Promotora diz que Lindemberg
deverá ficar 30 anos preso e que recorrerá de eventual recurso
Promotora concede entrevista após
julgamento: Lindemberg demonstrou "arrogância"
A promotora Daniela Hashimoto
afirmou nesta quinta-feira (16) que o motoboy Lindemberg Alves deverá
permanecer 30 anos preso pela morte da ex-namorada Eloá Pimentel e outros 11
crimes. Ela disse ainda que irá rebater um possível recurso à sentença a ser
apresentado pela defesa.
A pena imposta ao réu foi de 98
anos e dez meses de reclusão, mas a legislação brasileira estabelece três
décadas como período máximo que uma pessoa pode passar na prisão. Leia a
sentença na íntegra.
Em outubro de 2008, Lindemberg
manteve Eloá refém por cerca de cem horas em outubro de 2008 na casa da vítima,
em Santo André (Grande São Paulo).
“Mantida a condenação e mantida
essa pena, aí tem que fazer um cálculo de aproximadamente 40% que ele vai
cumprir, que acaba sendo até superior aos 30 anos. Então, pelo menos os 30 anos
ele permanecerá em regime fechado”, disse a promotora, que atuou na acusação
durante os quatro dias de julgamento, no fórum de Santo André, na Grande São
Paulo.
Sobre a possibilidade de anulação
do julgamento, pedido que a advogada de defesa, Ana Lúcia Assad, anunciou que
irá apresentar, a promotora disse que irá rebater. “No meu entendimento, não
ocorreram (nulidades) e irei rebatê-las em eventual recurso”.
Daniela Hashimoto também comentou
o anúncio feito pela juíza Milena Dias de que encaminhou ao Ministério Público
uma denúncia contra a advogada Ana Lúcia Assad, por ela supostamente ter
cometido um crime contra a honra ao afirmar, durante o júri, que a magistrada
precisava voltar a estudar.
“Existe uma colocação de que, no
calor dos debates em plenário, tudo pode ser dito. Mas eu prezo pela conduta de
manter o respeito, manter a dignidade. O tribunal do júri muitas vezes é
bastante questionado e criticado, justamente por essa teatralização e eu acho
que foi bastante desnecessário e bastante desrespeitoso, principalmente pelo
comportamento que a doutora Milene vinha adotando desde o início dos
trabalhos”.
PARA PROMOTORA, DESDE O INÍCIO
LINDEMBERG QUERIA MATAR ELOÁ
Arrogância do réu
Questionada sobre o réu, a promotora
descreveu Lindemberg Alves como uma pessoa “manipuladora”. “Posso dizer que ele
demonstrou, na ocasião do interrogatório, a personalidade que efetivamente é:
uma pessoa que tentou a todo o tempo manipular os jurados, dissimular suas
verdadeiras intenções e que demonstrou arrogância, demonstrou que estava
bastante confortável com a situação”.
Lindemberg foi considerado
culpado da acusação de homicídio doloso duplamente qualificado. Os outros 11
crimes foram duas tentativas de homicídio (contra a amiga de Eloá, Nayara
Rodrigues, e contra o sargento Atos Valeriano, que participou das negociações),
cinco cárceres privados (de Eloá, e três amigos: Iago Oliveira e Victor Campos,
e duas vezes por Nayara, que foi liberada e retornou ao cativeiro) e disparos
de arma de fogo (foram feitos quatro).
FONTE: UOL / Débora Melo - Do
UOL, em Santo André (SP) / Diogo Moreira/Futura Press
Publicado em 16.02.2012 - 21h51
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