Nessa hora de tristeza, quero me solidarizar com os seus parentes, amigos e com toda a legião de admiradores que conquistou com a sua criatividade.
Dilma Rousseff, presidente da República, em nota oficial

Do começo no rádio, chegando à TV com mais de uma centena de personagens que retratavam o Brasil de norte a sul, deixou uma profunda lembrança em todos nós.
O humor de Chico era, ao mesmo tempo, popular e cerebral. São tantos e queridos personagens. Certa vez, Chico lamentou que a vida chegasse ao fim. Legou, porém, uma imensa e valiosa obra.
Ana de Hollanda, ministra da Cultura, em nota oficial

No humor existe um AC e um DC: antes de Chico e depois de Chico. Isso mostra o impacto dele no universo do humor. Sempre muito gentil, conversava e ouvia a todos. Ele era grande no que fazia e, ao mesmo tempo, muito generoso e afável com a nova geração. Uma grande perda.
Rafael Cortez, humorista, por e-mail

Chico Anysio sempre foi lembrado durante toda sua vida pela qualidade do seu trabalho e continuará sendo lembrado pelo mesmo motivo depois de ter partido. Quem está na luta todo dia sabe que isso não é fácil, é algo realmente para poucos... seu legado é inspirador.
Danilo Gentili, humorista, por e-mail

Chico Anysio faz parte da história da comunicação do país. Sempre foi um profissional à frente do seu tempo. Nos anos 60, 40 anos antes de começarmos com esse movimento de stand-up comedy, ele já fazia comédia de cara limpa com um texto brilhante. Puxei o saco mesmo. Sou muito fã.
Rafinha Bastos, humorista, por telefone

No fundo foi um alívio, porque ele sofria há muito tempo. É claro que perdemos um grande comediante e, mais importante, um cara que lançou tanta gente. O cara ser comediante genial e hilário é incrível, mas ainda por cima ser generoso e abrir portas, levantar a bola de amigos e novatos... Ele sabia que para ser um bom comediante precisava também estar ao lado de bons roteiristas e comediantes. Ser só genial não bastava, era preciso estar cercado de gente boa. Ele era genial e generoso. Qualidade que no meio, onde o ego impera, vale muito. É muito difícil ver genialidade e generosidade em uma só pessoa.
Fábio Porchat, humorista, por telefone

Sou da geração que viu os programas dele, imitava um personagem ou outro... Gostava muito do Alberto Roberto, que era engraçadíssimo. Ele conseguia ser elegante e ao mesmo tempo poopular, sem ser escatológico. Ele é a prova de que tem como ser popular e se comunicar bem, sendo elegante. Ele me falou uma coisa incrível sobre a popularidade: 'Meu querido Marcelo, o artista, precisa se comunicar, se ele não se comunica, ele não é artista'. É um exemplo que levei para a vida. O artista não tem que ter essa culpa em ser popular.
Marcelo Médici, humorista, por telefone

Se vai o mestre dos humoristas. Seu estilo e seu humor eram vários estilos e eram todos os humores, influenciaram gerações de comediantes e espectadores. Muitas foras as alegrias, e que sua paz seja tão grande quanto foram nossos sorrisos. E a gente fica aqui, chico, tentando lembrar de tantos momentos bons, tentando rir ao invés de chorar.
Bruno Motta, humorista, por e-mail

O Chico foi uma grande referência para nós artistas. Um grande ator e autor. Lutou pela vida até o final. Ele demonstrou humor nos últimos momentos.
Marcelo Picchi, ator, no hospital Samaritano, no Rio

O Chico Anysio é uma grande referência no humor. Foi um dos precursores da stand up comedy no Brasil. Ele era tão completo, que podemos dizer que foi o único comediante a inspirar todas as áreas do humor. Ele influenciou quem faz stand up, quem atua com personagens, a turma do improviso, a comédia no teatro, na televisão e no rádio.
Mau Meirelles, novo integrante do "CQC", por e-mail

É um dia muito triste, a genialidade e a importância do Chico para a comédia são indiscutíveis. Trabalhou até o fim da vida e deixou uma obra absurda. Descanso merecido.
Murilo Couto, humorista, por e-mail

