quinta-feira, 26 de maio de 2011

Adiar prisão foi erro, diz Pimenta Neves à polícia



Ao ser preso na terça-feira (24), o jornalista Antônio Marcos Pimenta Neves, 74, disse a um delegado que preferia ter começado a cumprir pena logo após o julgamento, em 2006, quando foi condenado pela morte da ex-namorada, a também jornalista Sandra Gomide. "Só assim teria voltado a ser um homem normal, que vai ao restaurante ou à padaria", afirmou.


A informação é de reportagem André Caramante e Afonso Benites, publicada na Folhadesta quinta-feira (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha.)






Após a condenação, a defesa não conseguiu reverter a decisão, mas entrou com vários recursos em instâncias superiores e conseguiu adiar a prisão por quase cinco anos.






Pimenta Neves disse à polícia que se dividia entre o trabalho, uma assessoria para um escritório de advocacia e a arrumação da casa. Ele contou que passou os últimos anos como um homem solitário, lendo ou assistindo a filmes no tempo livre.







CASO




Condenado a 15 anos de prisão pela morte de Sandra, há 11 anos, Pimenta Neves está preso desde a noite de terça. Ele se entregou à polícia após o STF (Supremo Tribunal Federal) negar, por unanimidade, o último recurso dele e determinar sua prisão imediata.






Ele passou a noite no 2º DP, no centro de São Paulo, e foi levado ontem ao presídio de Tremembé (147 km de São Paulo).






De acordo com a a SAP (Secretaria da Administração Penitenciária), ele ficará isolado por até 15 dias e vai cumprir pena inicialmente no regime de observação, no qual só recebe a visita de advogados. 






Segundo a SAP, ele não receberá tratamento diferenciado dos demais detentos: vai usar uniforme padrão, calça cáqui e camiseta branca.






Depois, será encaminhado para uma cela com outros quatro detentos. A cela acomoda até seis pessoas, pois dispõe de três beliches, e mede 16 m2. Ela é equipada com TV e chuveiro frio --no presídio há banheiro coletivo com chuveiro quente, mas só é liberado com prescrição médica.






De acordo com o delegado Waldomiro Milanesi, da Divisão de Capturas da Polícia Civil, que atuou na prisão do jornalista, ao ser abordado pelos policiais, Pimenta Neves disse que já tinha uma mala pronta há cerca de um mês e pediu permissão para levar alguns livros.






As obras escolhidas foram "Vigiar e Punir", de Michel Foucault (que fala sobre punição e legislação penal), "O Deus Selvagem", de A. Alvarez (que fala sobre suicídio), "Sermões", de padre Antônio Vieira e um livro de Shakespeare, que o delegado não identificou.




FONTE: FOLHA.COM

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