sábado, 19 de junho de 2010

Hospitais não controlam antibióticos




Ministério Público identificou falhas em mais de um terço das instituições públicas e privadas do Estado de SP.
Prescrições sem critério causam o surgimento de superbactérias, que estão resistindo até às drogas mais modernas




Mais de um terço (35,4%) dos hospitais públicos e privados do Estado de São Paulo não controla o uso de antibióticos, prática determinada por lei federal e pelo CFM (Conselho Federal de Medicina) há mais de dez anos.

O descontrole é apontado como uma das principais causas do aumento da resistência bacteriana.

O dado faz parte do maior levantamento já feito no Estado sobre o controle da infecção hospitalar, coordenado pelo Ministério Público Estadual e pelo Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo).

O relatório final, que envolveu 158 hospitais paulistas, foi lançado na semana passada. Os nomes dos hospitais que registraram falhas no controle dos antibióticos não foram revelados.

Segundo o estudo, em 38% dos hospitais pesquisados não há um manual de orientação de prescrição de antibióticos, que deveria ser elaborado e atualizado pela CCIH (Comissão de Controle de Infecção Hospitalar).

Essa comissão tem conhecimento, por exemplo, das bactérias que estão circulando dentro do hospital e dos antibióticos mais ativos.

Resolução do CFM de 1999 determina que as prescrições de antibióticos obedeçam às regras ditadas pela comissão de controle de infecção, que tem o poder até de vetar a prescrição de um outro médico, desde que amparada em protocolos científicos.

Mas, na prática, isso não funciona. Em geral, quando os pacientes não respondem a uma terapia antibiótica, os médicos simplesmente alteram a prescrição por outro antibiótico e aguardam o resultado, sem comunicar a comissão sobre a mudança.

"É um absurdo as proporções desse descontrole da antibioticoterapia. Se os hospitais tivessem CCIHs atuantes, isso não estaria acontecendo. Já tem lei, já tem resolução, não sei mais por onde a gente pode cercar para melhorar isso", diz o infectologista Caio Rosenthal, conselheiro do Cremesp.

Pare ele, um dos fatores que ainda gera o descontrole dos antibióticos no ambiente hospitalar é a "vaidade médica". "Muitos médicos não admitem interferência na prescrição de antibióticos. São vaidosos. Outros são mais lúcidos e até procuram as CCIHs para discutir o caso."

Mas não é o que rotineiramente acontece, segundo o infectologista Artur Timerman, responsável pela comissão de controle de infecção do Hospital Edmundo Vasconcellos, em São Paulo.

"Somos ainda vistos como os vilões, os chatos que querem proibir os antibióticos."

A prescrição sem critério dos antimicrobianos leva ao surgimento das superbactérias. Em UTIs de hospitais públicos e privados paulistas circula a bactéria kpc (Klebsiella pneumoniae carbapenemases), resistente até aos antibióticos mais modernos.

"O surgimento dessa bactéria e de outras superpoderosas tem tudo a ver com a pressão seletiva causada pelo uso inadequado de antibiótico", avalia Timerman.

Segundo ele, o maior problema está na utilização incorreta dos antibióticos profiláticos, usados para prevenir infecções pós-cirúrgicas. "Normalmente, você dá uma dose antes da cirurgia e outra de seis a oito horas depois. Mas muitos profissionais têm dado antibiótico errado e pelo tempo errado."

De acordo com Didier Pittet, diretor da OMS (Organização Mundial da Saúde) para a segurança dos pacientes, a verdadeira pandemia mundial hoje é a resistência a antibióticos. "É uma epidemia silenciosa e uma bomba com detonação retardada."




FONTE: FOLHA DE SÃO PAULO / CLÁUDIA COLLUCCI - DE SÃO PAULO
Igreja Universal dá viagem a pastor que arrecadar mais



Novos vídeos que documentam encontros da cúpula da Igreja Universal revelam que foi estabelecido um prêmio --uma viagem internacional-- aos sete pastores que mais arrecadassem dízimos dos seus fiéis, mostra reportagem publicada neste domingo na Folha.

As imagens demonstram a pressão exercida sobre os pastores para que aumentem a coleta de recursos. Revelam ainda que as punições por "falhas" como adultério ou furto são públicas e definidas em ritos sumários.

Os cinco vídeos, com duração total de seis horas, foram obtidos de um ex-pastor pelo ex-voluntário da Universal e ourives Eduardo Cândido da Silva, que move ação contra a igreja por danos morais.

