Juiz deve ser investigado no seu
Estado, diz Cezar Peluso
O presidente do STF (Supremo
Tribunal Federal), ministro Cezar Peluso, quer que o CNJ (Conselho Nacional de
Justiça) priorize a fiscalização de corregedorias locais.
Para ele, os órgãos
de investigação internos dos tribunais locais são ineficientes e o CNJ poderia
atuar para resolver o problema.
Segundo Peluso, o CNJ pode
investigar juízes individualmente, mas deve dar mais atenção às corregedorias.
O Conselho, de acordo com o ministro, não deve atuar em todos os casos porque
essa ampla atuação tornaria as corregedorias locais ainda mais ineficientes.
"A tendência é, quando as
pessoas percebem que o órgão [CNJ] está suscetível a receber tudo e a processar
tudo, tendem a aumentar as denúncias perante o próprio órgão [o CNJ]. Ao invés
de se dirigir às corregedorias locais, aos tribunais locais, vão passar a
encaminhar [ao CNJ]", afirmou.
O presidente do STF falou sobre o
assunto no programa "Poder e Política - Entrevista", do UOL e da
Folha, conduzido pelo jornalista Fernando Rodrigues no estúdio do Grupo Folha
em Brasília. A gravação ocorreu na sexta-feira (30).
Na entrevista, o ministro evitou
comentar a declaração da corregedora nacional de Justiça, Eliana Calmon, de que
a redução de poder de investigação do CNJ pode levar à impunidade de
"bandidos que estão escondidos atrás da toga".
Peluso também falou sobre o
afastamento do colega Joaquim Barbosa do Tribunal, criticou a demora da
presidente Dilma para nomear substituto para a vaga deixada por Ellen Gracie e
respondeu perguntas sobre casos em aberto, como mensalão e Ficha Limpa.
FONTE: FOLHA.COM / FÁBIO BRANDT - DE BRASÍLIA
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