sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Polícias Militar, Civil e Federal 

cercam  Complexo do Alemão 

e são alvo de 

disparos de traficantes


As principais entradas do Complexo do Alemão --agrupamento de favelas na zona norte do Rio de Janeiro--amanheceram nesta sexta-feira (26) vigiadas por homens fortemente armados em ação conjunta das polícias Civil, Militar e com reforço da Polícia Federal. Na entrada das ruelas que ligam a estrada de Itararé aos barracos, grupos de até dez homens fazem a vigilância e tentam identificar a posição dos traficantes do Comando Vermelho que dominam a região.
Por volta de 10h30, um tiro foi disparado contra uma das equipes policiais que ocupa uma rua na altura do número 393 da estrada de Itararé --principal via de acesso ao Complexo. A olho nu era possível ver o autor do disparo. Ele e mais dois traficantes estavam a menos de 300 metros do ponto em que estão os policiais
Um policial militar do 16º Batalhão foi levemente ferido na testa após se arranhar em uma grade ao tentar se aproximar dos traficantes. Os três criminosos vistos aparentam ter por volta de 20 anos. Alguns estão sem camisa e, pelas imagens registradas pelos fotógrafos, é possível ver que passam longos momentos apontando seus fuzis para a barreira policial.
Um helicóptero da Polícia Militar que sobrevoa a região também troca tiros com os traficantes do Complexo do Alemão.
Todas as pessoas que entram e saem da favela são rapidamente abordadas e, sob a mira de armas, são obrigadas a explicar o que estão fazendo e para onde estão indo. Muitos moradores estão tentando se mudar para outras regiões. Uma kombi com oito mulheres e uma criança foi abordada pela polícia nessa migração. O carro estava cheio de eletrodomésticos e aparentava não oferecer riscos, mas mesmo assim foi todo revistado.
Os policiais se escondem atrás de muros na estrada de Itararé e, assim que alguém passa vindo das favelas, fazem a abordagem, pegando a pessoa de surpresa. O movimento nas principais avenidas da região é interrompido a todo instante por comboios de carros policiais que seguem de um ponto para o outro no Complexo do Alemão. O comércio está parcialmente fechado.
A imprensa que cobre a tentativa de ocupação é solicitada pelos próprios policiais a vestir sempre coletes a prova de bala. Apesar de não haver registro de nenhum confronto grave nesta sexta-feira (26), o clima é de desconfiança nas comunidades, e quase nenhum morador aceita conversar com repórteres.


FONTE: Arthur Guimarães - Enviado especial do UOL Notícias / Daniel Milazzo - Especial para o UOL Notícias

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