A Igreja Universal disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que é "termo preconceituoso" chamar de premiação as viagens a Israel destinadas a seus pastores.

"A viagem para Israel não é considerada uma premiação e sim uma missão religiosa almejada por cristãos evangélicos de todo o mundo. Entre os 15 mil pastores da Igreja Universal do Reino de Deus que atuam no Brasil, isso não é diferente."

 
 
 
FONTE: FOLHA ONLINE / RUBENS VALENTE - DE BRASÍLIA
Filho de ex-presidente do Quirguistão busca asilo no Reino Unido, diz agência



O filho do presidente deposto do Quirguistão Kurmanbek Bakiev, Maxim Bakiev, está buscando asilo no Reino Unido, informou nesta sexta-feira a Associação Britânica de Imprensa.

A agência de notícias citou o escritório de advocacia Carter Ruck, sediado em Londres, afirmando que Maxim Bakiev, 33, teria recebido autorização temporária para entrar no Reino Unido. A empresa não retornou ligações para confirmar a informação nesta sexta-feira.

A agência também afirmou que Bakiev teria ganho "asilo temporário", mas o Home Office, responsável por imigração e fronteiras, disse que isso não existe nas leis britânicas.

Uma porta-voz do Home Office disse que, em geral, pessoas em busca de asilo são autorizadas a permanecer no Reino Unido enquanto seus pedidos são julgados. Ela disse que o governo não vai dar mais informações sobre o assunto.

O pai de Maxim foi tirado da Presidência do Quirguistão em abril, após violentos protestos de rua após denúncias de corrupção em seu círculo próximo.

A ex-república soviética, desde então, tem vivido uma onda de tensão étnica, que a sucessora de Bakiev acusou ter sido incitada por ele.

Tanto o ex-presidente como seu filho negam as acusações.

A Associação Britânica de Imprensa citou um comunicado de Maxim no qual ele diz que autoridades no novo governo estavam culpando-o pela violência no país em um golpe para "desviar a atenção de seus próprios crimes".

"Claramente eles tentam me transformar em um bode expiatório para o caos no país", diz o comunicado. "Vejo os acontecimentos na minha terra-natal com horror.

 
 
 
FONTE: FOLHA ONLINE / DA ASSOCIATED PRESS
 
Notícia publicada em 18/06/2010.
EUA anunciam ajuda de R$ 56 milhões para o Quirguistão



O subsecretário de Estado americano, Robert Blake, comunicou neste sábado ao governo do Quirguistão que os Estados Unidos destinarão US$ 32 milhões (R$ 56 milhões) para ajuda humanitária aos desabrigados pela violência étnica no país.

"Os EUA entregarão o dinheiro ao programa de assistência humanitária para as necessidades básicas das pessoas deslocadas", informou o governo provisório quirguiz após a reunião de Blake com a presidente interina, Rosa Otunbayeva, na capital Bishkek.

Blake informou a líder quirguiz sobre os resultados de sua visita na sexta-feira (18) aos campos de refugiados no Uzbequistão, que acolhe cerca de 100 mil pessoas da etnia uzbeque que fugiram da violência no Quirguistão.

Rosa, por sua vez, compartilhou as impressões da visita que realizou ontem à cidade de Osh, principal foco da violência étnica no sul do país, onde prometeu reconstruir o mais rápido possível as casas destruídas para possibilitar o retorno dos refugiados.

Culpado

O Departamento de Estado americano sugeriu que a violência étnica pode ter sido incitada pelo presidente deposto do Quirguistão em abril, Kurmanbek Bakiyev.

Em declarações publicadas no site do órgão, a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, disse que "certamente a derrubada do presidente Bakiyev há alguns meses deixou para trás aqueles que ainda eram leais ao seu governo e muitos contra o governo provisório", disse ela.

"As acusações de incitar à violência têm de ser levadas a sério", completou.

"Nem uzbeques nem quirguizes podem ser culpados pelos acontecimentos. Essas ações foram organizadas e gerenciadas de fora do país", disse o presidente do Uzbequistão, Islam Karimov, concordando com Clinton.

De seu auto-exílio em Belarus, Bakiyev nega envolvimento com a onda de violência, e acusa o governo interino de não ser capaz de proteger a população. Ele foi tirado da Presidência do Quirguistão em abril, após violentos protestos de rua causados por denúncias de corrupção em seu círculo próximo.

