terça-feira, 31 de agosto de 2010

Enxaqueca com aura eleva risco de morte por doença cardíaca ou qualquer outra


Pessoas que sofrem de enxaqueca com aura -quando a dor vem acompanhada de sintomas visuais- têm mais risco de morrer de qualquer causa do que aquelas que não têm dores de cabeça crônicas ou que sofrem do tipo sem aura.



O dado é de um estudo que acompanhou quase 20.000 homens e mulheres durante, em média, 26 anos na Islândia, publicado no "British Medical Journal".



Vários estudos têm sugerido uma associação entre enxaqueca, particularmente a do tipo com aura, e um aumento de risco para doenças cardiovasculares. No entanto, segundo o artigo, poucos trabalhos têm avaliado a relação da doença com a mortalidade por qualquer causa.



De acordo com os autores, vários mecanismos podem estar por trás do efeito, mas nenhum foi comprovado.



Um desses mecanismos sugere uma relação genética entre enxaqueca e problemas circulatórios, outros apontam a enxaqueca como uma doença sistêmica, que pode levar a comprometimentos vasculares.


                                                                                                                Editoria de Arte/Folhapress
 
MAIS SENSIBILIDADE



Segundo o neurologista Abouch Krymchantowski, do Centro de Avaliação e Tratamento da Dor de Cabeça, no Rio de Janeiro, na enxaqueca com aura há alteração no funcionamento dos vasos. "Os pacientes com essa forma de enxaqueca têm maior sensibilidade a fenômenos isquêmicos. Quem tem esse diagnóstico não deve fumar, usar pílula nem ser obeso e sedentário. Além disso, deve fazer acompanhamento com neurologista."



"Essa é uma relação conhecida. A enxaqueca tem vários genes envolvidos com potencial lesivo aos vasos. Por isso quem tem enxaqueca tem mais risco de AVC ou de demência vascular", completa o vice-coordenador do departamento de cefaleias da Associação Brasileira de Neurologia, Claudio Brito.



No entanto, os próprios autores reconhecem que a dor é um fator de risco cardiovascular menos importante do que os outros já estabelecidos, como tabagismo, diabetes ou pressão alta.



Estima-se que a enxaqueca atinja 20% das mulheres e 10% dos homens. Um estudo recente, feito no Brasil, revelou uma prevalência de cerca de 15%. Mulheres são a enorme maioria das vítimas.



A enxaqueca com aura acomete cerca de 14% dos portadores de enxaqueca.



ELO GENÉTICO DA ENXAQUECA



Um time de pesquisadores anunciou ter descoberto um fator de risco genético associado a enxaquecas. Eles avaliaram dados de 50.000 europeus e descobriram uma variação no DNA ligada ao controle dos níveis de um neurotransmissor no cérebro. A descoberta pode abrir caminhos para novas drogas.



 
 
FONTE: FOLHA ONLINE / GABRIELA CUPANI - DE SÃO PAULO

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