segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Promotora diz que Joanna teve convulsões por três dias antes de ser levada ao médico



A promotora Ana Lúcia Silva Melo, responsável pelo pedido de prisão do pai e da madrasta de Joanna Marcenal Marins, 5, afirmou nesta segunda-feira que a menina teve convulsões por três dias antes de ser levada ao médico. Joanna morreu em 13 de agosto, vítima de uma meningite herpética, após passar quase um mês em coma.



"Quando ela contraiu meningite, começou a ter convulsões, e ficou por três dias convulsionando em casa sem receber atendimento", disse a promotora, que denunciou André Marins, 41, e Vanessa Maia, 30, por homicídio qualificado com dolo eventual. O dolo eventual significa que o casal assumiu o risco da morte da criança por ter tido uma atitude omissa e não ter procurado ajuda médica imediatamente.


A promotora disse também que a tortura à qual a menina foi submetida pode ter contribuído para que ela desenvolvesse a doença, já que teria baixado a imunidade da menina. Segundo Melo, há indícios de que a menina foi submetida a tratamento desumano e degradante na primeira quinzena de julho.



Laudo elaborado pelo Grupo de Apoio Técnico do Ministério Público constatou que a menina foi vítima de queimaduras provocadas por "meio físico ou químico" entre o fim de junho e o início de julho. O mesmo documento descartou que a marca nas nádegas da menina tenha sido fruto de uma alergia, como o pai chegou a alegar.



Além disso, pesou o depoimento de uma diarista que trabalhou na casa de Marins. Ela relatou à polícia ter visto, nos dias 13 e 14 de julho, a menina deitada em um tapete no chão, com as mãos e os pés atados com fita crepe e suja de fezes e urina. Ela só foi levada ao hospital no dia 15, segundo o MP.



A diarista disse ainda, segundo a promotora, ter encontrado diversas peças de roupa sujas de fezes, que indicariam que a menina apresentava descontrole fecal há pelo menos duas semanas. Segundo Melo, essa situação foi causada pelo "terror psicológico" ao qual a criança foi submetida na casa do pai.



A promotora disse ainda que decidiu denunciar a madrasta, que não tinha sido indiciada pela polícia, porque, apesar de a guarda legal ter sido concedida apenas a Marins, ela detinha a guarda de fato da criança.



"A Vanessa residia na mesma casa do André, com quem tem duas filhas, e acompanhava tudo o que era feito na casa", diz.



Melo explicou ainda ter pedido a prisão preventiva do casal por entender que as testemunhas estão sendo intimidadas e devido ao clamor popular. Ela citou que Marins chegou a dizer à imprensa que irá perseguir judicialmente a diarista que depôs contra ele.



A promotora afirmou ainda que a ação inadequada da médica Sarita Fernandes e do falso médico Alex Sandro da Souza Cunha, que atenderam Joanna no hospital RioMar, na Barra da Tijuca, também colaborou para a morte da menina. Os dois já tiveram a prisão preventiva decretada, mas ele está foragido. O pai e a madrasta de Joanna negam as acusações.






FONTE: FOLHA ONLINE / DENISE MENCHEN - DO RIO

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