Mortos

A presidente interina dos Quirguistão disse nesta sexta que cerca de 2.000 pessoas podem ter morrido na onda de violência que atingiu o país na última semana --um número dez vezes maior que o oficial.

O vice-chefe do governo provisório, Azimbek Beknazarov, estimou os mortos em cerca de 223 nesta quinta-feira (17), mas outras autoridades dizem que o número pode ser bem maior.

As mortes se deram devido aos conflitos étnicos entre quirquizes e uzbeques, ocorridos em sua maior parte na cidade de Osh -- a segunda maior cidade do Quirguistão, no sul do país.

"Eu aumentaria em dez vezes o número oficial de pessoas mortas", afirmou Otunbayeva, de acordo com sua porta-voz, Farid Niyazov.

Na sexta, a Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou que a violência étnica no Quirguistão pode ter afetado 1 milhão de pessoas e lançou um apelo de emergência de US$ 71 milhões (R$ 126 milhões) para ajuda humanitária no país.

Crise

O Quirguistão, que ganhou a independência após o colapso da ex-União Soviética, em 1991, enfrenta grave crise política desde a deposição de Kurmanbek Bakiyev, em 7 de abril.

Em 19 de maio, duas pessoas morreram e 74 ficaram feridas em confrontos entre quirquizes e uzbeques na cidade de Jalal Abad. Após as mortes, o conflito logo se espalhou por todo o sul do país.

No mesmo dia, Roza Otunbayeva anunciou que governaria o país até junho de 2011, deixando de lado os planos para eleições presidenciais em outubro.

Dos cerca de 5,3 milhões que vivem no Quirguistão, 69% são de etnia quirquiz, 14,5% são uzbeques e 8,4% são de etnia russa.

No entanto, no sul do país, os uzbeques representam 40% dos cerca de 1 milhão que vivem na área de Jalal Abad e cerca de 50% na região de Osh.

 
 
 
FONTE: FOLHA ONLINE /DA REUTERS
Enviado dos EUA discute bloqueio a Gaza com presidente do Egito



O enviado especial dos Estados Unidos para o Oriente Médio, George Mitchell, conversou neste sábado com o presidente do Egito, Hosni Mubarak, sobre novas formas de ingresso de ajuda para Gaza.

Meios de comunicação oficiais informaram que ambos responsáveis políticos mantiveram hoje no Cairo uma reunião na qual Mubarak expressou a Mitchell a preocupação do Egito pela situação de Gaza, que sofre um bloqueio israelense desde junho de 2007.

Por sua vez, o emissário americano lembrou que seu país trabalha de forma urgente com o Egito, Israel, a Autoridade Nacional Palestina (ANP) e os parceiros internacionais para chegar a uma nova fórmula que permita a entrada de mais ajuda humanitária para Gaza, sem que ocorra infiltração de armas para o Hamas, que controla a região.

Na quinta-feira (17), Israel anunciou que iria suavizar o bloqueio à faixa de Gaza, após a pressão internacional que seguiu ao ataque israelense ao comboio humanitário que ia para a região no dia 31 de maio e que custou a vida de nove ativistas turcos.

Mitchell disse a Mubarak que seu país está satisfeito com a medida israelense e deseja seu cumprimento.

Posições

O ministro de Assuntos Exteriores egípcio, Ahmed Aboul Gheit, que também participou da reunião, disse em declarações divulgadas posteriormente pela agência de notícias estatal "Mena" que a posição Egito é clara no que se refere ao bloqueio de Gaza.

E acrescentou que seu país pede a Israel que outorgue ao povo palestino a oportunidade de satisfazer todas as suas necessidades sem obstáculos, e que abra as passagens fronteiriças.

Gheit lembrou que a passagem de Rafah, na fronteira entre Egito e Gaza, permanece aberta de forma contínua para a entrada de palestinos. Mubarak ordenou sua abertura total após o ataque à frota humanitária.

O ministro explicou que Mitchell também informou o chefe de Estado egípcio das negociações indiretas entre palestinos e israelenses.

Segundo Gheit, o enviado do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, espera que elas prossigam rapidamente para começar conversas diretas que levem a uma solução de dois Estados, um israelense e outro palestino.

Mitchell viajou ao Egito após uma visita de três dias a Israel e os territórios palestinos, onde se reuniu separadamente com o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, e o presidente da ANP, Mahmoud Abbas.

Defesa

Israel informou à ONU (Organização das Nações Unidas) nesta sexta-feira (18) que se reserva o direito de usar "todos os meios necessários" para barrar navios que planejam trazer ajuda humanitária navegando do Líbano até Gaza, bloqueada pelo Estado judeu.

