sábado, 6 de novembro de 2010

Iêmen ordena captura de imã radical americano "vivo ou morto"



Um juiz iemenita ordenou neste sábado a captura do imã muçulmano radical americano Anwar Al Awlaki "vivo ou morto", depois que ele faltou à audiência de seu julgamento por participação no assassinato de estrangeiros.



Awlaki, que nasceu no Estado americano do Novo México e cresceu alternando estadias nos EUA e no Iêmen, é suspeito de ligação com a rede terrorista Al Qaeda e extremistas que participaram de pelo menos três atentados contra os EUA.



Segundo o jornal americano "New York Times" ele se encontrou na Califórnia e em Washington com pelo menos um dos sequestradores que atuaram no 11 de Setembro.



Al Awlaki também chegou a classificar como seu aluno o nigeriano Umar Farouk Abdulmutallab -que tentou explodir um avião que voava entre Amsterdã e Detroit no último Natal.



A terceira conexão dele seria com Nidal Malik Hasan, o major americano que matou 13 militares no maior massacre já registrado em uma base militar em território americano, em 5 de novembro passado.



Uma jovem britânica que esfaqueou um parlamentar também disse ter assistido discursos de Al Alwaki.



Desde abril deste ano, as forças americanas receberam sinal verde do governo para caçar e matar o clérigo. Mas a pressão ficou maior depois de dois pacotes-bombas serem interceptados em aviões com carga do Iêmen com destino a mesquitas em Chicago.



Um dos objetos foi achado em uma aeronave de carga da empresa UPI no aeroporto de East Midlands, cerca de 260 km a norte de Londres. O pacote, contendo um cartucho de tinta de impressora modificado, foi enviado do Iêmen para Chicago, nos EUA, em voo com escala no Reino Unido.



O outro foi descoberto em uma instalação da FedEx Corp em Dubai. O pacote de Dubai foi levado para exames de laboratório para tentar determinar sua natureza, informa um comunicado da autoridade de aviação civil do país, segundo a agência de notícias estatal. A Qatar Airways confirmou que o pacote de Dubai foi transportado em um de seus voos de passageiros partindo da capital iemenita, Sanaa, com escala em Doha.



A tentativa de ataque foi reivindicada pela Al Qaeda na Península Árabe, braço da rede terrorista no Iêmen. Autoridades iemenitas dizem que ele pode ter abençoado os planos, mas não necessariamente participou ativamente deles.



Al Awlaki estaria escondido nas montanhas ao sul do Iêmen, sob proteção de sua família e tribo. Alguns analistas dizem que o país não se esforça para capturá-lo.



Nos últimos dias, contudo, o Iêmen tenta provar o contrário. A Justiça do país abriu um processo in absentia contra o clérigo na última terça-feira, como co-autor no julgamento de Hisham Assem, acusado de matar um francês em um ataque a uma petrolífera em 6 de outubro. Um primo seu, Othman Al Awlaki, também foi incluído na lista de réus por ter colocado Assem em contato com o clérigo, por e-mail.



Na sessão de terça-feira, Assem negou todas as acusações e disse que foi torturado para confessar. Ele voltou a fazer as acusações neste sábado.



Al Awlaki possui centenas de vídeos na internet nos quais dá sermões em árabe e inglês. Considerado ultrarradical pelos EUA, o imã faz pregações na internet convocando militantes e simpatizantes a participar de uma guerra santa contra o país.



Em algumas das gravações Al Awlaki prega sobre os benefícios de se morrer em nome da religião.







FONTE: FOLHA ONLINE / DA ASSOCIATED PRESS, EM SANAA / DE SÃO PAULO

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