O Chico será sempre uma referência. Ele era vivo no que fazia, uma pessoa naturalmente engraçada, falava o que pensava. Ele é avô da minha filha, era meu sogro. O Chico era o Chico.
Heloísa Périssé, atriz, em entrevista à Globonews

Chico [Anysio] teve uma importância fundamental na minha vida, ele me incentivou a seguir a carreira de humorista. A comédia brasileira perdeu seu maior gênio. Não podemos esquecê-lo nunca É muito duro perdê-lo.
Lúcio Mauro Filho, ator, em entrevista à Globonews

Chico, descansa em paz!! Obrigada por tudo que proporcionou a quem teve a sorte de conviver, de trabalhar com você e a todos que levou alegria com seu imensurável talento! A você, meu amor eterno!
Alcione Mazzeo, ex-mulher de Chico, pelo Facebook

Chico Anysio foi um homem importante para a história do Brasil . Ele deu a oportunidade de novos e velhos comediantes se conhecerem. Trabalhar com ele na 'Escolinha' [do Professor Raimundo] foi um grande aprendizado. Ele trabalhava de forma profunda.
David Pinheiro, o Armando Volta (Sambarilove) da "Escolinha do Profressor Raimundo", em entrevista à Globonews

É um luto nacional. Chico é um herói nacional. Ele é um guerreiro, lutou até o último minuto. Estou com o meu coração dilacerado, de tanto que amava esse homem.
Agildo Ribeiro, humorista, em entrevista à Globonews

O Brasil inteiro estava vivendo essa agonia, é uma morte que deixa o país inteiro comovido. Chico é o maior criador do Brasil, ele é insubstituível.
Jô Soares, apresentador, em entrevista à Globonews

Nunca mais vai ter Pelé e nunca mais vai ter Chico Anysio. Nenhum ator que eu conheça conseguiu fazer a quantidade de personagens do Chico.
Ziraldo, cartunista, em entrevista à Globonews

Perdemos o maior ator comediante do mundo. Nunca houve na história da comédia mundial quem tenha feito o que o Chico Anysio fez. Quase 400 personagens. Uma fonte de arte. Ele se tornou o maior ator do mundo, de todas as épocas. Foi um grande colega, um grande amigo, uma pessoa extraordinária. O Chico era um paizão. Aquela escolinha abrigou muita gente. Alguns que já estavam quase esquecidos. Foi uma pessoa fantástica em tudo o que fez. Foi um paizão, se casou muitas vezes, teve muitos filhos e sempre foi um paizão. Tenho certeza que eles perderam um grande pai.
Paulo Silvino, ator, em entrevista à GloboNews

Às vezes ele entrava no camarim, ficava umas três horas se maquiando e saía com outro personagem. Era impressionante! Ele dava ideia a todos os atores que contracenavam com ele, pegava um microfone, dirigia todo mundo e em seguida interpretava. Ele tinha três cabeças: a do ator, a do diretor e do personagem.
José de Abreu, ator, em entrevista à GloboNews

Conheci o Chico quando era menina e ele ficou marcado na minha vida. Era um ator completo. Recentemente ele compôs uma canção homenageando o Rio de Janeiro e me citou na letra, chorei quando ouvi.
Regina Casé, apresentadora, em entrevista à Globonews

Chico Anysio deixa vivo centenas de personagens. Fica em paz
Serginho Groisman, apresentador, pelo Twitter

RIP Chico Anysio! Guerreiro! Mestre! Força para a família!
Fernanda Paes Leme, atriz, pelo Twitter

Morre uma estrela...Chico Anysio irá abrilhantar o céu agora!!
Geisy Arruda, empresária e integrante da "Escolinha do Gugu", pelo Twitter

Vou ali, chorar a morte do amigo Chico Anysio
Falcão, cantor e compositor, pelo Twitter

Em estado de choque, sou louca por Chico Anysio , meus sentimentos a toda a família, meu amigo Bruno, Cícero e Malga di Paula amo vocês!!
Preta Gil, cantora, pelo Twitter

"Grande mestre se vai, sempre eterno gênio Chico Anysio!"
Marcelo Tas, apresentador, pelo Twitter

O brasil ficou menos divertido.
Helio de la Peña, humorista, pelo Twitter

Meu coração hoje está triste,porque perdemos uma das nossas referencias do humor eu tive o prazer de estudar na maior escolinha do Brasil. Com certeza todos que conheceram o Chico sabem o quanto ele foi amigo dos amigos não só grande humorista como um tremendo bom caráter.
Sérgio Mallandro, comediante, pelo Twitter