Em carta ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e ao Conselho de Segurança, a embaixadora israelense Gabriela Shalev também pediu que o governo libanês evite deixar esses navios partirem.

Shalev disse que, aparentemente, um pequeno número de navios planejava navegar a partir do Líbano e que, apesar de seus organizadores dizerem que querem levar ajuda humanitária a Gaza, "a real natureza de sua ações continua dúbia".

Ainda segundo Shalev, os organizadores disseram que querem se tornar "mártires" e há uma "possível ligação" com o grupo militantes libanês Hizbollah, cujo líder Hassan Nasrallah convidou cidadãos libaneses a participarem das flotilhas, disse Shalev.

Ela também pediu à comunidade internacional que use sua influência para evitar que esses navios partam, e para desencorajar seus cidadãos de participarem desse tipo de ação.

Bloqueio

Após pressão internacional, o governo israelense anunciou na quinta-feira (17) o alívio do bloqueio militar à faixa de Gaza. No entanto, a medida só foi divulgada em comunicado em inglês. A versão do comunicado do governo israelense em hebraico omitiu menção direta ao alívio, indicando tentativa de abrandar a decisão para o público interno no país, informa o jornal israelense "Haaretz".

Segundo o jornal, duas declarações saíram do gabinete do primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu. Uma para a mídia israelense e outra para diplomatas e jornais estrangeiros.

As informações estavam diferentes nas duas versões do comunicado, aponta o "Haaretz". Em inglês foi anunciado o relaxamento do bloqueio, enquanto na versão da língua oficial do país a ação não foi citada.

Ainda não está claro se isso foi feito deliberadamente para ganhar tempo frente às pressões internacionais ou se houve omissão por parte do governo israelense.

O cerco imposto à Gaza desde 2007 foi discutido na quarta-feira (16), mas a decisão só foi anunciada na quinta. Segundo o jornal, os ministros israelenses discutiram por horas, mas não chegaram a uma decisão. Como não votaram e não chegaram a uma conclusão o bloqueio continua valendo.

A versão em inglês dizia: "Acordamos em afrouxar o sistema em que bens para civis entrem em Gaza e em aumentar o fluxo de produtos para projetos civis sob a supervisão internacional."

A versão em hebraico não continha essa parte e não dizia em nenhum outro lugar que foi aprovada a decisão, só que "seriam deixados entrar mais bens civis em Gaza".

Além disso, o governo israelense divulgou no comunicado em inglês que a ação seria implementada imediatamente. Mas segundo fontes ouvidas pelo jornal, nenhuma ordem chegou para as autoridades que monitoram a transferência de produtos para a região.

Investigação

Israel anunciou, na segunda-feira (14), a criação de uma comissão com a participação de dois observadores estrangeiros para investigar o ataque à frota em 31 de maio.

O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, afirmou que o objetivo principal da investigação é provar ao mundo que a ação foi apropriada e seguiu padrões internacionais.

"A decisão do governo vai deixar claro ao mundo que Israel agiu legalmente, com responsabilidade e com total transparência", disse Netanyahu, citado pelo jornal israelense "Haaretz".

Ela que será presidida pelo juiz aposentado da Suprema Corte, Yaakov Tirkel, 75, e os dois observadores estrangeiros serão o prêmio Nobel da Paz irlandês David Trimble, ex-político protestante, e o ex-procurador geral do Exército canadense Ken Watlkin.

Ban Ki-moon disse ontem (18) que as investigações israelenses sobre o ataque de 31 de maio são importantes, mas não terão "credibilidade internacional", por isso ele continua insistindo que o governo de Israel concorde com a participação internacional e da Turquia.

Na segunda-feira (14), Ban Ki-moon, já havia dito que a proposta de investigações internacionais segue "sobre a mesa", apesar da decisão do governo de Israel, de criar uma comissão interna para estudar o incidente.

Rejeições

A Turquia, país de origem de boa parte dos cerca de 700 ativistas da embarcação atacada pelo Exército israelense, se mostrou contra a iniciativa.

Os Estados Unidos responderam ao anúncio público feito por Israel afirmando que é "um passo à frente" e que esperam que as investigações terminem "rapidamente", declarou o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, em um comunicado.

"Ainda que Israel precise de tempo para concluir o processo, esperamos que as investigações da comissão e do Exército (israelense) sejam feitas rapidamente", disse Gibbs.

