terça-feira, 30 de novembro de 2010

Receios e cautela 

marcam proposta 

da China para solucionar

 crise coreana


Coreia do Sul e Japão receberam nesta segunda-feira a proposta chinesa de negociação à crise da Coreia do Norte e analisam com cautela os próximos passos a serem tomados.

Em discurso transmitido pela televisão, o presidente sul-coreano, Lee Myung-bak, condenou o ataque norte-coreano, que no dia 23 matou quatro pessoas na ilha de Yeonpyeong e, pela primeira vez, se desculpou pela reação do Governo, tachada de branda e tardia.

O presidente evitou comentários sobre a iniciativa chinesa de convocar uma reunião de urgência dos países que participam do diálogo de seis lados (as duas Coreias, EUA, China, Rússia e Japão) para abordar a crise coreana.

"Chegou o momento de demonstrarmos nossa determinação com ações em vez de palavras", disse Lee, que lembrou que Seul conta com o apoio da maior parte da comunidade internacional.

O ataque contra Yeonpyeong, um dos episódios mais críticos entre os dois países vizinhos desde o fim da Guerra da Coreia (1950-1953), foi qualificado de "crime contra a humanidade" por Lee, que afirmou que Pyongyang "pagará caro" pela nova provocação.

Também afastou a possibilidade de retomar em breve o diálogo para o desarmamento nuclear norte-coreano já que, segundo sua opinião, após o ataque contra Yeonpyeong "já não faz sentido pensar que o Norte abandonará seu programa nuclear e sua arriscada política".

A China é o principal apoio e quase único aliado da ditadura de Kim Jong-il e sua proposta de convocar os membros do diálogo de seis lados para diminuir a tensão atual foi recebida com suspeitas.

O Japão também expressou nesta segunda-feira sua oposição à iniciativa e ressaltou que, por enquanto, seus esforços se concentram em trabalhar com Seul e Washington na busca de uma postura unificada.

Além disso, insistiu que qualquer decisão sobre o reatamento do diálogo de seis lados será feito em conjunto com Estados Unidos e Coreia do Sul.

As negociações multilaterais para a desnuclearização da Coreia do Norte estão estagnadas desde dezembro de 2008 pelo boicote de Pyongyang, que, no entanto, tinha demonstrado recentemente seu interesse em retomá-las em troca de compensações.

No entanto, Estados Unidos e aliados se opunham a reabri-las e reivindicavam a Pyongyang sinais concretos que avançam rumo à desnuclearização.

Por enquanto o regime comunista de Kim Jong-il não fez nenhum comentário oficial sobre a proposta da China e se limitou a redobrar suas ameaças contra a Coreia do Sul pelos exercícios militares conjuntos com os EUA que efetua desde domingo no Mar Amarelo.

Ao todo, 7,3 mil militares, dos quais 6,4 mil são americanos, participam desses exercícios, que contam também com porta-aviões, 75 aviões de combate e uma dezena de navios de guerra.

Nesta segunda-feira são realizados treinamentos com anti-submarino, simulações de batalhas navais e bombardeios aéreos, operações que a Coreia do Norte qualificava de "grave provocação militar" e que pode resultar em uma "guerra em grande escala".

Está previsto que as manobras terminem na quarta-feira, mesmo dia que começa a reunião da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) no Cazaquistão, que será aproveitada pelo ministro de Exteriores sul-coreano, Kim Sung-hwan, para discutir a atual crise com EUA e Rússia.

De acordo com a agência sul-coreana "Yonhap", Kim Sung-hwan deve visitar Washington no início de dezembro para um encontro trilateral com a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, e o ministro de Exteriores japonês, Seiji Maehara, para tratar a crise coreana.


FONTE: UOL / EFE

Notícia divulgada em 29.11.2010

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