quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Mulheres estão mais endividadas que homens pela 1ª vez, diz pesquisa


Neste ano as mulheres superaram os homens e lideram na lista dos inadimplentes, segundo pesquisa da ACSP (Associação Comercial de São Paulo). Entre os devedores, elas representam 52%, enquanto eles são 48%.



A pesquisa, realizada em setembro, aponta ainda que a maior incidência de inadimplência está na faixa de um a três salários mínimos, com 55% dos entrevistados. No recorte por idade, 70% dos inadimplentes estão na faixa entre 20 a 40 anos. O estudo aponta ainda que 69% dos entrevistados tem dois ou mais carnês em atraso.



O presidente da ACSP, Alencar Burti, defendeu que a facilidade em tomar crédito deve ser acompanhada pela melhor administração do orçamento familiar. "Por isso as classes menos favorecidas (C/D) têm um percentual maior entre os inadimplentes".



Burti afirmou que a pesquisa revela a velocidade com que as transformações econômicas e sociais vêm ocorrendo. "Isso explica o maior endividamento das mulheres. Cada dia mais elas vêm ocupando mais espaços na sociedade e dobrando suas responsabilidades ao terem que administrar, simultaneamente, o lar e o orçamento doméstico, além de responder pelos problemas inerentes à tomada de crédito", disse.



A pesquisa aponta ainda que a classe C, que em outro levantamento da entidade sobre confiança do consumidor se destaca como a mais otimista, é também a mais propensa a fazer compras parceladas e a retomar o crédito, o que puxa a atividade econômica.



O carnê de loja continua como a forma de pagamento com mais atrasos. Neste ano, 31% responderam que têm dívidas no carnê, mesmo número do ano passado. Em 2008, eram 38%.



Neste ano, em segundo aparece o cheque, com 24%, e na sequência o cartão de crédito (19%), o cartão de loja (14%) e os empréstimos bancários (12%).



A pesquisa destaca ainda que 69% responderam que têm dois ou mais carnês em atraso. No ano passado, eram 55%.



MOTIVO



Segundo a pesquisa, o desemprego do titular ou de alguém da família continua responsável por 50% das causas da inadimplência. O levantamento destaca, no entanto, que apenas 10% dos entrevistados afirmaram ter perdido o emprego em 2010. A maioria (53%) afirmou que foram desligados em 2008 ou 2009, durante a crise econômica global. Outros 37% disseram que a perda do emprego ocorreu entre 2000 e 2007.



O estudo apontou ainda que é crescente o número de entrevistados que nos últimos três anos recuperou o emprego: em setembro de 2008, 56% recuperaram o emprego segundo a pesquisa, passando para 63% em setembro de 2009 e 69% em setembro de 2010. "Isso mostra que a geração de empregos formais está estimulando a grande recuperação de crédito dos últimos meses, divulgados pela ACSP nos balanços mensais", afirmou a ACSP.



PAGAMENTO



A quitação de débitos ainda depende preponderantemente de cortes de gastos no orçamento para 73% dos entrevistados em setembro de 2010, contra 67% em 2009 e 79% em 2008. Por outro lado, o uso de "outras" fontes (que inclui ajuda de amigos e parentes) subiu de 10% na pesquisa de 2009, para 15% em setembro de 2010.





Fonte: Folha Online
 
Publicada em 06/10/2010

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