O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, declarou-se insatisfeito e afirmou lamentar a decisão israelense de investigar com comissão própria o ataque à "Frota da Liberdade".

Abbas deixou claro que os palestinos prefeririam que o Estado judeu tivesse atendido às solicitações do Conselho de Segurança da ONU, que se reuniu um dia após o ataque e determinou que a operação do Exército de Israel deveria ser investigada por um painel internacional.

A responsável de política externa da União Europeia, Catherine Ashton, pediu que a comissão nomeada pelo governo de Israel realize uma "investigação crível" sobre o ataque à frota humanitária que se dirigia a faixa de Gaza.

Ataque

No dia 31 de maio, militares israelenses atacaram uma frota internacional de ajuda humanitária que seguia para a faixa de Gaza com militantes pró-palestinos. Na ocasião, nove militantes turcos morreram e 20 pessoas ficaram feridas.

O ataque, realizado em águas internacionais, recebeu duras críticas de diversos países, que pedem, além de esclarecimentos a Israel, o fim do bloqueio a Gaza.

 
 
 
FONTE: FOLHA ONLINE / DA EFE, NO CAIRO
Entenda como funciona a escala Richter




Ondas sísmicas são as vibrações de terremotos que viajam pela terra, e a escala Richter é o método mais conhecido para calcular a magnitude delas. Essa escala foi criada em 1935 pelo sismólogo americano Charles F. Richter, que estudava esse tipo de fenômeno no Instituto de Tecnologia da Califórnia, nos Estados Unidos.

Na escala Richter, a magnitude de um terremoto é determinada por um logaritmo aplicado à amplitude de ondas registradas por sismógrafos, aqueles aparelhos que registram as ondas sísmicas por meio de traços em ziguezague --os mais sensíveis captam tremores ocorridos em qualquer lugar do mundo. São realizados ajustes quando há variações na distância entre vários sismógrafos e o epicentro de um tremor.

O total alcançado por um terremoto na escala Richter pode ser expressado em números e frações decimais. Cada número inteiro indica que a quantidade de energia liberada naquele fenômeno foi 31 vezes maior que a liberada no patamar anterior. A escala Richter, portanto, não possui um limite máximo.

Até 2,9

São tremores considerados "micro" e que, normalmente, não são sentidos pelas pessoas.

De 3 a 3,9

Considerados "pequenos", são tremores sentidos por muitos, mas que não deixam danos.

De 4 a 4,9

Tremores "leves" são sentidos por todas as pessoas da região atingida e provocam danos menores, como quebra de objetos.

De 5 a 5,9

São terremotos classificados como "moderados" aqueles capazes de danificar estruturas frágeis.

De 6 a 6,9

Nesse patamar, os terremotos já são considerados "fortes" e podem provocar danos médios, principalmente em áreas muito populosas.

De 7 a 7,9

Tremores considerados "muito fortes" são aqueles que causam mortes e danos severos em áreas geograficamente grandes.

8 ou mais

"Fortíssimos", esses terremotos são capazes de provocar graves destruições e muitas mortes em áreas geograficamente grandes.





FONTE:  FOLHA ONLINE / "Enciclopédia Britannica"
Nova técnica de datação deixa faraó mais velho



Tutancâmon, o rei-menino do antigo Egito, acaba de ficar uns 15 anos mais velho. Já Djoser, primeiro faraó a mandar erguer uma pirâmide, ficou 50 anos mais idoso do que se pensava. O envelhecedor de faraós é o carbono-14.

Foi essa forma instável do elemento químico carbono que permitiu a montagem da primeira cronologia direta do Egito antigo, apresentada na edição de hoje da revista especializada "Science".

Até agora, os arqueólogos só tinham cronologias relativas -sabiam mais ou menos a ordem e a duração de cada reinado, mas precisavam de estimativas, algumas delas baseadas em acontecimentos astronômicos que aparecem em antigos papiros, para conseguir colocar datas na história do Egito faraônico.

"ENGANADOR"

"As cronologias históricas tendem a ser citadas como se o ano real fosse conhecido. Isso é enganador. Mesmo no Novo Império [período de apogeu do poderio egípcio, que começa por volta de 1560 a.C., segundo o novo estudo] há incerteza da ordem de uma ou duas décadas", explicou à Folha o líder do estudo na "Science", Christopher Ramsey, da Universidade de Oxford (Reino Unido).

