domingo, 18 de julho de 2010

Fique atento à saúde bucal do seu bebê



O cuidado com a saúde bucal começa após a primeira refeição da vida. Mas os pais precisam estar preparados antecipadamente para inserir esse hábito nos filhos. Uma boa saúde da boca, principalmente dos dentes, pode proteger contra diversos problemas de saúde no futuro.

“A visita ao dentista era fonte de traumas para muita gente”, explica Márcia Amar, odontopediatra responsavel pelo curso de odontologia para gestantes do Hospital Santa Catarina, em São Paulo, e pesquisadora do tema. “Mas se as pessoas fizessem o acompanhamento da própria saúde bucal de forma preventiva, dificilmente elas teriam esses traumas, normalmente associados à procedimentos que são necessários justamente porque elas não se cuidam”, explica.

Esses cuidados, diz a especialista, deveriam começar antes mesmo do bebê nascer, com os pais se informando com o odontopediatra e criando hábitos desde a primeira semana de vida da criança. Abaixo Márcia responde algumas questões e ainda dá dicas para cuidar da saúde bucal do seu filho.

Quando os dentes começam a nascer?

Normalmente por volta do 6º mês de vida aparecem os primeiros dentes.

Mas há alguns bebês que nascem com dentes, isso é normal. Outros ainda levam até 1 ano para iniciar o desenvolvimento das dentições.

Quais os primeiros dentes a aparecer?

Normalmente são os incisivos inferiores, os centrais e os laterais. Mas dependendo da genética pode haver algumas diferenças entre as dentições dos bebês. Alguns podem não desenvolver certos dentes ou ter dentes a mais. Outros ter a denticao adiantada ou postergada. Há padrões gerais, mas varia de criança para criança.

Como lidar com a irritação causada pela aparição da dentição?

É preciso estabelecer uma rotina desde cedo. Assim que o bebê vai pra casa já é possível, após cada mamada, fazer a limpeza das gengivas, com uma gase e uma solução em spray chamada InPhlOral (o único produto nacional) que tem por base uma série de óleos essenciais e que aliviam o desconforto durante esta fase.

Mordedores são recomendáveis?

Mordedor: seria bom para crianças pois diminui a irritação. Mas muitos pais não observam o tamanho do produto. O mordedor muitas vezes é muito grande – fora do tamanho da boca da criança.

Nesse caso o melhor é a massagem gengival com uma gase e a solução – pois o produto auxilia a promover a analgesisa do local. Usar a gase e água gelada também alivia a sensação.

Em todos esses casos o que é bastante interessante é que a massagem estimula a erupção dentária.

O que fazer para manter a saúde bucal dos bebês?

A mãe deve estar atenta para cuidar da limpeza da boca do bebê desde o primeiro dia: após cada mamada é preciso limpar as gengivas.

Isso vai criar uma rotina desde cedo. Crianças que não têm essa rotina podem depois dar trabalho para os pais (vale lembrar que isso é uma fase, depois elas acostumam).

Dentista: quando é a hora de levar o bebê?

A Organização Mundial da Saúde (OMS) sugere que é necessário começar as visitas ao dentista já no primeiro ano de vida.

Na minha experiência profissional eu recomendo antes disso: no pré-natal é interessante que as mães já se informem sobre como lidar com o assunto. Quanto antes elas sabem, mais elas ficam preparadas para cuidar desde cedo da saúde bucal dos seus bebês.

Uma boa saúde bucal é questão de saber se prevenir e não ir ao dentista quando se tem um problema. E é bom lembrar que o profissional mais indicado é aquele especializado, ou seja, um odontopediatra especializado em bebês.

Cárie e gengivite: quais as complicações que podem ocorrer?

Antes de mais nada é bom pontuar que estas doenças podem ser transmitidas pelos pais. A condição é causada por um tipo especifico de bactéria que é passada por eles de formas diversas. A má higiene bucal cria um ambiente propício para essas bactérias se reproduzirem e causarem os problemas, como a cárie em si e mesmo problemas de inflamações nas gengivas.

Outra coisa, que muitos pais não ficam atentos, é o fato de que o leite materno possui açúcar, a lactose. A cårie de aleitamento não é incomum. Já acompanhei bebês de apenas 8 meses com o problema. Esses bebês podem acabar perdendo os dentes e tendo varios comprometimentos de suas arcadas precocemente.

Além disso diversos estudos científicos indicam que essa mesma bactéria bucal, ao ser ingerida, pode causar diversos problemas de saúde em especial problemas cardiacos. Ela também pode atacar os pulmões e os rins. Alguns estudos mostram que essa mesma bactéria pode gerar na boca, infecções intra-ósseas. Então prevenir doenças bucais protege o organismos para o resto da vida.

Algumas dicas para os pais:

Qual a melhor escova de dente?

Márcia desenvolveu uma pesquisa comparando a eficácia da escovação em bebês e crianças com três tipos diferentes de aparatos: a dedeira de silicone (usada por muitos pais), a escova de dentes infantil tradicional e a escova elétrica.

“Foi feito comparacao de cada metodo para remocao da placa dental . A dedeira de silicone foi a pior avaliada: as placas se espalhavam pelo dente mas não eram removidas. As escovas foram as mais eficazes, em especial a escova elétrica, que apresentou a menor rejeição entre as crianças acompanhadas”, afirma a pesquisadora.

Pasta de dente

Nos primeiros meses a solução em spray InPhlOral é e a melhor pedida para higienizar a boca. Quando os dentes comecarem a aparecer na boca, os pais devem procurar pastas de dente em gel (que tem menos abrasão) e sem flúor. “Mas o mais importante é focar na qualidade da escova. A pasta causa uma boa sensação, mas o que realmente limpa os dentes é a escova”, explica a especialista.

Cuidado com o flúor

É importante falar sobre o flúor. Márcia lembra que o produto pode comprometer a saúde das crianças. “As crianças – especialmente as menores de 3 anos – acabam engolindo espuma da pasta de dente durante a escovação. Caso a pasta seja fluoretada esse elemento vai ser ingerido e pode causar a chamada ‘fluorose’, uma intoxicação por excesso de flúor no organismo. Essa intoxicação pode causar diversos males ao organismo”, afirma.

Ingestão de doces

Márcia lembra que a ingestão de doces em excesso por crianças muito novas não é recomendada, pois pode causar diversos problemas de saúde, entre eles aqueles referentes à saúde bucal.

“São os pais que estão acostumados com alimentos adocicados e passam esse hábito para os filhos. Mesmo as mães, durante a gestação, reforçam esse hábito, ingerindo doces e aumentando o nível de glicose do sangue, coisa que vai ter reflexos no bebê. A dica é que, caso a mãe queira comer essas guloseimas açucaradas, o faça durante as refeiçoes principais, como sobremesa. Isso vai evitar que haja um pico de glicose no sangue no meio da tarde, por exemplo”, indica a especialista e pesquisadora Márcia Amar.




 
FONTE: UOL / Mãe e Bebê


Notícia divulgada em 14/07/2010

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