sexta-feira, 25 de março de 2011

Otan vai se responsabilizar por zona de exclusão aérea na Líbia, diz secretário-geral


Os países da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) concordaram, nesta quinta-feira, em cuidar da zona de exclusão aérea na Líbia para proteger os civis contra as forças do ditador Muammar Gaddafi, afirmou o secretário-geral da organização, Anders Fogh Rasmussen.

Ele também disse que o mandato da coalizão militar, liderada pelos Estados Unidos, não foi além da zona de exclusão aérea da Otan, mas também pode agir em defesa própria.

Rasmussen pareceu contradizer uma declaração anterior ao ministro das Relações Exteriores da Turquia de que a Otan iria assumir o comando de todas as operações militares da coalizão na Líbia. "Neste momento, existe uma ação da coalizão e uma ação da Otan", disse.

Segundo o secretário-geral, a Otan ainda está estudando a possibilidade de assumir um papel ainda maior na coalizão militar, como, por exemplo, de atacar forças terrestres do ditador Muammar Gaddafi. A decisão final da organização deve sair dentro de alguns dias.

Mais cedo, o chanceler turco, Ahmet Davutoglu, disse que o comando das operações militares do Ocidente na Líbia seria transferido dos Estados Unidos para a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) dentro de um a dois dias

"O compromisso foi alcançado, em princípio, em um tempo muito curto", Dovutoglu disse a repórteres. "A operação será entregue completamente à Otan."

O governo turco, liderado pelo islâmico moderado Recep Tayyip Erdogan, foi muito crítico com os ataques que a coalizão internacional está realizando contra as forças do líder líbio Muammar Gaddafi. 

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, não convidou os dirigentes turcos a participarem da Cúpula de Paris para discutir sobre os ataques à Líbia, o que aumentou as críticas de Ancara.

Nos últimos dias, diversas rodadas de conversas com a administração americana suavizaram a postura da Turquia, que finalmente decidiu enviar um terço de sua frota (4 fragatas, 1 embarcação de apoio e 1 submarino) a águas líbias para cooperar no bloqueio de armas ao regime de Gaddafi e em tarefas de ajuda humanitária.

Além disso, Ancara pôs à disposição da Aliança seis caças F-16, mas deixou claro que não participará dos bombardeios, limitando-se a vigiar o cumprimento da zona de exclusão aérea sobre a Líbia, decretada pela resolução 1973 do Conselho de Segurança da ONU.

O almirante da Marinha americana William Gortney também afirmou que os EUA iriam passar o comando das operações na Líbia para a Otan. Segundo o oficial, os EUA iriam apenas dar apoio aos outros países que participam da ação militar.


Pentágono nega que operação tenha matado civis

Gortney também disse que a operação das forças de coalizão não está sendo “subestimada” pelos países, e que a pressão contra a onda de violência do regime do ditador líbio Muammar Gaddafi vai continuar no país africano.

“Vou ser claro: quando e onde as forças do regime ameaçarem os civis elas serão atacadas. Nossa mensagem para as tropas do regime é simples: parem de atacar”, disse Gortney.


Gortney também afirmou que não há nenhuma ação em conjunto entre a coalizão e os rebeldes líbios.

Segundo ele, 350 aviões – sendo a metade americanos – estão envolvidos nas operações na Líbia e não há evidências de que a morte de civis esteja ligada à missão internacional, como vem sugerindo o governo líbio.

Mussa Ibrahim, um porta-voz do governo líbio, declarou nesta quinta que as forças de coalizão mataram 100 civis desde o início da intervenção, no sábado.

"O que está acontecendo agora é que os governos ocidentais estão lutando ao lado dos rebeldes. Isso não é permitido pela resolução das Nações Unidas", afirmou ele a repórteres.

"Temos um cessar-fogo em voga. Estamos apenas respondendo aos ataques aéreos, que é nosso direito, e os rebeldes no leste estão atacando nosso Exército com a cobertura dos ataques aéreos", completou.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse nesta quinta-feira que considera importante que “a comunidade internacional fale com uma só voz”, ao comentar a situação na Líbia, principalmente porque, segundo o secretário, não há “nenhuma evidência” de cessar-fogo por parte do governo líbio.


Avião líbio é abatido por franceses

Um porta-voz do ministério da Defesa francês confirmou que um avião militar líbio que violou a zona de exclusão imposta pelas forças de coalizão foi derrubado, em Misrata, por um caça francês nesta quinta-feira (24).

A emissora americana "ABC"  disse que o ditador líbio Muammar Gaddafi "desafiou pela primeira vez hoje a zona de exclusão aérea imposta pelos EUA e seus aliados, e enviou um avião de guerra a Misrata, onde foi derrubado rapidamente por aviões de combate franceses".

A coalizão militar ocidental liderada pelos Estados Unidos contra o líder líbio Muammar Gaddafi disparou 14 mísseis Tomahawk durante a noite, informaram as Forças Armadas norte-americanas.

Um porta-voz do Comando dos EUA na África disse que os países da coalizão também atiraram bombas em alvos na Líbia, onde Gaddafi permanece desafiando a campanha militar internacional que começou no fim de semana e vem se intensificando.




FONTE: UOL / Com agências internacionais

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