O carbono-14 se incorpora na matéria orgânica conforme as plantas crescem, chegando à sua quantidade máxima quando o vegetal morre. Daí por diante, o elemento vai sumindo a uma taxa constante, que permite estimar quanto tempo se passou desde a morte da planta.

O que Ramsey e companhia fizeram foi datar 188 restos vegetais de locais construídos em vários reinados. Eram coisas como sementes e caules, que não são armazenados por muito tempo.

"Isso é interessante porque madeira, por exemplo, pode ser utilizada muito tempo depois de extraída, o que confundiria as datas", diz o egiptólogo Cássio Duarte, com doutorado em arqueologia pela USP, que avaliou o estudo a pedido da Folha.

Os dados indicam, por exemplo, que Tutancâmon começou a reinar em 1349 a.C., e Djoser, em 2676 a.C.

As margens de erro da técnica são comparáveis às da cronologia tradicional. Como boa parte do mundo antigo depende da cronologia egípcia para ser datado, "os resultados são importantes, em especial quando você vê interações com povos que não tinham escrita", afirma Duarte. Ele, porém, diz que a cronologia tradicional continuará sendo de grande valia.


 
 
FONTE: FOLHA ONLINE / REINALDO JOSÉ LOPES - DE SÃO PAULO
Onda de calor de 600 ºC matou moradores de Pompeia, diz estudo



Uma pesquisa feita por cientistas italianos aponta que os habitantes da cidade de Pompeia, destruída por uma erupção do vulcão Vesúvio no ano de 79, morreram instantaneamente por uma onda de alta temperatura, e não sufocados por gases, como se pensava até agora.

O estudo, divulgado pela publicação científica "PLoS One", foi realizado por pesquisadores do Observatório Vesuviano, ligado ao Instituto de Geofísica e Vulcanologia de Nápoles.

Especialistas em vulcanologia e biologia examinaram estratos de cinzas no solo de Pompeia, moldes feitos com os restos dos corpos das vítimas guardados no museu da cidade e fragmentos de ossos.

"Os ossos apresentam microfraturas, mudança de cor e processo de cristalização, efeitos característicos de altas temperaturas", disse à BBC Brasil Giuseppe Mastrolorenzo, coordenador da pesquisa.

Segundo o vulcanologista, na primeira fase da erupção houve uma chuva intensa de pedras e cinzas que formou um estrato de 3 metros de altura.

"Muitos moradores da cidade morreram soterrados, e os que sobreviveram morreram na segunda fase, devido a uma onda de calor de 600 ºC, parecida com uma explosão atômica", disse.

"Todas as evidências indicam que as mortes foram causadas por exposição a altas temperaturas."

MORTE INSTANTÂNEA

De acordo com Mastrolorenzo, a posição em que as vítimas foram encontradas é uma das provas de que a morte foi instantânea.

"A posição dos moldes é a típica reação chamada cadaveric spasm ("espasmo cadavérico" em tradução literal do inglês, um enrijecimento muscular que ocorre no momento da morte), a posição vital na qual a pessoa foi atingida pela onda de calor", explicou.

"Por exemplo, o molde da mãe que ainda está com a criança no colo, o corpo do homem sentado no banheiro e as pessoas que repousavam ou dormiam."

"Em caso de morte por sufocamento, a agonia é maior, a pessoa fica consciente por mais tempo e se movimenta", disse o pesquisador.

Até agora se dava como certo, com base na posição dos corpos das vítimas, que os habitantes de Pompeia haviam morrido sufocados pelos gases da erupção. Mas não havia pesquisas para comprovar isso.

"Havia apenas a interpretação das posições das vítimas, considerando (as posições) como sendo fruto de uma agonia, mas (agora) demonstramos que a morte foi instantânea", disse Mastrolorenzo.

RISCO

O estudo também indica que a área de risco em torno do vulcão, baseada no cálculo da quantidade de cinzas depositadas, é maior do que se pensava.

"Observamos que o gás e a cinza podem conservar a alta temperatura em até 20 km de distância do vulcão. Pensava-se que onde havia pouca cinza o risco era menor. Verificamos, no entanto, que mesmo havendo pouco material, a temperatura pode ser muito alta e ser a principal causa de morte", explicou o vulcanologista.

Na avaliação do cientista, os dados da pesquisa podem ser usados para rever o atual plano de emergência da defesa civil em Nápoles.

O Vesúvio está situado a cerca de 10 km da cidade de Nápoles, uma das principais da Itália. Em torno do vulcão surgiram também diversas outras pequenas cidades.

