Adriana Almeida é interrogada no
quarto dia de julgamento do assassinato de Renné Senna
A juíza Roberta dos Santos Braga
Costa recomeçou às 13h desta quinta-feira, dia 1º, no Fórum de Rio Bonito, o
interrogatório dos acusados de matar o ganhador da Mega Sena, Renné Senna, em
janeiro de 2007.
Janaína Silva de Oliveira da
Costa foi a primeira a ser ouvida e contou que trabalhava como professora de Educação
Física e que, na época dos fatos, morava com Anderson Silva de Souza, já
condenado pelo crime. Ela disse que era amiga de Adriana e que as duas
conheceram Anderson em uma festa.
O interrogatório de Adriana
começou às 15.40h e durou mais de cinco horas. Ela contou que conheceu Renné em
2002, quando trabalhava como cabeleireira e a irmã dele Ângela, que era sua
cliente, a convidou para morar um tempo com ela, pois Adriana estava
recém-separada e estava dormindo há alguns dias no próprio salão. Nessa época,
Renné ainda tinha as duas pernas.
Ela contou que Renné a assediava,
mas ela não queria relacionar-se com ele por ter se separado há pouco tempo.
Depois disso, eles só se reencontraram depois de ele ter ganhado o prêmio da
Mega Senna, em 2005. O reencontro aconteceu na casa de Ângela e Renné voltou a
assediá-la. Ela, então, aceitou namorá-lo e foram morar juntos cerca de três
semanas depois. Perguntada pela promotora por que foi morar com ele tão rápido,
Adriana respondeu: “Renné era muito bom e me dava muita atenção. Ele cuidava de
mim e eu cuidava dele e eu me apaixonei por ele”.
Adriana disse que, quando já
morava com Renné na fazenda em Rio Bonito, Janaína pediu para ela arrumar para
Anderson um emprego de segurança, o que foi feito. Ednei Pereira – já condenado
pelo crime – e Ronaldo Amaral de Oliveira, um dos réus do processo, passaram a
fazer parte da equipe chefiada por Anderson. Um segurança chamado Davi, porém,
alertou Renné de que Anderson e Ednei não eram policiais e os dois foram
despedidos. Depois disso, Davi teria espalhado um boato de que ambos estavam
planejando invadir a fazenda e sequestrar a filha de Adriana. Ela contou ainda
que Renné teria dado R$ 70 mil a ele para matar Anderson, mas ela fez o marido
desistir da idéia. Apenas cinco dias após Anderson e Ednei serem despedidos,
Davi foi morto em uma falsa blitz na Ilha do Governador.
Perguntada sobre seu
relacionamento com o segurança Robson, um ex-namorado com quem ela se envolveu
novamente no final de dezembro de 2006, ela disse que “não foi um
relacionamento amoroso, apenas sexual” e que Renné nunca desconfiou de que
estava sendo traído. Ela contou ainda que os motivos de suas brigas era o fato
de Renné, após ter comprado um quadriciclo, sair frequentemente para ir a
bares, inclusive à noite e sem segurança.
Adriana também foi questionada
sobre oito telefonemas que teriam acontecido entre os celulares dela e de
Anderson em dezembro de 2006 e mais alguns em janeiro de 2007, uma vez que ela
havia afirmado não ter se comunicado com Anderson depois de ele ter sido
despedido da fazenda. Adriana respondeu que os telefonemas foram para Janaína e
não para Anderson, mas não soube explicar porque ela ligava para o celular de
Anderson e não para o da Janaína.
Sobre o relacionamento com os
parentes de Renné, Adriana contou que, já no dia do crime, toda a família dele
a acusava de ser a mandante do crime. Apesar disso, ela disse que costumava ser
bem tratada por todos e também tratá-los bem, tendo bom relacionamento
inclusive com a filha de Renné, Renata Senna.
A previsão é que o julgamento dos
quatro acusados de participar da morte de Renné Senna – Adriana Ferreira de
Almeida, Janaína Silva de Oliveira da Costa, Ronaldo Amaral de Oliveira e Marco
Antonio Vicente – termine na madrugada desta sexta-feria, dia 2.
FONTE: TJRJ
Notícia publicada em 01/12/2011
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