Valeu Chico Anysio! Você fez toda a diferença! Descansa em paz e deixa sua vasta e genial carreira pra gente ver e aprender!
Marcelo Adnet, humorista, pelo Twitter

Triste, muito triste com a partida de Chico Anysio!
Glória Perez, autora de novelas, pelo Twitter

Chico Anysio obrigado pela alegria que trouxe ao mundo! Vá com Deus.
Marco Pigossi, ator, pelo Twitter

Mais uma grande perda do Brasil... Chico Anysio vá em paz guerreiro! Você ainda permanece aqui, dentro de nós.
Chorão, vocalista do Charlie Brown, pelo Twitter

Chico Anysio é um gênio e mestre do humor...R.I.P Chico!!!!!
Sabrina Sato, humorista, pelo Twitter

Chico Anysio foi, é e sempre será o Rei do humor genuinamente brasileiro!
Ana Hickmann, apresentadora, pelo Twitter

O Brasil perde a graça... Chico Anysio suas historias seu talento e sua luta ficarão pra sempre!
Adriane Galisteu, apresentadora, pelo Twitter

Difícil é o adeus... até breve Chico! Missão cumprida!!!
Ângela Bismarck, modelo, pelo Twitter

Obrigado Chico Anysio.
Marcos Mion, apresentador, pelo Twitter

Tive o grande prazer de atuar com o Chico Anysio e digo uma coisa. Morreu o MAIOR humorista que existiu no Brasil.
Dira Paes, atriz, pelo Twitter

Meu Deus.Anjos, Espiritos do bem manifestai-vos.Nosso Chico se foi.
Tom Cavalcante, humorista, pelo Twitter

Desejo toda a FORÇA do mundo á família do GRANDE Mestre dos Mestres Chico Anysio.
Rodrigo Sant'anna, a Valéria Bandida de "Zorra Total", pelo Twitter

O Chico era uma unanimidade nacional. Para meu entender ele fez um humor extraordinário, sem obscenidade, sem ofensa, sem sexo e um humo que era o humor do povo brasileiro. Era um ator excepcional. Todos os personagens dele tinham alma. Não só com rosto e voz diferente, mas com espírito diferente. Não eram caricaturas, eram personagens reais.
José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, empresário, em entrevista à Globonews

Sem acreditar na triste notícia da "despedida" de Chico Anysio. Amigo querido, gênio do humor, patrimônio nacional.
Amaury Jr., apresentador, pelo Twitter

Chico Anysio não morreu, gênios como ele nunca morrem, fica tudo que ele fez para sempre.
Silvio Luiz, jornalista, pelo Twitter

CHICO ANYSIO mestre de uma inteligencia que me fez muito feliz... Obrigado Chico e meus sentimentos ao amigo Bruno Mazzeo...
Marcelo D2, músico, pelo Twitter

Chico Anysio, um dos maiores mestres do humor da TV Brasileira. #RIP Meus sentimentos para o querido Bruno Mazzeo e familiares.
Didi Wagner, apresentadora, pelo Twitter

Eu e Marcelo Adnet estamos muito tristes, adorávamos o Chico Anysio. Força pra família deste comediante que sempre nos alegrou.
Dani Calabresa, humorista, pelo Twitter

Um mestre que nos ensinou tudo, no humor todo mundo é substituível, menos Chico Anysio.
Victor Sarro, humorista, pelo Twitter

Alô amigo Chico Anysio: meu show hoje no Circo Voador vai ser pra você.
Erasmo Carlos, cantor, pelo Twitter

Mestre Chico Anysio, te amarei pra sempre, um beijo no coração de seus filhos e suas famílias. A tristeza não...
Wilson Simoninha, músico, pelo Twitter

Descanse em paz mestre Chico Anysio, artista genial.
Ed Motta, cantor, pelo Twitter

Não se morre, fica-se encantado - Guimarães Rosa (para Chico Anysio).
Jean Wyllys, ex-BBB e deputado federal, pelo Twitter

Querido Chico Anysio, vocês estará para sempre em nossos corações e sorrisos. Beijos, com muito amor!
Babi Xavier, apresentadora, pelo Twitter