Além do Vesúvio, Nápoles está muito próxima de um campo de atividade vulcânica chamado Campi Flegrei, e isto faz com que a região seja considerada como de alto risco.

Segundo os especialistas do Observatório Vesuviano, o risco vulcânico é calculado com base em vários fatores: a possibilidade de que haja uma erupção, o número de pessoas e habitações envolvidas e os bens culturais e as indústrias presentes na área.

"Cerca de 5 milhões de pessoas vivem no raio de ação deste vulcão. A maior parte das catástrofes que se registraram ultimamente ocorreram por um erro de cálculo do risco por parte da defesa civil ", disse Mastrolorenzo.

Segundo o vulcanologista, não é possível prever quando o vulcão pode entrar em atividade novamente, nem a intensidade da erupção. A última erupção do Vesúvio foi em 1944.

 
 
 
 
FONTE: FOLHA ONLINE / da BBC BRASIL
Al Qaeda ameaça presidente do Iêmem por suposta agressão a crianças




A rede terrorista Al Qaeda na Península Arábica ameaçou o regime do presidente iemenita, Ali Abdala Saleh, por "agredir" mulheres e crianças em um vale do nordeste do Iêmen, em uma gravação de áudio divulgada neste sábado.

"Os mujahedins (guerreiros santos) não permanecerão com as mãos cruzadas frente ao que acontece com nossas mulheres, crianças e irmãos no vale de Obeida, por isso que incendiaremos a terra sob os tiranos infiéis do regime de Saleh e seus ajudantes americanos", diz o grupo terrorista em comunicado.

Além disso, a mensagem, colocada em um site usado habitualmente pelos islamitas, encoraja os líderes tribais da Província nordeste de Marib, onde fica o vale de Obeida, para que não colaborem "na campanha cruzada" e lutem contra o líder iemenita.

Também, encoraja os xeques tribais a não entregar os membros de seus clãs procurados pelas autoridades iemenitas, as quais a Al Qaeda acusa de "matar gente honesta, destruir casas de inocentes e assassinar mulheres e crianças".

A gravação, de pouco mais de oito minutos de duração e cuja autenticidade não pôde ser verificada, apareceu acompanhada de um comunicado com a transcrição das palavras em árabe.

O governo iemenita pediu aos dirigentes tribais para entregar combatentes da Al Qaeda e ameaçou castigar quem os acolher, depois que as forças de segurança iniciaram uma campanha contra o grupo terrorista em cinco províncias, entre elas Marib.

Marib, rica em petróleo, é uma das principais regiões de operações da Al Qaeda no Iêmen, e ali há grupos tribais vinculados com a organização terrorista.

Mortos

Pelo menos sete membros das forças de segurança morreram nesta sexta (18) em um ataque de um grupo armado contra a sede dos serviços secretos na cidade litorânea de Áden, no Iêmen 350 km ao sul de Sana, em uma tentativa de libertar vários presos.

Fontes dos serviços de segurança disseram que vários homens armados, vestidos com uniformes militares, entraram no começo do dia de hoje no prédio, situado cerca do porto da cidade.

O grupo conseguiu entrar no local após enfrentar guardas de segurança, usando granadas, bombas caseiras e armas leves. Os mortos são agentes dos serviços secretos e guardas que vigiavam o prédio.

Por enquanto, se desconhece se os agressores pertencem à rede terrorista Al Qaeda ou são membros do movimento separatista do sul do Iêmen.

O Iêmen é o centro de operações da Al Qaeda na península Arábica e enfrenta outros problemas como um movimento separatista no sul e rebeldes xiitas no norte.




FONTE: FOLHA ONLINE / DA EFE
Vaticano nega reabilitação de ex-arcebispo polonês acusado de abusos




As proibições impostas em 2002 ao ex-arcebispo de Poznan, Juliusz Paetz, acusado de abusar sexualmente de seminaristas e padres, serão mantidas e ele não deverá ser reabilitado, afirmou neste sábado o porta-voz do Vaticano, o padre Federico Lombardi.

As restrições que foram impostas ao religioso não serão levantadas, insistiu padre Lombardi, ao ser indagado por jornalistas sobre um artigo do jornal polonês "Gazeta Wyborcza" fazendo referência a uma eventual reabilitação por parte da Congregação Episcopal.

Desde que foi destituído, monsenhor Paetz, ex-arcebispo de Poznan, está proibido de celebrar missas e ordenar sacerdotes.

O arcebispo, que antes de ser nomeado foi um dos colaboradores pessoais do papa João Paulo 2º no Vaticano, foi substituído por Stanislaw Gadecki.

