Fundador do WikiLeaks se entrega e é preso em Londres
O fundador do site WikiLeaks, o australiano Julian Assange, foi preso na manhã desta terça-feira (7 dez.) em Londres, após se entregar em uma delegacia de polícia.
Assange, 39, estava sendo procurado após a Suécia emitir contra ele um mandado de prisão internacional.
Segundo um comunicado da polícia londrina, o fundador do WikiLeaks responderá na Suécia por quatro acusações feitas em agosto de 2010, inclusive uma de estupro. Assange nega.
O australiano provocou a ira do governo americano e de aliados em todo o mundo ao divulgar centenas de milhares de telegramas diplomáticos dos Estados Unidos, muitos sobre temas sensíveis. O grau de seriedade das informações vazadas varia de "trivial" a "beirando o crime", conforme as avaliações.
Empresas como a PayPal e a Amazon deixaram de prestar serviços ao site e, na segunda-feira, o banco suíço PostFinance congelou as contas de Assange. O site diz que a medida bloqueia 31 mil euros. Em comunicado, o WikiLeaks afirmou que Assange perdeu 100 mil euros em bens em uma semana.
Defensores de Assange crêem que existe uma relação entre o vazamento das informações e as acusações contra ele, mas o mandado de prisão é anterior aos últimos escândalos.
A Suécia havia expedido um mandado de prisão para Assange em 18 de novembro, porém a ação foi invalidada por um erro processual. Um novo mandado foi emitido em 2 de dezembro, após as revelações.
Há relatos de que o australiano vinha tentando contatar a polícia sueca para saber mais detalhes da acusação. Mas o advogado de Assange na Grã-Bretanha, Mark Stephens, disse à BBC que os promotores suecos haviam se comportado de maneira "bizarra" e dificultado a ele conhecer o teor das acusações.
"Já é hora de chegar à verdade, justiça e Estado de Direito. Julian Assange é o maior interessado em limpar o seu bom nome", disse o advogado.
Apoio
Na segunda-feira, um grupo de australianos influentes divulgou uma carta pedindo à primeira-ministra do país, Julia Gillard, que proteja os direitos de Assange.
"Antes de mais nada, Julian Assange é um cidadão australiano que tem direito à proteção do seu país, e não merece ser traído por seu próprio país. Julia Gillard tem dificultado o seu retorno para a Austrália, onde ele tem direito de estar, e chegou a ameaçar cancelar o seu passaporte, o que é revoltante", disse um advogado proeminente no país, Julian Burnside.
Outro advogado a sair em defesa do fundador do WikiLeaks foi James Catlin, que criticou a atuação das autoridades suecas no caso.
"As autoridades suecas vieram a público dizer ao mundo que as alegações contra ele são sérias e merecem uma investigação, mas ele não teve direito aos procedimentos cabíveis", disse o advogado, que em outra ocasião chegou a atuar em nome de Assange.
"E quando ele finalmente teve acesso a alguns detalhes do caso, o primeiro documento que recebeu estava em sueco."
Um dos mais recentes vazamentos de informações do WikiLeaks consta de uma longa lista de locais considerados pelo governo americano como vitais para a segurança nacional. A lista inclui oleodutos, centros de comunicação e de transporte, minas e fábricas de produtos médicos.
O documento é considerado possivelmente o mais polêmico divulgado até agora pelo site, que tem em seu poder um pacote de mais de 250 mil comunicações diplomáticas mantidas sob confidencialidade pelos Estados Unidos.
FONTE: OAB-RJ / Do Le Monde Diplomatique
A verdade é incomoda
ResponderExcluirCOm que base pretendem incriminar Assange?
1- ele não retirou informação a ninguem
2- a informação chegou até ele
3- ele publicou a informação, o que é um direito em democracia
4- ele não é cidadão americano, pelo que não pode ser acusado de traição pelos USA
As acusações que pendem sobre ele trata-se de uma tentativa de o levar à prisão pelos serviços da CIA e do MOSSAD e outros... que se sentem incomodados com a revelação de segredos que mostram a verdadeira natureza de determinados Estados
António (Lisboa)