Quem sempre me fez rir hoje me faz chorar!
Claudia Leitte, cantora, pelo Twitter

Nossa homenagem ao eterno mestre do humor Chico Anysio!! Descanse em Paz.
Zezé di Camargo e Luciano, dupla sertaneja, pelo Twitter

Chico Anysio foi o maior Humorista desse pais!!! Poxa Chico... dessa vez não teve graça!!! Vai com deus!!!
Paulo Gustavo, ator, pelo Twitter

Muito muito triste pelo Chico... Ele é o melhor! Eterno! Gênio! Humilde! Único! Uma perda para todos nós.
Tata werneck, humorista, pelo Twitter

Um grande beijo para todos que estão sofrendo com a partida do nosso Chico, Deus sabe sempre o que faz. Muito obrigado por tudo MESTRE. Sei que vou parar de chorar, mas está difícil gente, o Chico sempre será MUITO inportante pra mim e para o BOM HUMOR.
Eri Johnson, ator, pelo Twitter

Chico Anysio era um dos maiores artistas do audiovisual. Ele soube fazer com maestria e leveza a transição do rádio para a televisão.
Sérgio Cabral, Governador do Rio de Janeiro, pelo Twitter

Sinto aquele silêncio apertado. Nosso agradecimento aqui a você, mestre Chico, por tudo. Descanse em paz. Ao amigo Bruno, aos familiares e amigos, meu sincero sentimento.
Fabio Assunção, ator, no Facebook

Mais do que nunca RIP Mestre Chico Anysio! Meu personagem favorito é Painho!! Amo pra sempre!!
Astrid Fontenelle, apresentadora, pelo Twitter

Grande mestre, multi-artista de talento inigualável... Sentimentos à família do inesquecível Chico Anysio.
Cássio Reis, ator, pelo Twitter

Chico Anysio sabia utilizar como poucos uma virtude: ele sabia ouvir. Prestava atenção nas pessoas simples. E assim criou seus personagens.
Britto Jr., apresentador, pelo Twitter

O Brasil perdeu hoje um dos mais completos humoristas e artistas da nossa história recente. Ao longo da sua carreira, Chico Anysio criou e protagonizou personagens brilhantes, que encantaram e divertiram gerações de brasileiros. Lamento profundamente a sua morte e, em nome de SP, me solidarizo com sua família, parentes e amigos.
Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo, pelo Twitter

Chico Anysio. Ai Deus... Cuide dele, com muito amor. Amém.
Luiza Possi, cantora, pelo Twitter

Chico Anysio está no inconsciente da maioria dos brasileiros da melhor forma possível: com alegria!!!
Oscar Filho, humorista, pelo Twitter

Meus sentimentos à família do querido Chico Anysio. Meu coração nesse momento não consegue expressar com palavras o tamanho da minha dor!
Susana Vieira, atriz, pelo Twitter

Ele fez a gente acreditar que cada personagem que ele criou existia! Obrigada, Chico, pela sua obra, pelas risadas e pela inspiração! Te amo.
Fernanda souza, atriz, pelo Twitter

Triste pelo Chico... Trabalhei com ele já e tenho profunda admiração por ele e carinho pelo Bruno...
Luana Piovani, atriz, pelo Twitter

O gênio agora descansa.
João Gordo, músico, pelo Twitter

O mestre do humor descansou! Vai em Paz!
Jonatas Faro, ator, pelo Twitter

Chico Anysio, Bento Carneiro, Bozó, Alberto Roberto, Coalhada, Haroldo, Painho, Nazareno. Sentiremos falta de todos voces. Valeu Chico!
Felipe Andreoli, humorista, pelo Twitter

Minha admiração e respeito por Chico Anísio. Deixo meu carinho ao amigo Bruno Mazzeo e toda a sua familia. Sem dúvida o céu está mais divertido.
Luciano Huck, apresentador, pelo Twitter

Triste com a morte do mestre Chico Anísio com quem fiz o meu primeiro trabalho na tv, padrinho do Cócegas e gênio máximo da comédia!
Ingrid Guimarães, atriz, pelo Twitter

Chico Anysio, mestre de todos nós humoristas, um cara insubstituível.
Beto Silva, integrante do Casseta & Planeta, pelo Twitter


FONTE: UOL