Paetz sempre clamou sua inocência. "Nunca assediei sexualmente os seminaristas, nem os sacerdotes", afirmou em uma carta de 2002 dirigida aos decanos de sua diocese.

 
 
 
FONTE: FOLHA ONLINE / DA FRANCE PRESSE
Após 3 anos, acaba bloqueio em ponte que liga Uruguai e Argentina




Uruguaios e argentinos voltaram a cruzar a fronteira depois que um grupo de ambientalistas de Gualeguaychú retirou neste sábado o bloqueio de mais de três anos de uma ponte que une ambos os países.

"Agora poderemos estar em contato com nossos parentes uruguaios, vamos ver minha mãe, que está doente em Montevidéu", disse à AFP Myriam Gutiérrez, uma uruguaia residente de Buenos Aires, enquanto esperava em seu carro junto a seu marido argentino, Daniel Galdoporpora, que os ativistas retirassem a barreira que bloqueava a passagem na estrada 136, na altura de Arroyo Verde, na Argentina.

Os manifestantes mantinham a ponte General San Martín bloqueada -- que une as cidades argentina de Gualeguaychú e a uruguaia Fray Bentos -- desde novembro de 2006 como forma de protestar contra a instalação de uma fábrica de celulose da finlandesa UPM (ex-Botnia) no rio Uruguai.

Vários argentinos aproveitaram o fim de semana prolongado para cruzar ao Uruguai por esse local. "Por aqui, os custos são menores", explicou Golfoporpora, que se mostrou temeroso em relação aos próximos passos dos ativistas.

O bloqueio foi encerrado por 60 dias à espera que os governos de ambos os países concordem em realizar um controle dentro da fábrica de celulose para determinar se há contaminação, algo que até agora não foi aceito pela comissão administradora do Rio Uruguai (Caru), um organismo binacional.

"Continuaremos com as nossas ações, a Botnia é ilegal, contamina e deve sair da bacia do rio Uruguai", disse um representante dos ativistas diante de centenas de pessoas.

 
 
 
FONTE: FOLHA ONLINE / DA FRANCE PRESSE, EM ARROYO VERDE (ARGENTINA)
Ministro Dias Toffoli arquiva mandado de segurança para que TSE e partidos informassem maus antecedentes de candidatos


O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), extinguiu sem exame de mérito o Mandado de Segurança (MS 28895) no qual um advogado pedia que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e os 27 partidos políticos em atividade no Brasil fossem obrigados a divulgar, em dez dias, os maus antecedentes dos candidatos a cargos eletivos nas eleições de outubro. Numa inicial de 76 páginas, o advogado sustentou, sem sucesso, que a restrição ao conhecimento público desses dados ofenderia a Constituição e o Pacto de São José da Costa Rica.

Em sua decisão, o ministro do STF censurou, com vigor, a aventura jurídica do advogado, cuja peça inicial encontra-se plena de irregularidades formais, desconectadas do objeto da ação. Além disso, não houve indicação de ato abusivo ou ilegal concreto e identificável no texto, o que fez com que a petição não apresentasse nenhum dos requisitos básicos do mandado de segurança. “A relevância constitucional do mandado de segurança não pode ser barateada por iniciativas desse jaez, especialmente quando se provoca a mais alta Corte do País sem a observância das mínimas cautelas processuais ou mesmo sem que se atente à seriedade do ato de impetração”, afirmou Dias Toffoli.

Além das irregularidades formais, o ministro aponta que não existe no ordenamento jurídico brasileiro a figura do “mandado de segurança difuso”. Esse tipo de ação é utilizado na defesa dos interesses do cidadão contra abusos cometidos por autoridades públicas ou equiparadas às modalidades individual e coletiva, de acordo com o que estabelece o artigo 5º, inciso LXX, da Constituição. Além disso, a legitimidade para a defesa de interesses difusos, embora não seja propriamente o caso deste mandado de segurança, é do Ministério Público.

“Essas circunstâncias eliminam até a generosa possibilidade de que a atuação do impetrante fosse um exemplo, um tanto exótico, reconheça-se, de manifestar o desejo legítimo da população brasileira de experimentar um processo político-eleitoral marcado pela observância plena e estrita dos valores democráticos e igualitários previstos na Constituição de 1988. As deficiências técnicas são de tal ordem que fulminam, por si sós, o mandamus”, conclui o ministro relator.

 
 
FONTE: STF